Erguido o Humano
Erguei-vos etéreos sopros de revolta
Erguei-vos ígneas rochas de assalto
Tornai vosso o gume de uma palavra
A sombra férrea que só vós ergueis
E contra quem do alto ignora e nega
Sê o grito lançado de uma revolução
Erguei-vos cruzes anónimas sem rosto
De incautos e inocentes democratas
Contra as ditaduras de hoje e amanhã
Erguei-vos agora contra a fúria ébria
De vozes desumanamente intolerantes
Erguei-vos servos da impotente inacção
Erguei-vos ó desinteressado auditório
De sensibilidade vazia gelada e casta
De uma castrada conveniente empatia
Erguei-vos gente de caridade pregada
Sem alma ou espírito de transformação
Erguei-vos passivos e ocos cantadores
Erguei-vos crianças senhoras do futuro
Tomai como vossa a utopia do agora
Erguei-vos hoje esclarecidos humanos
25 de Janeiro de 2020
RMdF