quinta-feira, 31 de outubro de 2013

TAROT - Previsões Mensais - Novembro de 2013


Carneiro
De 21 de Março a 20 de Abril

Cartas do Mês
A Imperatriz e o Rei de Espadas
Amor – Um novo amor pode entrar no seu coração. Deixe-o fluir e não racionalize em demasiada.
Saúde – Cuide-se. A sua auto-estima agradece.
Dinheiro – Não seja excessivamente rígido nas suas opções profissionais. As suas finanças vão melhorar.



Touro
De 21 de Abril a 20 de Maio

Cartas do Mês
O Mundo e a Rainha de Paus
Amor – O seu magnetismo pessoal está intenso. Pode atrair a si o relacionamento de que estava à espera.
Saúde – Sente-se saudável e com vigor.
Dinheiro – Foque-se nos seus objectivos e não perca oportunidades. Este é o tempo de evoluir.   



Gémeos
De 21 de Maio a 20 de Junho

Cartas do Mês
A Sacerdotisa e o Cavaleiro de Paus
Amor – Seja ousado. O amor tem de ser apimentado. Uma segunda pessoa pode entrar na sua vida.
Saúde – Bom momento para engravidar.
Dinheiro – O estudo está favorecido. Tem de aprender mais. As viagens de negócios estão protegidas. 



Caranguejo
De 21 de Julho a 21 de Julho

Cartas do Mês
A Roda da Fortuna e o Três de Espadas
Amor – Vai sentir-se desiludido. O passado não vai voltar. Invista primeiro em si e depois no amor.
Saúde – Problemas de circulação. Faça exercício.
Dinheiro – Pode sentir-se traído por um colega de trabalho. Invista na carreira e esqueça a maledicência.



Leão
De 22 de Julho a 22 de Agosto

Cartas do Mês
A Justiça e o Rei de Copas
Amor – Mostre ao seu companheiro que o compreende. O diálogo é fundamental neste período. Oiça primeiro.
Saúde – Seja equilibrado na alimentação. Vigie o peso.
Dinheiro – Vai ser hábil em lidar com assuntos legais e burocráticos. Esteja atento aos pormenores.



Virgem
De 23 de Agosto a 22 de Setembro

Cartas do Mês
O Sacerdote e o Oito de Espadas
Amor – O amor é o que verdadeiramente importa, não deixe que os outros interfiram naquilo que tem.
Saúde – Tome cálcio e proteja os seus ossos.
Dinheiro – A resolução de problemas legais está favorecida. Vigie, com atenção, as suas finanças.



Balança
De 23 de Setembro a 22 de Outubro

Cartas do Mês
O Imperador e o Seis de Paus
Amor – Não duvide do seu coração, confie nos seus sentimentos e siga em frente. A felicidade aproxima-se.
Saúde – Vigie a tensão arterial e o coração
Dinheiro – Se estava à espera de uma promoção ou de aumento salarial, então este é o momento ideal.



Escorpião
De 23 de Outubro a 21 de Novembro

Cartas do Mês
O Louco e o Quatro de Ouros
Amor – Não se prive da sua liberdade, nem se mova pelo apego. Meça as suas palavras e evite discussões.
Saúde – Tenha cuidado com as entorses.
Dinheiro – Não se prenda a um emprego só porque lhe parece estável. Pense na sua realização profissional.



Sagitário
De 22 de Novembro a 21 de Dezembro

Cartas do Mês
O Dependurado e o Rei de Paus
Amor – Se terminou uma relação, faça o seu luto. O tempo de repouso é uma condição para o amor.
Saúde – Se está sem energia, consulte o seu médico.
Dinheiro – Esteja atento! Se sentir o seu emprego em risco, aja, seja audaz e previna-se.



Capricórnio
De 22 de Dezembro a 21 de Janeiro

Cartas do Mês
O Eremita e o Nove de Copas
Amor – Se o seu relacionamento está atravessar uma fase de desgaste, então é tempo reacender a chama.
Saúde – Pode sentir-se cansado. Tome vitaminas.
Dinheiro – Tenha cuidado com os gastos. Os pequenos luxos podem tentá-lo. Faça uma pequena poupança.



Aquário
De 22 de Janeiro a 19 de Fevereiro

Cartas do Mês
O Sol e Dez de Copas
Amor – Este é um período muito harmonioso. O amor está em alta. Esperam-se momentos muito românticos.
Saúde – Vai sentir-se revitalizado e cheio de saúde.
Dinheiro – Poderá entrar um rendimento extra. A sua carreira está também numa fase de crescimento.



Peixes
De 20 de Fevereiro a 20 de Março

Cartas do Mês
O Diabo e Nove de Ouros
Amor – A paixão e a sensualidade vão ser muito importantes neste período, mas evite dualidades.
Saúde – Possibilidade de dores de garganta.
Dinheiro – Vai sentir a necessidade de elevar o seu status. Prevê-se uma entrada extra de capital. 



Pode ler também em Revista Reviver 

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

A Grande Mãe é Virgem


"A Grande Mãe é virgem, mas num sentido diferente do que o patriarcado, mais tarde, entendeu erroneamente como símbolo de castidade. Justamente por ser fecunda e parturiente, ela é virgem, isto é, 'não relacionada' e não dependente de um homem. Em sânscrito, 'mulher independente' é sinónimo de meretriz. Assim, a mulher que não está ligada a um homem é não apenas um tipo feminino universal como também um tipo sagrado na antiguidade. (...)
Por conseguinte, a deusa da fertilidade é tanto mãe como virgem; a hetaira, que não pertence a nenhum homem, mas está pronto a dar-se a cada um. Ela está à disposição de todo aquele que, tal como ela, esteja ao serviço da fertilidade. Voltando-se para o seu ventre, ele serve a ela, a sagrada representante do grande princípio da fertilidade. Deve-se entender o 'véu de noiva', nesse sentido, como o símbolo da kedesha, a meretriz. Ela é 'desconhecida', isto é, anónima. Ser desvelada significa aqui ser desnudada, mas isto é apenas outra forma de anonimato. O factor real e operativo é sempre a deusa, o transpessoal."

Erich Neumann, História da Origem da Consciência, pp. 55-6. Tradução Margit Martincic. São Paulo: Editora Cultrix, 1990.

A Espera de Deus que é Mãe também


"Sob vários nomes também, todos equivalentes a Ísis, conheceram os gregos um ser feminino, maternal, virgem, sempre intacto, não idêntico a Deus e no entanto divino, uma Mãe dos homens e das coisas, uma Mãe do Mediador. Platão fala dela claramente, mas como que em voz baixa, com ternura e assombro, no Timeu."

Simone Weil, Espera de Deus, p. 231. Tradução Manuel Maria Barreiros. Lisboa: Assírio & Alvim, 2ª Edição, 2009.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Da Música como Expressão Divina

O universo tem a sua música, mas nós ignoramos os seus acordes. A divindade criou a sua melodia, mas nós somos incapazes de a ouvir. A harmonia das esferas ecoa, com as suas notas, por todas as galáxias. A música é uma linguagem divina que eleva as almas até ao dimensão do sublime. Todas as outras formas de linguagem têm as suas limitações, a música consegue, no entanto, ultrapassar as fronteiras da razão e da consciência, alcançando o poder ilimitado da sugestão. A música assemelha-se ao mito, pois não diz, mas infere um sentido que está para além daquilo que pode ser pensado. Quem tiver ouvidos para ouvir que oiça a escala divina de notas que criaram o céu e a terra. Esse será a nossa sabedoria, a nossa salvação.  


Pitágoras, Pormenor do Fresco A Escola de Atenas de Rafael (1509-1510). Vaticano: Palácio Apostólico.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Galadriel - A Senhora Branca de Lothlórien



Banda Sonora do Senhor dos Anéis, Galadriel - White Lady of Lothlórien (Nigthwish, Sleeping Sun).

O caso de Galadriel, tanto nos livros, como nos filmes, representa a tentação do poder e os perigos de consciência superior. Esta personagem feminina apresenta-se como uma figuração do Feminino, da Grande Deusa que, pela proximidade do poder do Mal, sente-se tentada, no entanto, resiste e mantém a sua condição. Este é o desafio de qualquer alma numa senda espiritual.


quarta-feira, 23 de outubro de 2013

O Femino em Imagem - VIII (Sibila)


Domenico Ghirlandaio, Sibila, 1483-85. Florença: Santa Trinità.

Eurínome: Deusa de Todas as Coisas e Origem das Sete Potências Planetárias


"No princípio, Eurínome, Deusa de Todas as Coisas, brotou nua do Caos, mas não vendo substância em redor onde firmar os pés, apartou do céu o mar, dançando solitária por sobre as suas ondas. Ao dançar para o sul, descobriu no vento, que se soltava para trás de si  e a cada passo seu, qualquer coisa de novo e distinto com que iniciar um acto de criação. Movendo-se, ondulante, estreitou nos braços esse vento norte, deixou-o deslizar-lhe por entre as mãos, e subitamente viu diante dela Ofião, a grande serpente. Eurínome dançava para aquecer-se, com tão selvático e crescente frenesi que fez Ofião, lúbrico de natureza, enrolar-se naqueles membros divinos, e tomado de desejo unir-se a ela. (...)
Depois ela tomou a forma de pomba e foi incubar por sobre a superfície das águas, e cumprindo-se o tempo, pôs o Ovo Universal. Por ordem dela se enrolou Ofião sete vezes em torno desse ovo, o qual se rompeu e dividiu em dois. Dele brotaram, desordenadamente, todas as coisas que existem e que são a prole dela: o sol, a lua, os planetas, as estrelas, a terra e as suas montanhas, seus rios, suas árvores, e todos os seres vivos.
(...)
A seguir, criou a deusa as sete potências planetárias, pondo à cabeça de cada uma dela um Titã e uma Titânide: Teia e Hiperião reinavam sobre o Sol; Febe e Atlas sobre a Lua; Dione e Crio sobre o planeta Marte; Métis e Ceos sobre Mercúrio; Témis e Eurimedonte sobre o planeta Júpiter; Tétis e Oceano sobre Vénus; Reia e Crono sobre Saturno. O primeiro homem, porém, foi Pelasgo, antepassado dos Pelasgos; nasceu do solo da Arcádia, e outros o seguiram, aos quais ensinou a construir cabanas, a nutrirem-se de glandes, e a coser túnicas de pele de porco, iguais às que usam as gentes pobres de Eubeia e da Fócida."

Robert Graves, Os Mitos Gregos, pp. 33-34. Tradução Fernanda Branco. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 3ª Edição, 2004.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

A Aceitação do Karma



"O homem que aceita e compreende em parte a obra do Karma pode começar imediatamente a construir o carácter, ponderando muito, reflectindo serenamente antes de colocar cada pedra, porque é para a eternidade que constrói. Não mais acumular, ou demolir à pressa, seguir hoje um plano, amanhã outro, e não ter nenhum para o dia seguinte. As indecisões acabaram: agora existe o traçado do carácter, e a edificação faz-se seguindo-o à risca. A  Alma é o arquitecto e, ao mesmo tempo, o pedreiro da obra; já não perde o tempo que perdia no princípio. Por isso os últimos estágios da evolução sucedem-se velozmente, e a Alma, atingida a sua virilidade, torna-se forte e faz progressos espantosos, quase inacreditáveis."

Besant, Annie, Karma, p. 64. Tradução Mário de Alemquer. São Paulo: Editora Pensamento, 6º Edição, 1994.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

O Feminino em Imagem - VII (A Dama e o Unicórnio)


Anónimo, Tapeçarias A Dama e o Unicórnio, Visão, c.1500.
Paris: Museu de Cluny (actual Museu Nacional da Idade Média). 

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

O Feminino em Imagem - VI (Vénus)


François Boucher, O Nascimento de Vénus, 1740. Estocolmo: Museu Nacional.  

A Grande Mãe



" - A Grande Mãe é chamada de vários nomes por muitos homens. Porém, para todos eles, é a Grande Deusa - espaço, terra e água. Como espaço é chamada Éia, pai dos deuses que a fizeram; ela é mais velha que os tempos; é a matriz da matéria, a indiferenciada e pura substância-raiz de toda a existência. Ela também é Binah, a Mãe Supernal, que recebeu Chokmah, o Pai Superno. É a doadora da forma à força amorfa por meio da qual ela pode construir. Também traz a morte, pois o que tem forma precisa de morrer, esgotar-se, a fim de que possa nascer de novo para uma vida mais realizada. Tudo o que nasce deve morrer, mas tudo o que morre deve renascer. Portanto, ela é chamada Marah, a Amarga, Nossa Senhora das Tristezas, pois traz a morte. De forma análoga, é chamada de Géia, pois ela é a mais antiga terra, a primeira forma do amorfo. A Grande Mãe é todas elas e nela elas são vistas, e o que desta forma é de sua natureza, reage a ela que pode exercer o domínio. Suas marés são as suas marés, seus caminhos são os seus caminhos e quem conhecer uma coisa conhece a outra.
   - Tudo quanto surgir do nada, ela oferece. Tudo o que submergir no nada, ela recebe. Ela é o Grande Mar de onde surge a vida, o mar ao qual tudo deve retornar no fim da eternidade.
   - Dentro do Grande Mar nós nos banhamos no sono, mergulhando nas profundezas primordiais, voltando às coisas esquecidas antes da existência do tempo. E a alma é renovada ao toque da Grande Mãe. Quem não puder retornar desta maneira ao primordial não tem raízes na vida, e murcha como grama. Estes são os vivos-mortos, os órfãos da Grande Mãe."

Fortune, Dion, A Sacerdotisa do Mar, pp. 216-7. Tradução Zilda Hutchinson Schild. São Paulo: Editora Pensamento, 2ª Edição, 1992.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

O Feminino em Imagem - V (No Reino de Cupido)


William-Adolphe Bouguereau, Invadindo o Reino de Cupido, 1893. Colecção Privada.

O Feminino em Imagem - IV (Leda e o Cisne)


Corregio, Leda e o Cisne, 1531(Cópia Eugenio Cajés). Madrid: Museu do Prado.

Eros e Psique



Antonio Canova, Eros e Psique, 1786-93. Paris: Museu do Louvre.

Luz sobre o Caminho



"Cada homem é para si próprio, em absoluto, o caminho, a verdade, e a vida. Mas é-o apenas quando firmemente toma posse da sua individualidade e pela força da sua vontade espiritual desperta reconhece essa individualidade como sendo, não o seu próprio ser, mas aquela coisa que com dor criou para seu uso por meio da qual se propõe, à medida que o seu progresso se reflecte na sua inteligência, atingir a vida além da individualidade. Quando ele reconhece que para isto existe a sua estranha vida completa e separada, e então, e só então, ele está no caminho. Procurai-o aprofundando os abismos misteriosos e gloriosos do vosso próprio ser mais íntimo. Procurai-o pondo à prova toda a experiência, utilizando os sentidos para compreender o crescimento e a significação da individualidade e a beleza e obscuridade desses outros fragmentos divinos que lutam a vosso lado, e constituem a raça a que pertenceis. Procurai-o pelo estudo das leis do ser, das leis da natureza, das leis do sobrenatural; e procurai-o pela profunda genuflexão da alma à pálida estrela que brilha dentro de vós. Pouco a pouco, à medida que velais e adorais, a sua luz tornar-se-á mais forte. Então podereis saber que achaste o princípio do caminho."


Collins, Mabel, Luz sobre o Caminho, p.15. Tradução Fernando Pessoa. Lisboa: Assírio & Alvim, 2002.

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Tarot: Um Itinerário Divino em Imagens

O Indeterminado
A Origem Incognoscível
O Inominável
(no plano humano, representa o Peregrino)

                                      
  O Pai Divino                                                      A Mãe Divina
 A Vontade                                                         A Sabedoria

O Amor Divino
A União do Pai e da Mãe
A Génese do Filho

O Filho Divino
O Logos
A Palavra Divina
O Amor Divino em Acto

O Ser Humano
A Centelha Divina

domingo, 13 de outubro de 2013

Do Dogma à Sabedoria

Yogananda fala de Lahiri Mahasaya, discípulo de Babaji.

"O grande guru ensinava os seus discípulos a evitarem discussões teóricas sobre as Escrituras Sagradas. «Só aquele que se dedica a realizar, e não apenas a ler, as antigas revelações, pode ser considerado sábio», dizia. «Resolva todos os problemas através da meditação. Substitua as especulações religiosas inúteis pelo verdadeiro contacto com Deus. Limpe a mente do entulho teológico dos dogmas, para que nela possam penetrar as águas frescas do poder curativo e da percepção directa. em sintonia com a efectiva Orientação interior. A Voz Divina tem a resposta para todos os dilemas da vida. Embora a criatividade humana para se meter em dificuldades pareça não ter fim, o Socorro Infinito não é menos inventivo.»"

Yogananda, Paramahansa, Autobiografia de um Iogue, pp. 353-4. Tradução António Olinto e Lucia Sweet-Lima. Lisboa: Dinalivro, 2008. 

sábado, 12 de outubro de 2013

Apostola Apostolorum

Noli me Tangere por Fra Angelico


11Maria estava junto ao túmulo, da parte de fora, a chorar. Sem parar de chorar, debruçou-se para dentro do túmulo, 12e contemplou dois anjos vestidos de branco, sentados onde tinha estado o corpo de Jesus, um à cabeceira e o outro aos pés. 13Perguntraram-lhe: «Mulher, porque choras?» E ela respondeu: «Porque levaram o meu Senhor e não sei onde o puseram.»

14Dito isto, voltou-se para trás e viu Jesus, de pé, mas não se dava conta que era Ela. 15E Jesus disse-lhe: «Mulher, porque choras? Quem procuras?» Ela, pensando que era o encarregado do horto, disse-lhe: «Senhor, se foste tu que o tiraste, diz-me onde o puseste, que eu vou buscá-lo.» 16Disse-lhe Jesus: «Maria!» Ela, aproximando-se, exclamou em hebraico: «Rabbuni!» - que quer dizer: «Mestre!» 17Jesus disse-lhe: «Não me detenhas, pois ainda não subi para o Pai, mas vai ter com os meus irmãos e diz-lhe: 'Subo para o meu Pai, que é vosso Pai, para o meu Deus, que é vosso Deus.'» 18Maria Madalena foi e anunciou aos discípulos: «Vi o Senhor!» E contou o que Ele lhe tinha dito.

Evangelho de São João, 20, 11-18. Fonte: http://www.capuchinhos.org


Do Amor


AMOR

"De todas as qualidades, o Amor é a mais importante, pois sendo bastante forte num homem, obriga-lhe a aquisição de todas as demais qualidades, que não bastariam sem o Amor. Frequentemente é expresso como um intenso desejo de se libertar da roda dos nascimentos e das mortes e de se unir a Deus. Entendê-lo, porém, desse modo, denota egoísmo e abrange apenas uma parte da sua significação. Não é tanto o desejo, como a vontade, a resolução, a determinação. Para produzir seus resultados, essa resolução deve encher de tal modo toda a tua natureza que não deixe lugar para qualquer outro sentimento. É, na verdade, a vontade de ser uno com Deus, não para escapares à fadiga e ao sofrimento, mas para que, pelo teu profundo amor por Ele, possas agir com Ele. E porque Ele é Amor, tu, se quiseres unir-te a Ele, deves encher-te de profundo desinteresse e de amor."

Krishnamurti (Alcione), Aos Pés do Mestre, pp. 30-1. São Paulo: Editora Pensamento/Cultrix, 2004.

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Templo de Ísis em Philae


Templo de Ísis, Philae, Egipto.             Wikipedia

Algumas Reflexões Mitológicas acerca do Signo de Balança


Balança é o sétimo signo da roda do Zodíaco e forma com Carneiro o eixo que indica a oposição/complementaridade entre a Personalidade e a Alteridade. Na viagem da Alma, o Eu conhece o Outro, transfere o conhecimento de si, a sua identidade, para apreender a visão mística da polaridade. 

Na atribuição dos Doze Trabalhos de Héracles a cada um dos signos, Balança tem a sua expressão na captura do javali de Erimanto. Segundo Robert Graves, em Os Mitos Gregos, "agarrar viva uma fera tão bravia, era uma tarefa extraordinariamente difícil, mas mesmo assim, lançando gritos estridentes, conseguiu fazê-la sair do meio de um mato, impeliu-a para um buraco muito fundo atulhado de neve, e aí saltou-lhe para o dorso. Prendeu-a com correntes, e carregou-a, viva, aos ombros, até Micenas."(p.482). É de salientar que a tarefa de Héracles era a de capturar o animal vivo. O herói tinha de domar a fera, a pulsão primordial. Esse exercício exigia uma passagem do caos - a fera indomada - para a ordem - a fera acorrentada. 

Outros dois aspectos que são de referir neste mito é o da morte de Folo e o do ferimento de Quíron. Herácles foi convidado a jantar com Folo. Este, com a devida hospitalidade, serviu carne assada ao herói, porém o jarro de vinho não foi aberto, pois era pertença de todos os centauros. No entanto, o aroma do vinho acabou por captar o olfacto apurado dos centauros, os quais violentamente atacaram Herácles. Alguns tombaram no seu ataque e, quando um flecha disferida por engano atravessou o braço de Elato, o herói percebeu o seu erro. A flecha passou o braço do centauro e cravou-se no joelho de Quíron, o mais sábio de todos centauros, o mestre dos heróis. A ferida era incurável e as dores eram atrozes. Entretanto, a luta terminou, os restantes centauros fugiram e Folo estava a enterrar os seus companheiros. Arrancou uma das flechas e pôs-se a examiná-la e é, neste momento, que a seta lhe foge das mãos e lhe atravessa o pé, matando-o de imediato. 

O sétimo trabalho de Herácles é marcado por estes dois episódios: a captura do javali e a luta contra os centauros. No primeiro, é importante referir que Herácles não usou somente a força, ele monta uma armadilha para capturar o animal, recorrendo à inteligência e à habilidade. No segundo, a desmedida da força faz com que, pela sua acção, dois amigos sofram a consequências: dor e morte. A atribuição deste sentido ao signo de Balança revela o imperativo do equilíbrio e da inteligência. É um engano pensar-se que este signo indica o equilíbrio e a justiça como estado, pois a sua natureza é a da busca e da finalidade. Os nativos de Balança tem perante si este enorme desafio que é o de encontrar a justa medida, a harmonia entre as polaridades. 


Se observarmos o glifo do signo, podemos constatar que o elemento superior se assemelha com a última letra do alfabeto grego, o ômega, o que contribui para noção de finalidade e de feminino, pois este signo é regido por Vénus e a letra grega é feminina, em oposição ao alpha que é masculino. O elemento inferior é uma linha, o que indica o caminho, a viagem. Alice Bailey, n´Os Trabalhos de Hércules, diz que "dever-se-ia assinalar que o ponto de equilíbrio (...) é uma condição dinâmica, não estática, um sistema balanceado de energias poderia ser uma definição mais adequada" (p.131). A natureza deste equilíbrio e o significado da sétima casa, sede deste signo, faz com que a Balança seja consagrado o hieros gamos, o casamento sagrado entre o masculino e o feminino. A constelação de Balança está justamente entre a de Virgem e a de Escorpião. 


Quando observamos os glifos deste dois signos, é imediata a percepção da sua complementaridade. O M poderia ser o M de Maithuna, palavra em sânscrito que indica a união sexual. As pernas finais da letra são um reflexo dessa dinâmica de polaridade. A Balança colocada entre esses dois signos atinge a sua suprema realização quando conseguir atingir o ponto de equilíbrio e passar de um estado de tensão para um de harmonia. Esta união mística atingirá o seu ponto último quando o peregrino chegar à constelação de Peixes, aqui a polaridade resultará numa integração no Uno.  

Obras utilizadas:
Bailey, Alice A., Os Trabalhos de Hércules. Tradução J. Treiger. Niterói (Brasil): Fundação Avatar, 2008.
Graves, Robert, Os Mitos Gregos. Tradução Fernanda Branco. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 3º Edição, 2004.      

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Uma Melodia para a Madalena

A harpista Ani Williams, no seu cd Garden of the Magdalene, tem um faixa intitulada "Garden of Blue Roses", a qual foi cantada e tocada ao vivo em Brenac, Languedoc, França. Deixamos aqui o vídeo:

Vídeo You Tube

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Palavras de Maria Madalena

Visão de Maria

«Eu - disse - vi o Senhor numa visão e disse-lhe: "Senhor, hoje vi-te numa visão". Ele respondeu e disse-me: "Bem-aventurada sejas, porque não te perturbaste ao ver-me, porque ali, onde está o Intelecto, ali está o tesouro". Eu disse-lhe: "Senhor, agora, o que o vê a visão vê-a em alma ou em espírito?". O Salvador respondeu e disse: Não a vê nem em alma nem em espírito, mas é, sim o Intelecto que se encontra no meio deles o que vê a visão (...)».

Evangelho de Maria (Madalena), 10. António Pinero, José Montserrat Torrents e Francisco García Bazán, Evangelhos Gnósticos, Biblioteca de Nag Hammadi - II. Lisboa: Ésquilo, 2005.


Códice Papiráceo BG 8502 - Evangelho de Maria

Entre a Atracção e a Necessidade

Existe uma complementaridade entre a Lei da Atracção e a Lei da Necessidade. Se, por um lado, aquilo que pensamos, dizemos e fazemos condiciona a nossa existência, ou seja, atrai de forma orientada os acontecimentos, por outro lado, as situações surgem na nossa vida não por acaso, mas sim por necessidade, uma vez que se apresentam numa perspectiva didáctica. Deparamos-nos com aquilo que temos de aprender, pois toda a existência tem uma natureza didáctica. Porém, pela força do livre-arbítrio, utilizamos a atracção do semelhante para minimizar a dureza dos esforços do ensino da consciência. É claro que se está a considerar uma predisposição para a aprendizagem da alma, caso contrário aquilo que se atrai é uma semelhança com padrões negativos de pensar, sentir e estar. O semelhante atrai o semelhante, logo a nossa dimensão de ser e a nossa consciência de si está condicionada por aquilo que atraímos para a nossa vida. De uma outra forma, também a Necessidade só nos entrega os desafios que somos capazes de ultrapassar. É entre a Atracção e a Necessidade que a evolução é possível. 


Anagkê e as Moirai - Ilustração de uma Edição da República de Platão
   

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Uma Oração a Ísis: O Burro de Ouro de Apuleio



- Rainha do céu - sejas tu a Ceres nutriz, mãe e criadora dos cereais, que, transbordante de alegria por teres encontrado a tu filha, puseste fim ao antigo e selvagem costume de comer bolotas, mostrando-nos como desfrutar de um tenro alimento, e agora cultivar os campos de Elêusis; sejas tu a Vénus celestial, que nos primeiros tempos do mundo uniste os sexos opostos, ao conceber o Amor, e garantiste a propagação do género humano através de um eterna renovação da sua descendência, sendo agora objecto de culto em Pafos, num templo circundando por ondas; sejas tu a irmã de Febo, que alivias com remédios calmantes as dores de parto, ajudando assim a criar multidões de povos, e és agora alvo de veneração nos ilustres santuários de Éfeso; sejas tu Prosérpina, que inspiras terror com os lamentos nocturnos e cuja face triforme detém o avanço dos espectros, ao manter encerrada a passagem para os superiores domínios terrestres, tu que andas errante por bosques diversos e és propiciada através de cultos vários. Com essa tua luz feminina, alumias todas as muralhas, e com esse calor húmido alimentas as férteis sementes e, em tuas solitárias circunvoluções, dispensas uma luminosidade incerta - seja qual for o nome, o rito, a aparência com que for lícito invocar-te: vem tu agora em meu auxílio, na meta extrema das minhas provações, fortalece tu a minha desfalecida fortuna, concede-me tu a paz e o sossego, no termo de tão cruéis desventuras; já basta de canseiras; já basta de perigos!  

Apuleio, O Burro de Ouro, 11, 2. Tradução de Delfim Leão. Lisboa: Livros Cotovia. 2007.


O Mistério do Tarot: A Sacerdotisa



O segredo que esta carta encerra é o centro do mistério do Tarot. Este Liber Mundi, tecido em imagens e símbolos, guarda um enigma que carece de revelação. A verdadeira Luz está oculta por detrás do véu da Sacerdotisa.