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quinta-feira, 23 de maio de 2019

Uma Outra Teologia ou Tealogia (Teosofia)

Del Sarto, Andrea, Disputation on the Trinity, 1517.
Florença: Galleria Palatina (Palazzo Pitti).


A Vontade, enquanto primeiro aspecto, Pessoa, da Divindade (não Deus) apresenta-se como Deus em acto. O Silêncio que é a Mãe da Trindade é Deus em potência, pois é do Silêncio que nasce o Pai e a Mãe, ou seja, a Vontade e a Sabedoria. O Pai representa Deus em movimento, uma vez que é pela Vontade que a obra divina que se realiza. Já a Mãe representa Deus enquanto conhecimento de si mesmo, pois é pela consciência do Bem, da Justiça e da Beleza que a obra divina que se realiza, ou seja, a Sabedoria atribui uma finalidade ao propósito divino. O Pai e a Mãe geram a síntese da sua natureza, o Filho torna-se o Logos da Criação, o Amor que em tudo está presente. Sobre o Divino, só não se falar do Indeterminado que é a Origem do Silêncio, a verdadeira divindade. A palavra fica portanto aquém do entendimento. A mente humana, enquanto imagem da mente divina, vislumbra apenas o Silêncio, a Deusa Sige, e a Trindade que é o Pai, a Mãe e o Filho - a Vontade, a Sabedoria e o Amor.



terça-feira, 22 de outubro de 2013

A Aceitação do Karma



"O homem que aceita e compreende em parte a obra do Karma pode começar imediatamente a construir o carácter, ponderando muito, reflectindo serenamente antes de colocar cada pedra, porque é para a eternidade que constrói. Não mais acumular, ou demolir à pressa, seguir hoje um plano, amanhã outro, e não ter nenhum para o dia seguinte. As indecisões acabaram: agora existe o traçado do carácter, e a edificação faz-se seguindo-o à risca. A  Alma é o arquitecto e, ao mesmo tempo, o pedreiro da obra; já não perde o tempo que perdia no princípio. Por isso os últimos estágios da evolução sucedem-se velozmente, e a Alma, atingida a sua virilidade, torna-se forte e faz progressos espantosos, quase inacreditáveis."

Besant, Annie, Karma, p. 64. Tradução Mário de Alemquer. São Paulo: Editora Pensamento, 6º Edição, 1994.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Luz sobre o Caminho



"Cada homem é para si próprio, em absoluto, o caminho, a verdade, e a vida. Mas é-o apenas quando firmemente toma posse da sua individualidade e pela força da sua vontade espiritual desperta reconhece essa individualidade como sendo, não o seu próprio ser, mas aquela coisa que com dor criou para seu uso por meio da qual se propõe, à medida que o seu progresso se reflecte na sua inteligência, atingir a vida além da individualidade. Quando ele reconhece que para isto existe a sua estranha vida completa e separada, e então, e só então, ele está no caminho. Procurai-o aprofundando os abismos misteriosos e gloriosos do vosso próprio ser mais íntimo. Procurai-o pondo à prova toda a experiência, utilizando os sentidos para compreender o crescimento e a significação da individualidade e a beleza e obscuridade desses outros fragmentos divinos que lutam a vosso lado, e constituem a raça a que pertenceis. Procurai-o pelo estudo das leis do ser, das leis da natureza, das leis do sobrenatural; e procurai-o pela profunda genuflexão da alma à pálida estrela que brilha dentro de vós. Pouco a pouco, à medida que velais e adorais, a sua luz tornar-se-á mais forte. Então podereis saber que achaste o princípio do caminho."


Collins, Mabel, Luz sobre o Caminho, p.15. Tradução Fernando Pessoa. Lisboa: Assírio & Alvim, 2002.