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quarta-feira, 8 de julho de 2020

O Deus da Lua de Harã, as Observações Astronómicas Sumérias, Assírias e Babilónicas e a Génese da Astrologia Genetliacal: Exemplo Textual



Green, T. M., 1992, The City of the Moon God: Religious Traditions of Harran42-3.

  Although there are records of observation of the appearance and disappearance of the planet Venus as early as the seventeenth century B.C.E. (during the reign of Ammisaduqa at Babylon), prior to the eighth century B.C.E., the only clearly demonstrable scientific interest in charting the "wandering stars" is found focused on the moon and the sun; and, in fact, it was only beginning with the reign of Nabonassar (747 B.C.E.) that accurate records of eclipses were kept and that the reports of the court astronomers were regularly recorded. Certainly the importance of the moon in the interpretation of various celestial omina (including the meteorological) had developed quite early in Mesopotamia, but by the very nature of the lunar cycle, these forecasts could not be long-range.

  In any event, divination through celestial phenomena was just one aspect of prophecy; much more popular during the Babylonian and Assyrian periods were incubation and haruspicy. Even that royal champion of the Moon god, the sixth century B.C.E. Nabonidus, was commanded to restore the temple of the Moon god at Harran through a dream. Further support for this view is found in the seventh century B.C .E. copies of the collection of celestial omens known as the Enuma Anu Enlil, which is dated in its earliest form to around 1000 B.C .E., and probably contains even earlier material. Most of its contents may be considered to be descriptive rather than analytical; only one quarter of the omens may be regarded as ''astrological,'' i.e., specifically concerned with the stars and planets. Yet, within two hundred years of Nabonassar, a shift in interest may be observed, for a cuneiform tablet dated 523 B.C. E. indicates the ability to calculate the monthly ephemerides of the sun and moon, the conjunctions of the moon with the planets, and of the planets with each other, and eclipses.

  Despite these relatively rapid advances, however, Neugebauer has posited a date no earlier than the fifth century B.C. E. for theregularization of the solar-lunar intercalated calendar, which knowledge would be necessary for the development of a genethialogical astrology. It was Naburimanni, a "descendant of the priest of the Moon god," who early in that century devised the lunar computational tables, used to determine the true date of the full moon, by which at least lunar eclipses might be predicted. It has been suggested that the growing interest in the astral deities and astral prophecy in the Near East during this period was a direct consequence of the conquest of Mesopotamia by the Persians, whose own religion contained many astral elements. 



Green, T. M., 1992, The City of the Moon God: Religious Traditions of Harran. Leiden/ Nova Iorque/ Köln: E. J. Brill.

segunda-feira, 3 de abril de 2017

As Casas de Exaltação segundo Ibn Ezra (Tradução)

Abraão ibn Ezra 
(1089-1167)
 O Livro das Razões
(Reshit Hokhmah)
Capitulo 2, 16 
Casas de Exaltação


16
(1) Vou agora abordar as casas de exaltação.

(2) Dizem que a exaltação da Lua ocorre no terceiro grau de Touro, esta é a opinião dos cientistas indianos.

(3) Ptolomeu defende que todo o signo é a sua casa de exaltação [lit. casa de honra], pois quando a Lua está em conjunção ao Sol em Carneiro, o que significa a génese do mundo, e ela pode ser observada a oeste da Terra no signo de Touro.

(4) Os cientistas indianos afirmaram que isso ocorre desse modo porque a distância da exaltação da Lua ao lugar da exaltação do Sol é igual à distância da Lua ao Sol quando a Lua abandona a luz solar. Portanto, eles disseram que o grau de sua exaltação é o terceiro grau de Touro.

(5) Ora o grau de depressão [leia-se queda] do Sol é 19 de Balança e o grau de depressão da Lua é 3 de Escorpião, daí eles designarem os graus de 19 de Balança a 3 de Escorpião como "lugar de combustão" e defendem que o poder de qualquer planeta extingue-se nesse lugar. É chamado de "lugar de combustão", pois é como se o planeta em causa ardesse com a luz solar.

(6) Afirmaram também que Balança é a casa de exaltação de Saturno, visto que a sua natureza é oposta à do Sol, logo a sua casa de exaltação é a casa de depressão [lit. casa de desonra] do Sol e a casa de depressão de Saturno é a de exaltação do Sol.

(7) Os cientistas indianos disseram que a exaltação de Saturno ocorre a 21° de Balança, tal como verificaram pela experiência.

(8) Enoque afirma que a exaltação de Saturno ocorre quando este está a dois graus da oposição ao Sol exaltado, de modo a que não recaia sobre o Sol um grande prejuízo.

(9) Os cientistas indianos disseram que a exaltação da Cabeça de Dragão ocorre a 3° de Gémeos, onde é também a depressão da Cauda de Dragão, mas Ptolomeu riu-se deles, pois a Cabeça de Dragão não é uma estrela, e está correcto. 

(10) Eles afirmaram que a casa de exaltação de Júpiter é Caranguejo, pois Júpiter indica os ventos do Norte e quando está nessa casa os ventos aumentam, e os cientistas indianos disseram que o grau da sua exaltação situa-se no meio do signo. 

(11) Uma vez que Marte gera os ventos do Sul e eles intensificam-se quando está em Capricórnio, disseram que esta é a casa de exaltação de Marte. Assim sendo, está em oposição a Júpiter tal como o Sol está em oposição a Saturno, pois a natureza de Marte é oposta à natureza de Júpiter.

(12) Os cientistas indianos defendem que o grau da sua exaltação o era o 28° de Capricórnio, pois nesse lugar existe uma estrela distante com a sua natureza.

(13) Eles afirmaram que a casa de exaltação de Vénus é Peixes, pois verificaram por experiência que a sua casa de depressão é Virgem, uma vez que esta indica uma relação sexual negativa e indecente.

(14) Isto porque Vénus indica os prazeres terrenos e Mercúrio tudo o que se relacione com a sabedoria. Eles disseram que a casa de exaltação de Mercúrio está em oposição à casa de exaltação de Vénus e que a casa de depressão de um é a de exaltação do outro.

(15) Quanto ao que eles disseram, ou seja, que os signos de água não têm voz, isso aplica-se também aqueles que nasceram na água.

Tradução: RMdF

Versão utilizada: 
Ibn Ezra, Abraham, The Book of Reasons - A Parallel Hebrew-English Critical Edition of the Two Versions of the Text. Edited, translated and annotated by Shlomo Sela. Leiden and Boston: Brill, 2007, pp. 54-57.