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A Alma do Mundo, o Todo e as Partes: Exemplo Textual
terça-feira, 30 de março de 2021
domingo, 28 de março de 2021
sábado, 27 de março de 2021
Lua Cheia - Eixo Balança/Carneiro: Reflexões Astrológicas
Reflexões Astrológica
Lisboa, 19h48min,
28/03/2021
Lua
Decanato: Lua
Termos: Mercúrio
Monomoiria:
Mercúrio
Sol
Decanato: Marte
Termos: Vénus
Monomoiria: Sol
O eixo do plenilúnio envolve, neste de mês de
Março, o horizonte, firmando-se a Lua sob o Horóscopo (I) e o Sol sobre o
Poente (VII). Existe neste posicionamento uma relação evidente com o nascimento
e a morte ou com a ascensão e o declínio. A Lua está a nascer no sétimo signo
zodiacal (Balança), o lugar do outro, e o Sol está a pôr-se, a morrer, no
primeiro signo (Carneiro), o lugar do eu. Torna-se portanto evidente o sentido
da inversão axial. A consciência do outro é a aurora do dia futuro, do tempo
que se constrói. Por outro lado, as teias de vaidades que cingem o eu morrem
com o pôr-do-sol, afundando-se na noite, nas águas profundas do inconsciente,
não para morrer, mas para alimentar o abismo da nossa existência ou então para renascer
num novo dia, refeitas no lago de Narciso.
Os termos egípcios em
que se encontram os luminares apontam também para essa condição de passagem, de
nascer e morrer. A Lua está nos termos e na monomoiria
de Mercúrio, bem como no seu próprio decanato, ou seja, o carácter demiúrgico
de Mercúrio, de Psicopompo, traz da noite, do submundo, a sua Senhora. O
primeiro lugar é o sítio onde a vida, enquanto princípio biológico, se cria, é a
criança que emerge do útero, é a Grande-Mãe, criada e criadora, que surge
sozinha das águas primordiais. Já o Sol encontra-se nos termos de Vénus, na sua
própria monomoiria e no decanato de
Marte, com quem se une em sextil. Ora o Sol cadente lança os seus raios para o
Senhor da Guerra na Casa de Deus (IX), revelando como o desaparecimento do eu
coincide com a imersão em Deus. O eu, quando soma de todas as vaidades, separa
a consciência de si da totalidade divina e da unidade que se oculta. A
sabedoria da Casa de Deus tende a esperar e a sussurrar, mas com Marte clama,
exorta, gritando, as bênçãos das suas dádivas. O regresso a casa é uma profunda
luta interna. Essa é também a lição de Vénus ao se encontrar no Coração do Sol,
mostrando como o Amor-Próprio encontra a luz poente para renascer num novo dia,
no Amor de Deus. O Divino Feminino conduz o eu à sua morte e, no seu ventre,
fá-lo-á renascer como a luz da consciência de si.
O corpo do Dragão da Lua persiste na sua
mensagem, no seu caminho, que transporta a sabedoria (Cauda Draconis em Sagitário) para a palavra (Caput Draconis em Gémeos). Essa é uma passagem, entre as margens do
rio da realidade, que nos leva da Casa da Deusa (III) à Casa de Deus (IX). No
entanto, a palavra é agora uma arma que tanto guarda como fere e esse é o
prenúncio nefasto dos nossos tempos. Marte em Gémeos na Casa de Deus (IX) pode
ameaçar o Feminino com discursos paternalistas ou com uma misoginia crescente.
A Era do Espírito Santo, que é o tempo universal do Divino Feminino, traz antes
de si momentos de guerra e as armas serão também as palavras e as ideias. A
objectificação da mulher e do feminino e a persistência dos valores patriarcais
afrontam a luz do tempo futuro.
Existe também um outro lado da comunicação,
pois a união de Mercúrio com Neptuno, na Casa da Má Fortuna (VI), traz consigo
a ilusão do negacionismo. Neste lugar, Peixes não consegue tornar-se a síntese
do Amor de Deus, pelo contrário, dispersa-se como um oceano, levando a uns
sabedoria e fé e a outros ilusão e engano. Aqui, no lugar da saúde, vamos
encontrar o discurso daqueles que negam máscaras e vacinas e que negam
sobretudo a empatia pelo outro, por aquele que sofre. Com este posicionamento,
o maior perigo é estar fechado nos próprios conceitos, tornando a certeza uma
névoa de ignorância. Mercúrio e Neptuno unem-se, em sextil, com Plutão que se
encontra no Lugar Sob a Terra (IV). Hades encontra-se no Tártaro profundo,
trazendo consigo o poder e a autoridade (Capricórnio) do memento mori. A lembrança da nossa mortalidade e o conhecimento da
morte enfrentarão o negacionismo e a ameaça da ausência de compaixão. A
consciência da morte dispersa as certezas e as palavras vãs. É preferível estar
na sombra com a sabedoria do que no meio da multidão com a ignorância. Não
existe reconhecimento no efémero.
Júpiter e Saturno na Casa da Boa Fortuna (V) trazem consigo o dom de criar. Do corno de Amalteia, da cornucópia da abundância que é o Lugar da Boa Fortuna, os senhores do Olimpo, do espaço e do tempo, trazem consigo as bênçãos da arte, da filosofia, da literatura, de toda a criação que concede humanidade ao humano. A presença de Júpiter e Saturno no signo de Aquário e agora na Casa V vão mostrar como os tempos extraordinários são também tempos de criação. O Senhor do Tempo une-se, de forma quadrangular, com Úrano que, por seu lado, se une em sextil com o Meio do Céu, no uterino lugar da Caranguejo. Úrano encontra-se na VIII, no Lugar da Morte, mostrando que criar é também morrer. O Deus Castrado é enfrentado pelo Deus da Foice, ou seja, o tempo impõe o seu magistério sobre o céu, revelando o finíssimo véu que une inacção, acção e reacção, a potência e a impotência do acto, e cingindo a obra da natureza ao ditame da necessidade.
Nesta Lua Cheia, a primeira do ano astrológico, iniciado no Equinócio da Primavera, a mensagem que surge como síntese diz-nos que só o Amor de Deus, aquele que une todas coisas, sem vínculo a credo ou religião, sem forma ou género, permite que se acolha, no eu, o outro. Esse estranho, pela força da empatia e da compaixão, torna-se a consciência de si. De igual forma, a Sabedoria do Divino Feminino será a luz da madrugada, da hora esperada.
sexta-feira, 26 de março de 2021
terça-feira, 23 de março de 2021
domingo, 21 de março de 2021
sábado, 20 de março de 2021
quinta-feira, 18 de março de 2021
quarta-feira, 17 de março de 2021
Liz Greene: Do Ano Platónico ao Aion de Aquário: Exemplo Textual
terça-feira, 16 de março de 2021
segunda-feira, 15 de março de 2021
sábado, 13 de março de 2021
sexta-feira, 12 de março de 2021
Lua Nova em Peixes: Reflexões Astrológicas
Reflexões Astrológicas
Lunações
10h21min, 13/03/2021
Decanato: Marte
Termos: Marte
Monomoiria: Sol
Esta é a primeira Lua Nova de 2021 que se
fixa acima do horizonte. Uma mudança que começou a ser sentida, embora com
menor intensidade, na Lua Cheia de Fevereiro. O Sol está no seu próprio
segmento de luz (αἵρεσις), distribuindo, desde modo, a sua
luz com Júpiter e Saturno, ambos no seu segmento. Existe, neste novilúnio,
devido à posição que ocupa, um sentido profundo que o coloca entre a síntese de
Peixes e a culminação partilhada de Aquário e Peixes. Esta é uma significação
mediada pelo facto dos luminares (23º03’) se encontrarem já muito perto do lugar
exacto da exaltação de Vénus (27º), para onde esta também se encaminha. Esse é o
Amor que, como diria Dante, “move o Sol e
as outras estrelas”.
O tema deste novilúnio apresenta dois
elementos que evidenciam a escolha do sistema de divisão casas. O sistema de
casa-signo ou de signo inteiro é o modelo mais antigo de divisão de casas,
utilizado com alguma certeza a partir do século I AEC. Neste sistema, o signo
em que recai o Horóscopo (Asc.) marca toda a primeira casa e, partir deste, a
cada casa corresponde um signo. Por consequência, o Meio do Céu pode coincidir,
ou não, com a Casa X. Este sistema possui uma simplicidade natural, firmada no
valor do Horóscopo. No caso da Lua Nova de Março, o primeiro elemento concerne
à posição de Marte. Noutro sistema de casas, Marte recairia na XII. No entanto,
Marte é a “estrela” que está a ascender. Ptolomeu tentou conciliar o facto do
eixo horizontal marcar a ascensão e o declínio das estrelas com o sistema
anti-horário de casas ao iniciar a primeira casa cinco graus antes do
Horóscopo. Ora esse critério tão discutido por historiadores e astrólogos
acentua um dos benefícios do sistema casa-signo. O outro elemento é o facto do
Meio do Céu cair na IX, a Casa de Deus como diriam os antigos. Esta posição
contribui para a análise dos astros que se encerram entre Plutão em Capricórnio
(26º19’) e a sizígia do Sol e a Lua em Peixes (23º03’), ou seja, em cerca de 60
graus encontramos todo um espaço de culminação.
A X e o Meio do Céu representam, no sistema
antigo, a Práxis, aquilo que se faz,
a efectivação da potencialidade. Ora a união dos luminares com Neptuno e Vénus
na X consubstanciam a prática do Amor Universal e a necessidade de cultivar e
expandir a compaixão e a empatia. A Vénus em Peixes tem sido associada à
sereia, porém, a origem desta significação vai para além da figura mítica da
tentadora de marinheiros. Pausânias, na sua Descrição
da Grécia (VIII, 41, 1-6), diz-nos que Eurínome, a deusa-mãe dos pelasgos,
aquela que governou o Olimpo com Ofíon, a grande serpente, antes de Cronos e Reia
e Zeus e Hera, era adorada num santuário perto de onde os rios Neda e Límax
confluem. Na Figália, na agreste Arcádia, o lugar exacto do santuário é
desconhecido, mas sabe-se que, uma vez por ano, uma imagem de madeira, presa por
correntes de ouro, de uma figura metade mulher, mulher peixe era exibida. Vénus
em Peixes representa Eurínome, uma deusa da origem, a senhora que emergiu das
águas primordiais e criou o mundo e os humanos.
Por outro lado, junto ao Meio do Céu, a
cinco graus, à esquerda e à direita, estão Saturno e Júpiter. O tempo e o
espaço unem-se ao eixo de culminação, na Casa de Deus, no signo de Aquário,
para apresentar a proposta de um novo mundo, um mundo unido ao Amor que com
eles também culmina. Por fim, na Casa da Morte, a VIII, a caminhar lentamente
para o fim da sua viagem por Capricórnio, está Plutão. O Rei do Hades, senhor
de pestes e vulcões, traz consigo, gravado no pórtico da vida, o Et in Arcadia Ego, a lembrança
permanente de que a morte também vive na Arcádia. A finitude deve ser para a
humanidade um sentido de finalidade. A proposta de todo este espaço de
culminação anuncia assim, cantando ao som de Hermes e Pã, a chegada da Idade do
Espírito do Santo, aquela que une o Amor de Deus ao Amor da Humanidade, e
iluminando, a partir do cume do céu, está a Senhora do Mundo, a Mãe da
Humanidade.
Do Horóscopo em Gémeos, firmando uma
mensagem que se tem acentuado desde o início do ano, nasce a viagem da palavra
à sabedoria e da sabedoria à palavra. O corpo do Dragão da Lua, enrolado no
eixo horizontal, potencia a necessidade dessa viagem circular. Porém, a
presença de Marte faz da palavra, como da cantiga, uma arma que vence os
opressores, aqueles que impedem a viagem, ou que se torna opressão. Devemos nos
lembrar, porém, que a sabedoria difere do conhecimento por causa da sua visão
de totalidade e a sabedoria não pode imperar no mundo se nele existir injustiça
e desigualdade, daí que a Cauda do Dragão (termos de Vénus, decanato da Lua) e
o Ocaso (Desc.) se unam, em sextil, à Casa de Deus e àqueles que nela habitam.
A sabedoria só culmina se integrar toda a humanidade. Essa é a visão de
totalidade da Mãe do Mundo. Por outro lado, Úrano na XII, na Casa do Mau Espírito,
do lugar que se oculta, assombra a Mansão de Deus. Esta quadratura coloca em
tensão aquilo que une e desune a humanidade no seu próprio tempo, mas também a
sua apreensão do tempo passado e a projecção no tempo futuro. Para servir um
humano em remissão, nega-se o tempo e a história, validando ditadores e
totalitarismos e tornando criminosos em heróis.
Os laços de aspecto que se constroem entre o
Horóscopo e a X e o Horóscopo e a IX obrigam a relembrar um fragmento (F38) de Petosíris
(150-50 AEC), aquele sacerdote que, depois de Hermes e junto de Nechepso, ajudou
a criar a astrologia tal como a conhecemos. Este antigo astrólogo diz-nos que
as quadraturas não são necessariamente más, podendo existir nelas uma grande
força activa (μεγίστην ἐνέργειαν) que indica um carácter operativo
e actual, ou seja, pode existir nelas um poder de efectivação que as torna
benéficos. Ora isto existe em particular nas quadraturas que se fixam junto aos
κέντρα
(pontos cardeais ou angulares). Neste novilúnio, existe uma unidade que, mesmo
com aspectos de suposta tensão, torna activa toda uma proposta de transformação
do mundo e do humano. O Eterno Feminino eleva-se assim sobre o mar.
quinta-feira, 11 de março de 2021
terça-feira, 9 de março de 2021
segunda-feira, 8 de março de 2021
8 de Março: o Assassinato de Hipátia (Dia Internacional da Mulher)
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