Existe uma complementaridade entre a Lei da Atracção e a Lei da Necessidade. Se, por um lado, aquilo que pensamos, dizemos e fazemos condiciona a nossa existência, ou seja, atrai de forma orientada os acontecimentos, por outro lado, as situações surgem na nossa vida não por acaso, mas sim por necessidade, uma vez que se apresentam numa perspectiva didáctica. Deparamos-nos com aquilo que temos de aprender, pois toda a existência tem uma natureza didáctica. Porém, pela força do livre-arbítrio, utilizamos a atracção do semelhante para minimizar a dureza dos esforços do ensino da consciência. É claro que se está a considerar uma predisposição para a aprendizagem da alma, caso contrário aquilo que se atrai é uma semelhança com padrões negativos de pensar, sentir e estar. O semelhante atrai o semelhante, logo a nossa dimensão de ser e a nossa consciência de si está condicionada por aquilo que atraímos para a nossa vida. De uma outra forma, também a Necessidade só nos entrega os desafios que somos capazes de ultrapassar. É entre a Atracção e a Necessidade que a evolução é possível.
Anagkê e as Moirai - Ilustração de uma Edição da República de Platão