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terça-feira, 19 de outubro de 2021

Lua Cheia - Eixo Carneiro/Balança: Reflexões Astrológicas

 Reflexões Astrológicas


Lunações


Lua Cheia: Eixo Peixes – Virgem

Lisboa, 15h57min, 20/10/2021

 

Lua

Decanato: Vénus

Termos: Saturno

Monomoiria: Júpiter    

 

Sol

Decanato: Júpiter

Termos: Vénus

Monomoiria: Sol  

 

O plenilúnio de Outubro coloca a Lua em Carneiro sob o horizonte, fora do seu Segmento de Luz, no Lugar de Deusa (III), no decanato de Vénus, termos de Saturno e monomoiria de Júpiter. Por seu lado, o Sol encontra-se em Balança, no Lugar de Deus (IX), acima do horizonte, no seu Segmento de Luz, no decanato de Júpiter, termos de Vénus e monomoiria do Sol. Aquário marca a hora entre Júpiter e Saturno, com este último a ascender acima do horizonte, já o Ponto de Culminação surge em Sagitário, na XI, no Lugar do Bom Espírito (ἀγαθόν δαίμων), junto a Vénus e à Cauda Draconis.


À semelhança do plenilúnio de Outubro, os elementos significativos masculinos são mais fortes que os femininos. No entanto, o facto de quer a Lua, quer o Sol se encontrarem respectivamente no Lugar da Deusa e no Lugar de Deus estabelece uma fixação do sentido original destas posições. Desta forma, e como é próprio dos plenilúnios, a natureza axial firma a sua representação da realidade. O Eu, projectado com a luz lunar e a partir do lugar do Divino Feminino, encontra o Outro, realizando a luz solar e reunindo-se ao Divino Masculino, ou seja, pelo Feminino o Eu encontra o Outro, pela Sabedoria encontra a Vontade, e, através desse encontro, renasce a luz em si mesmo. O Eu, unido e perdido no Outro, encontrará o Si Mesmo quando completar o ciclo e conhecer a totalidade. E a chave dessa ligação harmónica é o termo encontro, o olhar de frente, enquanto acontecimento radical e potência de transformação. A matriz dessa união transporta em si o sentido e o valor da origem porque reproduz o mistério da câmara nupcial.


Um outro aspecto que valora, isto é, que atribui um valor original a este plenilúnio é o facto de este apresentar apenas dois planetas retrógrados (Úrano e Neptuno), bem diferente dos seis que assim se encontravam no início do mês (Mercúrio, Júpiter, Saturno, Úrano, Neptuno e Plutão). Devemos ter sempre em consideração, o sentido profundo da retrogradação, contrariando a liquidez de uma astrologia popular que esvazia, quase que ridicularizando, este fenómeno astrológico. Ora enquanto fenómeno, a retrogradação nasce de uma percepção, do olhar humano que colhe sensação de que um determinado astro se move em sentido contrário. O lugar fixa, desta forma, o olhar.


A ideia de retrogradação constrói-se pois a partir desta percepção, provando assim a natureza antropocêntrica da linguagem astrológica. Um planeta retrógrado indica um voltar a si, um retorno ao sentido original, um ensimesmamento retrotenso, daí que a acção se torne reacção, potência reafirmada ou ainda impotência ou não potência. É como a negação da acção de Bartleby de Melville. Contrariamente, o movimento agora directo de Mercúrio, Júpiter, Saturno e Plutão exterioriza e efectiva, deste modo, a natureza destes planetas, tornando-os activos.        


O Sol em Balança, nesta Lua Cheia, faz-se acompanhar por Marte e Mercúrio, o primeiro sob os raios solares e o segundo a afastar-se deles, já para além do limite dos quinze graus e apresentando-se como Estrela Manhã. A posição anterior ao Sol de Mercúrio e Marte fixa o seu carácter masculino e racional. Já surge a Lua sozinha no Lugar da Deusa. No entanto, o eixo do novilúnio une-se de forma vantajosa aos benéficos. O Sol, Mercúrio e Marte formam um sextil com Vénus e com o Ponto de Culminação (MC) e um trígono com Júpiter, Saturno e o Horóscopo (Asc.). Já a Lua, de forma inversa, une-se em sextil a estes últimos e em trígono aos primeiros.


De facto, existe neste tema da Lua Cheia uma intensa harmonia axial, formada pelos eixos de ascensão, de culminação, dos luminares e nodal e pelos planetas que confluem nestes eixos. Por outro lado, a presença dos benéficos junto ao Horóscopo (Júpiter) e ao Ponto de Culminação (Vénus) confirma o valor da dádiva que surge exacerbado neste momento, revelando o potencial de transformação que reside no acto de se saber receber as bênçãos do céu. Se tivermos em conta os lugares onde se fixam, tantos os benéficos, como os eixos anteriormente citados, concluir-se-á o potencial espiritual deste tema, não necessariamente num sentido mais contemporâneo, embora também, mas num sentido clássico, ou seja, o humano poderá afirmar o seu potencial de excelência segundo os princípios do bem, da beleza e da justiça, mas também da temperança e da fé. Existe assim uma proposta de revolução do humano que, na verdade, serve de fundação do tema com Úrano em Touro no Lugar sob a Terra.


Por outro lado, Plutão une-se quadrangularmente com o Sol, com Mercúrio, com Marte e com a Lua. O Senhor da Morte e da Transformação, avançando agora de forma directa segundo a sua natureza, no Lugar do Mau Espírito, κακός δαίμων (XII), faz sentir a sua presença. O Poder da Morte ou Plutão em Capricórnio adquire o sentido do Et in Arcadia ego, ou seja, a morte caminha entre nós, até na Arcádia, e sussurra os seus ditames. A actividade vulcânica será, por exemplo, mais intensa, pois Plutão faz borbulhar as profundezas da terra, revelando assim o seu poder. Não é por acaso que, tal como a morte, a erupção não seja possível de prever. A natureza define também o limite do humano, seja por esta acção de Plutão, seja pela quadratura de Úrano a Júpiter e Saturno, ou até mesmo pela conjunção destes últimos. De um outro modo, a união benéfica de Úrano em Touro, Neptuno em Peixes e Plutão em Capricórnio (trígono de Úrano a Plutão e sextil destes a Neptuno) estrutura esse limite e permite a transformação espiritual do humano.


O exacerbamento do masculino neste tema conduz, não por necessidade, mas como resultado da natureza humana, das suas fraquezas, ao enfraquecimento do feminino. A oposição da Lua a Mercúrio e Marte, estando estes no Lugar da Deus (IX), apresenta o modo como o Feminino tem ainda uma expressão débil nas religiões tradicionais, sendo, por exemplo, a Mãe de Deus, mas não é Deus-Mãe. Essa é uma transformação que falta fazer. Por outro lado, continua a existir uma resistência chauvinista à presença da mulher na academia e no pensamento. A mulher que estuda continua a ser perigosa. Todo isto continua a promover a violência contra as mulheres.


A quadratura de Vénus em Sagitário (XI) a Neptuno em Peixes (II), do Amor ao do Amor de Deus, do desejo à compaixão, mostra a dificuldade de encontrar o valor, um modo de vida (II), em que impere o desapego e a empatia. Esta tensão evidencia o bloqueio que existe na passagem do limiar de nós. Não conseguimos ver que a sabedoria é também o amor ao próximo. Com indiferença, não existe evolução humana. É como aquele que vai de modo espiritual, compenetrado, meditando, à Índia e que a caminho do ashram do seu guru passa, sem ver, as crianças com fome e que vivem para além da dignidade humana. O desejo de espiritualidade facilmente se torna vaidade.


Vénus em Sagitário, a partir do Lugar do Bom Espírito (XI), conjunta ao Ponto de Culminação (MC) e à Cauda Draconis, une-se em sextil ao Sol, Mercúrio e Marte, na IX, e a Júpiter, ao Horóscopo (Asc.) e a Saturno, na I, traduzindo a vontade ou o desejo de levar a Amor à Sabedoria até ao Leme da Vida e ao Lugar de Deus. A união dos benéficos, em especial, por Júpiter ser o mais vantajoso, aquele que está no seu próprio Segmento de Luz, tende a expandir esse propósito, no entanto, Júpiter está ainda sob o horizonte. Essa ocultação faz com que o caminho da sabedoria, anunciado nomeadamente pelo corpo do Dragão Lua, esteja ainda sob o véu, tornando-o presente, mas não comum. A vida tem de trazer a sabedoria até si, mas para tem de si libertar da ignorância e da sua prole: a ilusão e o engano. Esse esforço catártico manifesta-se, por exemplo, na união de Vénus e Saturno e pelo facto de Saturno ser a luz que surge no horizonte, proclamando a mensagem do Tempo e da Necessidade.          


Neste plenilúnio, existe um potencial de transformação espiritual explícito e inegável que poderá, todavia, ser negado e repudiado, mas que necessariamente produzirá a mudança. Esta mudança, já sentida no novilúnio, culminará nos eclipses que marcam o final do ano. 

terça-feira, 5 de outubro de 2021

Lua Nova em Balança: Reflexões Astrológicas

  Reflexões Astrológicas


Lunações

Lua Nova em Balança

Lisboa, 12h05min, 06/10/2021

 

Sol-Lua

Decanato: Saturno

Termos: Mercúrio

Monomoiria: Sol

 

            Neste mês de Outubro, o encontro dos luminares ocorre no signo de Balança, de dia e acima do horizonte, no Lugar do Bom Espírito, ἀγαθόν δαίμων (III), no decanato do Saturno, termos de Mercúrio e monomoiria do Sol e com Sagitário a marcar a hora, estando o eixo do horizonte junto ao do Dragão da Lua. O Sol está no seu próprio segmento de luz (αἵρεσις), sendo o portador da luz neste novilúnio. Já a Lua está fora do seu segmento de luz, num signo masculino e diurno, logo a sua luz de prata está enfraquecida. A posição da sizígia nos doze lugares acentua o carácter solar e masculino deste encontro.

            No entanto, o Lugar do Bom Espírito confere sempre uma elevação espiritual, uma transposição da materialidade, da fortuna terrena e da individualidade. Neste lugar, a regência de Júpiter e a força significativa do conceito de δαίμων permitem uma expansão da alma até ao espírito e uma interiorização da gnose. De igual forma, o sentido relacional do signo de Balança concede também um crescimento desta gnose individual até ao próximo, até ao outro. A alteridade primordial da lei da harmonia obriga mesmo a esse processo. A evolução do humano tem de integrar a realidade da partilha e da interacção, ou seja, a visão da totalidade tem de si iniciar no limiar do eu.

            Com os luminares estão também Mercúrio e Marte, todavia, encontram-se ambos fora do seu Segmento de Luz. Mercúrio por estar numa posição posterior ao Sol, estando ainda sob os seus raios, adquire um carácter feminino, pertencendo assim ao segmento da Lua. Ora esta natureza de Mercúrio está também de acordo com o facto de estar retrógrado. Mercúrio, o senhor da palavra, encontra-se muito debilitado, tornando difícil a partilha e a harmonia através da discurso e do conhecimento. Esta posição relativa de Mercúrio torna-o também um promotor de desinformação e de ideias disruptivas. O acto deliberado de levar a mentira ao outro como se fosse verdade estará particularmente destacado neste período. A força da palavra ganha assim um carácter regressivo e senão mesmo repressivo.

            Marte, por seu lado, partilha alguns dos elementos que definem a posição de Mercúrio, todavia, existe alguma ambiguidade no seu sentido radical. Por um lado, sabemos, segundo as lições dos astrólogos antigos, que Marte é o único que não se deixa queimar pelos raios do Sol, pelo contrário, a sua força sai reforçada. Ora Marte não está só sob os raios como está no seu coração, ou seja, a menos de um grau do luminar. O Coração do Sol está para astrologia antiga como o Cazimi está para a astrologia árabe. Desta forma, a posição estaria favorecida, contudo Marte está Exílio, estando portanto a sua acção operativa enfraquecida, e está ainda fora do seu Segmento de Luz, fazendo dele o maléfico dominante e cuja acção é mais destrutiva. A posição de Marte resume assim uma certa dualidade que tenderá a existir entre acção e inacção, entre potência e impotência, entre a força que cria e a força que destrói. De qualquer forma, ser-lhe-á muito difícil contribuir para a harmonia que é pedida pela sizígia do novilúnio. Pelo contrário, tenderá a trazer a malícia e o conflito não de forma directa, mas habitando na sombra.   

            Em contrapartida, os luminares, bem como Mercúrio e Marte, unem-se em trígono com Júpiter e Saturno que se encontram no Lugar da Deusa (III). Por estarem no seu Segmento de Luz, os senhores do espaço e do tempo adquirem um carácter benigno e vantajoso que vê somente a já conhecida ameaça de Úrano (quadratura). Ora pela posição de Úrano na VI, na Má Fortuna, e pelo fim da retrogradação de Plutão no mesmo dia do novilúnio, a pandemia vai mostrar que ainda não chegou o seu fim, seja pela sua persistência em países já com boas taxas de vacinação, seja pela sua disseminação em países que, devido à soberba de outros, ainda receberam vacina, ou também pelo surgimento de outras variantes. A quadratura de Plutão aos luminares - e a Mercúrio e Marte - refere também este sentido, bem como pode descrever o peso, em termos mundiais, dos negacionistas e dos populistas. Com um outro sentido, a terra continuará a tremer e a borbulhar fogo e lava. Esse é o poder da morte sobre a terra.

            A ligação benéfica da sizígia, Mercúrio e Marte com Júpiter e Saturno (trígono), bem como a união também triangular à Caput Draconis, representa uma forte união significante no elemento ar. As qualidades de uma mente activa e agente como forma de expressar a humanidade e o humano tornam-se não só dominantes como necessárias. A exigência do pensamento e do espírito crítico tornam-se portanto fundamentais nos nossos dias. Os perigos da superficialidade acrítica revelar-se-ão, mostrando o quão necessário é o espírito reflexivo. No entanto, esse imperativo da razão, seguindo a mensagem do Dragão de Lua, terá de ter a Sabedoria como origem, fundação e base. Sem os grilhões da Razão de outrora, a Sabedoria renascerá.

            Depois do elemento dionisíaco de Nietzsche e do inconsciente da psicanálise de Freud, a humanidade compreendeu a parcialidade da razão e trouxe até si o potencial do irracional. Ora a Sabedoria como origem permite que existe em si a Razão e o Irracional, mas lembremo-nos que o irracional não é sinónimo de ignorância, daí que o excesso de elemento ar possa fazer do pensamento uma vaidade efémera e vazia ou um fanatismo restrito e opressivo. Esta é, porém, uma oportunidade de trazer novas ideias ou de recuperar, com um novo olhar, velhos conceitos. Existe um potencial comunicativo e discurso nesta união de astros (Sol, Lua, Mercúrio e Marte em Balança; Júpiter e Saturno em Aquário; e Ponto Poente e Caput Draconis em Gémeos) que vem exacerbar a importância das ideias e também das ideologias, dos conceitos e das correntes de pensamento. A mente vai porém necessitar de equilíbrio e de harmonia, do propósito de Balança.

            A conjunção de Neptuno em Peixes com o Ponto Subterrâneo (IC) confere ao Amor Universal o potencial de origem e fundação, tornando a compaixão, a empatia e a solidariedade os alicerces do futuro, os pilares de um novo mundo e de uma nova humanidade. No entanto, a quadratura de Neptuno ao corpo do Dragão Lua relembra a dificuldade de a Sabedoria se tornar Palavra e de como os vícios da imaginação, ou seja, a ilusão e o engano poder-se-ão tornar os braços armados da ignorância, a mãe de todos os males, aquela se opõe à Sabedoria, ao Eterno Feminino. A partir do seu Exílio em Escorpião, conhecendo a morte e o renascimento, Vénus, a Dádiva do Amor, une-se em quadratura a Júpiter e Saturno e a Úrano (oposição), Neptuno (trígono) e Plutão (sextil). Ora estes três últimos unem-se também entre no triângulo anteriormente referido (sextis de Úrano e a Plutão e a Neptuno e trígono de Úrano a Plutão), o mesmo que conjuga a Revolução da Terra, a Compaixão como Unicidade e o Poder da Morte.

            A posição de Vénus, que está fora do seu Segmento de Luz, mas a ascender no horizonte, é determinada essencialmente pela relação do seu estado de exílio com a união quadrangular a Júpiter e Saturno. Essa união adquire uma certa especificidade, pois a quadratura com Júpiter é favorável, embora estruturante, dado que une os dois benéficos, um deles bonificado pelo facto de estar no seu Segmento de Luz (Júpiter), e a quadratura com Saturno é mitigada por este estar também no seu segmento. Assim sendo, esta relação, que se estabelece entre o Lugar da Deusa (III) e o do Mau Espírito, κακός δαίμων (XII), serve de véu de ocultação, de sombra, àquela que se firma entre a sizígia, Mercúrio e Marte e Júpiter e Saturno. Vénus está ocultada, negada, num lugar de sombra, a XII. Na verdade, existe uma semelhança na condição de Vénus e Marte, todavia, este último oculta-se, exilado, sob os raios do Sol, já Vénus está fechada num lugar assombrado sob o véu do espaço (Júpiter) e do tempo (Saturno) à espera da luz, da revelação, ou seja, a lei da atracção (Vénus) pede um outro espaço e um outro tempo, onde o desejo se torne concórdia.

            O novilúnio de Outubro, em Balança, torna a harmonia do pensamento a anunciação dos dois eclipses que irão marcar a parte final do ano e as mudanças astrológicas que se vão começar a sentir com o fim da retrogradação de Plutão, Saturno, Júpiter e Mercúrio (ordem cronológica). A harmonia nasce do movimento. Lembremo-nos da carta de Tarot a Temperança e de como o eterno fluir das coisas, equilibrando os opostos, é o sentido da Sabedoria (Sagitário). O encontro dos luminares dá-nos neste mês lunar o potencial de criação que é a partilha da luz e a união das suas bênçãos.

Lua em Balança: De 5 a 7 de Outubro de 2021


Lua em Balança: das 13h41min de hoje às 15h22min do dia 7.

sábado, 27 de março de 2021

Lua Cheia - Eixo Balança/Carneiro: Reflexões Astrológicas

 Reflexões Astrológica


Lua Cheia



Lua Cheia – Eixo Balança-Carneiro

Lisboa, 19h48min, 28/03/2021

 

Lua

Decanato: Lua

Termos: Mercúrio

Monomoiria: Mercúrio 

 

Sol

Decanato: Marte

Termos: Vénus

Monomoiria: Sol

 

   O eixo do plenilúnio envolve, neste de mês de Março, o horizonte, firmando-se a Lua sob o Horóscopo (I) e o Sol sobre o Poente (VII). Existe neste posicionamento uma relação evidente com o nascimento e a morte ou com a ascensão e o declínio. A Lua está a nascer no sétimo signo zodiacal (Balança), o lugar do outro, e o Sol está a pôr-se, a morrer, no primeiro signo (Carneiro), o lugar do eu. Torna-se portanto evidente o sentido da inversão axial. A consciência do outro é a aurora do dia futuro, do tempo que se constrói. Por outro lado, as teias de vaidades que cingem o eu morrem com o pôr-do-sol, afundando-se na noite, nas águas profundas do inconsciente, não para morrer, mas para alimentar o abismo da nossa existência ou então para renascer num novo dia, refeitas no lago de Narciso.


   Os termos egípcios em que se encontram os luminares apontam também para essa condição de passagem, de nascer e morrer. A Lua está nos termos e na monomoiria de Mercúrio, bem como no seu próprio decanato, ou seja, o carácter demiúrgico de Mercúrio, de Psicopompo, traz da noite, do submundo, a sua Senhora. O primeiro lugar é o sítio onde a vida, enquanto princípio biológico, se cria, é a criança que emerge do útero, é a Grande-Mãe, criada e criadora, que surge sozinha das águas primordiais. Já o Sol encontra-se nos termos de Vénus, na sua própria monomoiria e no decanato de Marte, com quem se une em sextil. Ora o Sol cadente lança os seus raios para o Senhor da Guerra na Casa de Deus (IX), revelando como o desaparecimento do eu coincide com a imersão em Deus. O eu, quando soma de todas as vaidades, separa a consciência de si da totalidade divina e da unidade que se oculta. A sabedoria da Casa de Deus tende a esperar e a sussurrar, mas com Marte clama, exorta, gritando, as bênçãos das suas dádivas. O regresso a casa é uma profunda luta interna. Essa é também a lição de Vénus ao se encontrar no Coração do Sol, mostrando como o Amor-Próprio encontra a luz poente para renascer num novo dia, no Amor de Deus. O Divino Feminino conduz o eu à sua morte e, no seu ventre, fá-lo-á renascer como a luz da consciência de si.


   O corpo do Dragão da Lua persiste na sua mensagem, no seu caminho, que transporta a sabedoria (Cauda Draconis em Sagitário) para a palavra (Caput Draconis em Gémeos). Essa é uma passagem, entre as margens do rio da realidade, que nos leva da Casa da Deusa (III) à Casa de Deus (IX). No entanto, a palavra é agora uma arma que tanto guarda como fere e esse é o prenúncio nefasto dos nossos tempos. Marte em Gémeos na Casa de Deus (IX) pode ameaçar o Feminino com discursos paternalistas ou com uma misoginia crescente. A Era do Espírito Santo, que é o tempo universal do Divino Feminino, traz antes de si momentos de guerra e as armas serão também as palavras e as ideias. A objectificação da mulher e do feminino e a persistência dos valores patriarcais afrontam a luz do tempo futuro.


   Existe também um outro lado da comunicação, pois a união de Mercúrio com Neptuno, na Casa da Má Fortuna (VI), traz consigo a ilusão do negacionismo. Neste lugar, Peixes não consegue tornar-se a síntese do Amor de Deus, pelo contrário, dispersa-se como um oceano, levando a uns sabedoria e fé e a outros ilusão e engano. Aqui, no lugar da saúde, vamos encontrar o discurso daqueles que negam máscaras e vacinas e que negam sobretudo a empatia pelo outro, por aquele que sofre. Com este posicionamento, o maior perigo é estar fechado nos próprios conceitos, tornando a certeza uma névoa de ignorância. Mercúrio e Neptuno unem-se, em sextil, com Plutão que se encontra no Lugar Sob a Terra (IV). Hades encontra-se no Tártaro profundo, trazendo consigo o poder e a autoridade (Capricórnio) do memento mori. A lembrança da nossa mortalidade e o conhecimento da morte enfrentarão o negacionismo e a ameaça da ausência de compaixão. A consciência da morte dispersa as certezas e as palavras vãs. É preferível estar na sombra com a sabedoria do que no meio da multidão com a ignorância. Não existe reconhecimento no efémero.


    Júpiter e Saturno na Casa da Boa Fortuna (V) trazem consigo o dom de criar. Do corno de Amalteia, da cornucópia da abundância que é o Lugar da Boa Fortuna, os senhores do Olimpo, do espaço e do tempo, trazem consigo as bênçãos da arte, da filosofia, da literatura, de toda a criação que concede humanidade ao humano. A presença de Júpiter e Saturno no signo de Aquário e agora na Casa V vão mostrar como os tempos extraordinários são também tempos de criação. O Senhor do Tempo une-se, de forma quadrangular, com Úrano que, por seu lado, se une em sextil com o Meio do Céu, no uterino lugar da Caranguejo. Úrano encontra-se na VIII, no Lugar da Morte, mostrando que criar é também morrer. O Deus Castrado é enfrentado pelo Deus da Foice, ou seja, o tempo impõe o seu magistério sobre o céu, revelando o finíssimo véu que une inacção, acção e reacção, a potência e a impotência do acto, e cingindo a obra da natureza ao ditame da necessidade.      

   

   Nesta Lua Cheia, a primeira do ano astrológico, iniciado no Equinócio da Primavera, a mensagem que surge como síntese diz-nos que só o Amor de Deus, aquele que une todas coisas, sem vínculo a credo ou religião, sem forma ou género, permite que se acolha, no eu, o outro. Esse estranho, pela força da empatia e da compaixão, torna-se a consciência de si. De igual forma, a Sabedoria do Divino Feminino será a luz da madrugada, da hora esperada.        

domingo, 3 de maio de 2015

Tarot - Previsões Maio de 2015


Carneiro
De 21 de Março a 20 de Abril

Cartas do Mês
A Temperança e o Cavaleiro de Copas

Neste momento, a expectativa é sua inimiga, deixe as coisas fluir e os acontecimentos vão acabar por se dar. A ansiedade de querer que tudo aconteça não deixa que crie em si a devida disponibilidade. Só vai atrair situações positivas se dinamizar o melhor em si. 

Touro
De 21 de Abril a 20 de Maio

Cartas do Mês
A Morte e a Rainha de Paus

Esta a passar por um intenso processo de transformação, mas para que a mudança ocorra vai ter de abandonar velhos padrões. O seu magnetismo é muito forte neste momento, todavia ainda não possui critérios de valor. Aposte numa transformação positiva.

Gémeos
De 21 de Maio a 20 de Junho

Cartas do Mês
A Lua e o Três de Copas

Neste mês, vai ter de aceitar uma situação negativa. A dor, a mágoa e desilusão vão imperar, porém, não culpe os outros em demasia. Lembre-se que uma parte da responsabilidade também é sua. Sentir-se deprimido e derrotado não é solução. Faça uma avaliação crítica.

Caranguejo
De 21 de Julho a 21 de Julho

Cartas do Mês
O Dependurado e o Quatro de Copas

Não se deixe sufocar pelas dúvidas. Se está indeciso e não consegue tomar uma decisão, então é altura de parar e de se afastar da situação em causa. Seja mais prudente e não se precipite. Não tome decisões no calor do momento, pare para pensar e reflicta seriamente.

Leão
De 22 de Julho a 22 de Agosto

Cartas do Mês
A Torre e o Nove de Ouros

Se tudo lhe parece negro e sem solução, não desanime. Lembre-se que para que o novo entre na sua vida o velho tem de ser deixado para trás. Vai ter de destruir tudo o que lhe é prejudicial, só assim vai atrair e semear os frutos do futuro. Confie, o melhor está para vir.

Virgem
De 23 de Agosto a 22 de Setembro

Cartas do Mês
Os Amantes e o Dois de Ouros

Se sente que está num impasse, acredite, pois a mudança está para breve. Vai deparar-se com uma escolha que vai alterar a sua vida. A sua situação familiar e financeira pode alcançar importantes melhorias, desde que seja mais confiante e positivo.

Balança
De 23 de Setembro a 22 de Outubro

Cartas do Mês
O Julgamento e o Cinco de Paus

A sua vida profissional pode estar a tornar-se decepcionante, isto porque não está a utilizar os seus dons. Porém, para que a mudança aconteça e para que possa investir na sua vocação, vai ter de se preparar para um conflito. Acredite e vença as adversidades.

Escorpião
De 23 de Outubro a 21 de Novembro

Cartas do Mês
O Mundo e o Dez de Paus

Neste momento, tudo está ao seu alcance, pode concretizar os seus sonhos. No entanto, pode sentir-se sozinho no triunfo. Os outros não vão aceitar o seu sucesso e vão fazer de tudo para o prejudicar. Seja forte e confie na sua vontade, só assim poderá vencer.

Sagitário
De 22 de Novembro a 21 de Dezembro

Cartas do Mês
O Sol e o Ás de Espadas

Este será um mês de realizações e de momentos de felicidade. Vai sentir que tudo corre de feição. Contudo, terá de estar consciente que este sucesso não se deve a uma bênção dos céus, mas sim a um investimento prudente e aguçado da sua inteligência.

Capricórnio
De 22 de Dezembro a 21 de Janeiro

Cartas do Mês
O Carro e a Rainha de Ouros

A sua vontade de mudança está no seu ponto mais alto. No entanto, apesar de estar no caminho certo para a transformação, vai ter de se proteger nesse processo de mudança, bem como aqueles que o rodeiam. Outros horizontes estão ao seu alcance, mas com cedências.

Aquário
De 22 de Janeiro a 19 de Fevereiro

Cartas do Mês
A Justiça e o Rei de Espadas

Se existem questões legais e burocráticas pendentes, então, neste mês, podem ter uma conclusão, que poderá ser a seu favor, mas terá de utilizar um raciocínio prudente e cauteloso. O processo não será fácil e esperam-lhe conflitos intensos, mas pode sair vencedor.

Peixes
De 20 de Fevereiro a 20 de Março

Cartas do Mês
O Imperador e o Dois de Paus

Este é o mês em que poderá ser senhor de si mesmo. Não deixe as decisões para os outros. Tome as rédeas da sua vida e poderá triunfar. A sua autoridade e vontade vão ter uma expressão muito acentuada, as quais lhe podem trazer importantes realizações.
  

                                                                                             Pode ler também em Revista Reviver