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quinta-feira, 23 de maio de 2019

Uma Outra Teologia ou Tealogia (Teosofia)

Del Sarto, Andrea, Disputation on the Trinity, 1517.
Florença: Galleria Palatina (Palazzo Pitti).


A Vontade, enquanto primeiro aspecto, Pessoa, da Divindade (não Deus) apresenta-se como Deus em acto. O Silêncio que é a Mãe da Trindade é Deus em potência, pois é do Silêncio que nasce o Pai e a Mãe, ou seja, a Vontade e a Sabedoria. O Pai representa Deus em movimento, uma vez que é pela Vontade que a obra divina que se realiza. Já a Mãe representa Deus enquanto conhecimento de si mesmo, pois é pela consciência do Bem, da Justiça e da Beleza que a obra divina que se realiza, ou seja, a Sabedoria atribui uma finalidade ao propósito divino. O Pai e a Mãe geram a síntese da sua natureza, o Filho torna-se o Logos da Criação, o Amor que em tudo está presente. Sobre o Divino, só não se falar do Indeterminado que é a Origem do Silêncio, a verdadeira divindade. A palavra fica portanto aquém do entendimento. A mente humana, enquanto imagem da mente divina, vislumbra apenas o Silêncio, a Deusa Sige, e a Trindade que é o Pai, a Mãe e o Filho - a Vontade, a Sabedoria e o Amor.



quinta-feira, 20 de abril de 2017

Do Baú IX: Nemrod: Um Fragmento

Nemrod: Um Fragmento
2013/XI/06

Gustave Doré, "Nimrod and his horn", Dante Alighieri's Inferno
(New York: Cassell Publishing Company, 1890).
Citação:

Poi disse a me: «Elli stessi s'acussa;

questi è Nembrotto per lo cui mal coto

pur un linguaggio nel mondo non s'ua.

Lasciànlo stare e non parliamo à vòto;

ché cosí è a lui ciascun linguaggio

come 'l suo ad altrui, ch'a nullo è noto.»

Dante, Divina Comédia, Inferno, XXXI, 76-81

Fragmento

Em cada língua que o seu espaço ocupa,
 o vazio é a argamassa de uma torre que se ergue. 
Babel sobe e a Palavra afunda-se.

sábado, 1 de abril de 2017

Do Baú VI: 9 Fragmentos (ou O Fragmento é Semente)

Botticelli, Sandro, Madonna com a Romã (Pormenor), c.1487.
Florença: Galleria degli Uffizi.

O Fragmento é Semente – I
2013/VI/20

A História é uma faca que talha os factos numa forma que é intencional e imaginativa.


O Fragmento é Semente – II
2013/VI/21

Que Deus nos livre do momento em que a noção de interesse nacional seja uma e a mesma, pois quando isso acontecer já não estaremos em Democracia.


O Fragmento é Semente – III
2013/VIII/06

A memória e a imaginação exaltam a natureza mítica da realidade, atribuindo-lhe um carácter de ideal ou de arquétipo.


O Fragmento é Semente – IV
2013/VIII/07

Os sonhos guardam-nos do horror do mundo. No inconsciente, repousa a origem da nossa vocação.


O Fragmento é Semente – V
2013/X/03

Rejeitar o acto de votar é uma negação da democracia. A abstenção mina a legitimidade dos eleitos e destrói a sustentação do regime. Sem voto, a democracia é uma ilusão.


O Fragmento é Semente – VI
2013/X/11

O som do mundo nasce da sensação e o pensamento do seu silêncio.


O Fragmento é Semente – VII
2013/X/16

Neste mundo confuso, não existem caminhos rectos, apenas passos longos e quedas iminentes. 


O Fragmento é Semente – VIII
2013/X/18

A Esperança é como o Colosso de Rodes. Firma-se, de um lado, no Momento e, do outro, na Oportunidade. E o Tempo é o mar que por ela passa.


O Fragmento é Semente - IX
2013/XI/01

Primeiro tínhamos Deus, depois a Humanidade, e agora temos os estilhaços dessas duas crenças.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

O Evangelho da Mulher de Jesus

 Karen L. King é professora de História Eclesiástica da Divinity School da Universidade de Harvard e autora de The Gospel Mary of Magdala. A estudiosa traduziu um fragmento, abaixo ilustrado, e denominou-o como o "Evangelho da Mulher de Jesus". Esse pequeno fragmento papiráceo, com cerca de mil e seiscentos anos, é, segundo a autora, a primeira referência directa à união de Jesus com a Maria Madalena. Outros textos, nomeadamente o Evangelho de Maria e os Textos de Nag Hammadi, apontavam para essa possibilidade, mas este fragmento designa Maria, de forma explícita, como mulher de Jesus. A verdade histórica, depois de cerca de dois mil anos, é difícil de alcançar, no entanto, é cada mais seguro afirmar que existiam correntes no seio das comunidades cristãs que tinham a união de Jesus com Maria Madalena como certa e viam na sua companheira a sua legítima sucessora. Para essas facções, Maria Madalena era a primeira entre os apóstolos e a líder do movimento iniciado por Jesus. 


FRAGMENTO


Tradução de Karen L. King (Frente):

1) “not [to] me. My mother gave to me li[fe] … ”

2) The disciples said to Jesus, “

3) deny. Mary is worthy of it

4) ” Jesus said to them, “My wife

5) she will be able to be my disciple

6) Let wicked people swell up

7) As for me, I dwell with her in order to

8) an image


Tradução de Karen L. King (Verso):

O estado do verso do fragmento só permitiu que fossem identificadas as palavras: “my mother” e “three”.


Fonte: Smithsonian