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sexta-feira, 3 de dezembro de 2021

Eclipse Solar Total (Lua Nova em Sagitário): Reflexões Astrológicas

 Reflexões Astrológicas


Eclipses


Eclipse Solar Total 

(Lua Nova em Sagitário)


Lisboa, 07h43min, 04/12/2021

 

Sol-Lua

Decanato: Lua

Termos: Vénus

Monomoiria: Lua

 

            O eclipse solar total de 4 de Dezembro marca o fim anunciado da presença do Dragão da Lua, do eixo nodal, sobre o eixo Sagitário-Gémeos. Os nodos só chegarão ao eixo Escorpião-Touro no dia 18 de Janeiro de 2022, mas este eclipse marca o termo da mensagem, da sua proposta de sentido. O caminho da Sabedoria à Palavra será substituído por aquele que leva a Morte à Vida, que define o valor que vai da qualidade da morte até ao modo de viver. Essa via eleita de criação e mistério foi proclamada como um prenúncio ou sinal no eclipse lunar do passado dia 19 de Novembro, todavia, a mensagem do Dragão da Lua sobre os signos de Sagitário e Gémeos ainda se faz notar e marcará de uma forma mais intensa o período até ao dia 18 de Janeiro.

            Este eclipse pertence à série Saros 152, uma série recente, iniciada no século XIX. O facto de esta série estender-se de 1805 até 3049 mostra e revela uma proposta de futuro e a criação de uma nova individualidade e de nova autoridade, visto que se inicia e se finda em eclipses no signo de Leão. A série Saros 152 é marcada pelo sentido do poder seja ele sobre si próprio, sobre os outros ou sobre a terra. O primeiro eclipse, a 26 de Julho de 1805, é definido necessariamente pelas guerras napoleónicas. Nesse ano, Lord Nelson derrota Napoleão em Trafalgar, mas, por sua vez, Napoleão vence, em Austerlitz, de forma marcante, a Terceira Coligação. Este foi um ano de luz e sombra para a Europa e para o leonino Napoleão.

            A primeira fase da série terminará com o eclipse de 21 de Outubro de 1949. Nesse ano, uns dias antes e sob o patrocínio de Balança, é criada a República Popular da China sob a liderança de Mao e a República da China é recolocada em Taiwan, mas também, na Europa, nasce a República Democrática Alemã (RDA). Uns meses antes, é criada a NATO e termina a Primeira Guerra Indo-Paquistanesa, bem como a guerra Árabe-Israelita, a Guerra de Independência para os israelitas e “A Catástrofe” para os palestinianos.

            Por outro lado, a fase central da série Saros, ou seja, a fase dos eclipses totais, apresenta três eclipses até ao actual: o de 2 de Novembro de 1967, o de 12 de Novembro de 1985 e o de 23 de Novembro de 2003. Nos dois primeiros, sob a égide de Escorpião, encontramos, em 1967, a Guerra dos 6 Dias e a consequente ocupação israelita da Faixa de Gaza, da Península do Sinai, da Cisjordânia e dos Montes Golã, já em 1985, encontramos na URSS a ascensão de Gorbatchov ao poder, o fim da Ditadura Militar no Brasil e da Guerra do Líbano, bem como o escândalo, no segundo mandato de Reagan, da venda de armas americanas ao governo iraniano de Khomeini.

            De um outro modo, temos nesse mesmo ano o grande terramoto na Cidade do México com milhares de mortos (19 de Setembro) e algumas horas após o eclipse, já no dia 13 de Novembro, a tragédia de Armero com a erupção estratovulcão Nerado del Ruiz em Tolima, Colômbia, com cerca de vinte mil mortos. A influência nefasta de Escorpião é notória. Por fim, o eclipse de 2003 une-se ao um eclipse lunar, do qual já falámos aquando do eclipse lunar parcial de 19 de Novembro de 2021, e que determina os acontecimentos em torno da Guerra do Iraque e do fim do regime de Saddam Hussein.

            Se, por um lado, a série Saros 152 confirma uma forte influência político-militar, por outro lado, com Sagitário a marcar a hora e a acolher o encontro eclipsado dos luminares e com o mapa da visibilidade do eclipse de 4 de Dezembro definimos a sua influência geográfica. Sagitário rege, segundo Ptolomeu (Apotelesmática, II, 3), Tirrénia ou Etrúria (Toscana, Lácio e Úmbria), a Celtica, a Espanha e a Arabia Felix (Iémen e Omã), já segundo Hiparco, Creta, Sicília, Itália, Ibéria (Heféstion de Tebas, Apotelesmática, I, 1). Segundo Valente (Antologia, I, 2), governa a Etrúria (Itália), Gália (França), Espanha, Arabia Felix (Iémen e Omã), Cilícia, Creta, Sicília, Itália, Chipre, o Mar Vermelho, Casperia, as nações junto ao Eufrates, Mesopotâmia, Cartago, Mar da Líbia, o Adriático, o Atlântico, os Tribálios (povo ilírio ou trácio), a Báctria (Afeganistão, Tajiquistão, Uzbequistão, Paquistão e China), o Egipto e as regiões circundantes.

            Já o mapa da visibilidade do eclipse coloca-o na Antárctida, Sul de África e no Atlântico Sul. Não nos coloca este numa área de particular relevância nas alterações climáticas e na nova variante ómicron do vírus SARS-CoV 2? E não será a Antárctida o continente determinante para o futuro do planeta Terra?

            O eclipse solar coloca o respectivo encontro dos luminares no mesmo lugar onde Sagitário marca a hora, no Leme da Vida, com o Sol e a Lua ainda abaixo do horizonte, no Segmento de Luz (αἵρεσις) nocturno, aguardando a iminente hora de alba, na decanato da Lua, termos de Vénus e monomoiria da Lua. Esta é uma posição que, tendo em conta o Eclipse Solar Total, confere uma qualidade radical de ocultação da luz, de um manto negro caído sobre o mundo e a humanidade, mas também de espera e esperança, de seguir a Sabedoria que revela a luz oculta e que nos confirma que essa mesma luz chegará.

            Nesta hora escura, a única luz acima do horizonte é Marte em Escorpião, no lugar do Mau Espírito (κακός δαίμων). É, porém, impossível não reconhecer aqui as semelhanças com o tema do Eclipse Lunar Parcial de 19 de Novembro, onde Sagitário também marcava a hora e onde Marte era igualmente a luz mais alta. No entanto, neste evento astrológico, Marte ascende sozinho.  

            O mais positivo dos astrólogos contemporâneos, renegando o olhar nefasto dos astrólogos antigos sobre a sombra dos eclipses, terá com certeza dificuldade em não sentir aqui o peso, a gravidade, da destruição e da morte, da opressão e do sofrimento. Naturalmente, onde existem trevas, existe luz, pois mesmo ocultada brilhará na noite escura, sob o manto do sábio, na chama da fé e da sabedoria, da Deusa Pistis-Sophia. A via eleita traz-nos sempre rosas rubras de espinhos aguçados. Ilude-se quem pensar que dar as mãos em grupinho e pensar positivo evita o horror da realidade. E Marte em Escorpião sobre a sombra que recai nos luminares obriga a esse choque com o real. Não existe uma verdadeira transformação pela luz se vivermos dissociados da realidade numa qualquer bolha de ilusão espiritual.

            A chegada próxima de Júpiter a Peixes, onde se encontra Neptuno, força a visão de totalidade e a expansão inevitável do horizonte que é a empatia e a compaixão. A quadratura de Neptuno, em Peixes, agora Directo, ao Sol, à Lua e a Mercúrio em Sagitário surge hoje como súplica, como um pedido urgente de se unir a Sabedoria ao Amor Universal. Se virarmos as costas ao outro, ignorando quem sofre, porque embarcámos numa viagem até ao templo de todas ilusões, de todas as vaidades, não existe salvação para a humanidade e a sombra triunfará.

            Na sombra, a luz dos luminares une-se em sextil a Júpiter e Saturno. A luz constrói sob o seu próprio véu uma resistência que perdura no espaço e no tempo. Se a humanidade se unir à sabedoria, a luz triunfará. Essa é a proposta de acção deste sextil e, considerando-se que um sextil traz consigo maior liberdade que um trígono, ou seja, força a acção sobre o possível e não sobre o destino, a estruturação que, no signo da humanidade (Aquário), Júpiter e Saturno concedem permite um acto transformador da vontade, aquele que no signo da sabedoria (Sagitário) leva a sua dádiva à palavra, à construção da realidade (eixo nodal Sagitário-Gémeos).

            A posição posterior de Mercúrio face ao Sol apela a esse lado criador da palavra. Mercúrio, enquanto Estrela da Tarde, gera a poesia da realidade, a representação do sentido profundo dos mistérios. Em Sagitário, a palavra de Mercúrio torna-se assim viagem, elemento radical de passagem. Porém, também ela se ressente da luz eclipsada com quem partilha a presença, adquirindo, desse modo, uma qualidade de potência não efectivada, mas consciente do espaço e do tempo.

            No Lugar do Viver (II), onde se cria o modo de vida, atribuindo-lhe um valor, o amor beija a morte no signo do poder (Vénus e Plutão em Capricórnio). A longa estadia de Vénus em Capricórnio (de 5 de Novembro a 6 de Março), incluindo o período retrogradação (de 19 de Dezembro a 29 de Janeiro) concede uma união do amor ao poder ordenado do tempo. Esta posição conjuga, por força da necessidade, aquilo se deseja e se atrai com aquilo que se faz e se almeja. Ora, neste lugar, existe uma ligação tripla entre o amor, o poder e o viver e o valor da vida é encontrado nessa ligação.

            A expressão de Vénus funde-se com a Plutão, trazendo a morte, o renascimento e a transformação para essa valor da vida. Face ao facto do Segmento de Luz dominante ser o nocturno, Vénus torna-se o grande benéfico espalhando as suas bênçãos até Marte (sextil), Úrano (trígono) e Neptuno (sextil). Com este último, o Amor Universal surge como valor e fundação, mas é com Marte e Úrano que a sua acção é determinante, pois, pela intensidade da dádiva, atenua a sua acção nociva.

            Para se avaliar o peso que o eixo Marte-Úrano coloca, de uma forma, sobre os luminares e Mercúrio e sobre o corpo do Dragão da Lua, visto que envolve o eixo do horizonte, mas também sobre o Júpiter e Saturno e, de outra forma, sobre Neptuno (trígono), sobre Vénus e Plutão (sextil) e sobre o Ponto de Culminação (sextil), temos que considerar o sentido do termo δαίμων. Este nasce com o sentido de deus ou deusa, de divindade ou poder divino, mas também de alma, em especial, das almas da Era de Ouro, e dessa forma tem também sentido de destino, do lote ou quinhão que coube ou foi distribuído a cada um. Ora é a partir daí que nasce o significado de génio, de demiurgo, de ser de passagem, desenvolvendo-se, com uma acepção muito negativa e deturpada, enquanto demónio. Na astrologia, o termo surge essencialmente associado a dois lugares ou casas (XI e XII) e a um lote ou parte (Lote ou Parte do Espírito), mas também em íntima relação com o termo τύχη, Fortuna.

            Úrano em Touro no Lugar da Má Fortuna (κάκη τύχη) e Marte em Escorpião em Lugar do Mau Espírito (κακός δαίμων) trazem consigo e levam aos outros o sentido maligno de uma má mediação seja ela pelo Espírito ou pela Fortuna. A Revolução da Terra (Úrano em Touro) e a Força do Renascimento (Marte em Escorpião), em conjugação com a propínqua mudança do eixo nodal, conduzem a um leque de transformações intensas que, na maioria dos casos, não surgirão de forma pacífica ou benigna. A pandemia está longe de estar controlada ou ultrapassada. As alterações climáticas vão ser cada vez mais evidentes e os seus efeitos mais destrutivos.

            As crises financeiras, em especial, aquelas relacionadas com cripto-moedas e com novas formas de especulação, nomeadamente imobiliárias, estão à espreita. As desigualdades sociais e as migrações, com a crise dos refugiados, forçam o sentido fundamental da solidariedade. Os movimentos de extrema-direita ameaçam as democracias. Os conflitos geopolíticos e militares podem surgir ou agravar-se.

            As quadraturas de Marte a Júpiter e Saturno e destes a Úrano potenciam estas situações. Estes não são tempos de paz, mas também não deixar de ser tempos de fé e esperança. Neptuno junto ao Ponto Subterrâneo faz do Amor Universal e da fé uma fundação da realidade. Por outro lado, o Ponto de Culminação em Virgem recentra o serviço ao próximo e ao planeta como cume e salvação.  

            Júpiter e Saturno, lado a lado, no Lugar da Deusa (III), continuam a estabelecer os pilares da realidade. No entanto, pelo facto do Eclipse se fixar no segmento de luz nocturno, Saturno torna-se o grande maléfico. O senhor do tempo impede a expansão de Júpiter, restringe e constringe as suas dádivas, ou seja, Saturno coloca a Roda da Necessidade sobre o Bem, a Beleza e a Justiça. Némesis determina assim a acção. No Lugar da Deusa, Júpiter e Saturno reafirmam o imperativo de se criar novas formas de comunicação e conhecimento, pedem portanto uma mediação assente na Sabedoria.

            Vivemos num tempo que ameaça o valor da verdade e onde o imediatismo desfaz a exigência do rigor. Ora a ligação de Júpiter e Saturno ao Dragão da Lua (trígono à Caput Draconis e sextil à Cauda) confere um poder de disposição e ordem à sua proposta de sentido e, por estarem no Lugar da Deusa, traçam um caminho de salvação, de catarse, que é o Eterno Feminino, o regresso da Deusa Sophia. A Palavra, o verbo que cria, nasce da Sabedoria e a via do futuro é esse caminho de origem.

            O encontro eclipsado dos luminares no decanato e monomoiria da Lua e termos de Vénus, num signo masculino, mas intimamente relacionado com a Sabedoria e com a Deusa Pistis-Sophia, traz a este eclipse um simbolismo profundo que faz da Grande-Mãe, da Sabedoria, esse elemento de passagem que traz a luz das trevas, tornando-a a Iluminada e Iluminadora. Nesse sentido, é a Virgem Negra que carrega em si, qual gestante, a Luz da Sabedoria. Os eclipses, sob a égide do eixo nodal Sagitário-Gémeos, concedem o dom da viagem e da passagem, do caminho entre dois elementos.

            Da Sabedoria à Palavra, o Novo Humano nascerá, formando-se na nova senda, aquela vai da Morte ao Viver. Esta proposta de sentido e, sobretudo a transformação exigida pela mudança axial, vai vigorar, intensificando-se, desde este eclipse até ao eclipse solar parcial do dia 30 de Abril de 2022. A Luz, de uma forma de outra, fará o seu caminho, mas somos que escolhemos onde ela brilhará.      

Lua em Sagitário: De 3 a 5 de Dezembro de 2021

 
Lua em Sagitário: das 12h13min de hoje às 11h31min do dia 5.

terça-feira, 25 de maio de 2021

Eclipse Lunar Total - Eixo Sagitário-Gémeos: Reflexões Astrológicas

 Reflexões Astrológica

Eclipse Lunar



Eclipse Lunar Total

Eixo Sagitário-Gémeos

(Lua Cheia)


Lua
Decanato: Mercúrio
Termos: Júpiter
Monomoiria: Lua

Sol
Decanato: Júpiter
Termos: Mercúrio
Monomoiria: Lua


O primeiro eclipse de 2021 é um Eclipse Lunar Total, o último eclipse lunar do eixo nodal Gémeos-Sagitário e o último eclipse total da série Saros 121. Este é quiçá o primeiro aspecto que se deve ter em consideração na análise deste eclipse. As séries Saros, a par dos ciclos metónicos, representando estes uma continuidade dos primeiros, são os dois maiores contributos da Antiguidade para a análise cíclica dos eclipses. As séries Saros têm origem babilónica e apresentam cada uma cerca de 70 eclipses que ocorrem a cada 18 anos, começando por serem parciais e à medida que se aproximam do Equador passam a totais, para voltarem depois a parciais. Ora a série Saros 121 iniciou-se a 6 de Outubro de 1047. Três dias depois morreu o Papa Clemente II e Bento IX, que já havia sido papa em dois momentos anteriores, reassume o poder. Este foi o papa que excomungou o Patriarca de Constantinopla que, por sua vez, excomungou Bento IX, tendo-se criado assim as condições para o Grande Cisma.

Se elaborarmos o tema deste eclipse, que ocorreu em Carneiro, e Ptolomeu diz-nos que este rege a Germânia, ora Clemente II era germânico e tinha relações estreitas e preferenciais com o Sacro-Império, compreendemos então que quer a morte e a mudança do poder papal, quer os indícios do Cisma são astrologicamente evidentes (e.g. o regente do Asc. poente e em conjugação com Marte; e Plutão em conjugação com MC). Naturalmente, o tema deverá ser colocado em Roma. A localização nos temas astrológicos mundanos - sejam lunações, eclipses ou outros - tem, por um lado, um valor de ὁμφαλός, de umbigo do mundo, de lugar electivo, e, por outro, do potencial indicado pela expressão urbi et orbi, ou seja, o valor que se encontra, por exemplo, em Lisboa estende-se, enquanto lugar electivo, ao resto do mundo. A parte infere o todo e o tempo e o espaço fixam assim o sentido.

Embora a tradição nos diga que o primeiro eclipse de uma série Saros nos dá alguns indicadores de toda a série, o primeiro eclipse total tende a reforçar e aumentar esses indicadores. Na série Saros 121, o primeiro eclipse total foi a 13 de Julho de 1516. Ora a 24 de Agosto de 1516, dá-se a Batalha de Marj Dabiq, na qual os Otomanos, chefiados pelo Selim I, derrotam os Mamelucos e ganham o controlo do Egipto, da Arábia e do Levante. Se fizermos o tema do eclipse para Alepo, dado que Dabiq ficava próximo, compreendemos a importância do eclipse e da série Saros em que se insere para um conjunto de mudanças políticas e civilizacionais que ainda hoje se sentem. O eclipse ocorre em Capricórnio que, segundo Heféstion de Tebas, rege, entre outros, parte do Egipto, a Síria e a Cária. Por exemplo, o Horóscopo (Asc.) em Carneiro, conjunto a Marte, é um forte indicador de uma guerra iminente e, já no primeiro grau de Leão, a conjunção do Sol a Júpiter sugere também uma nova ordem, um novo poder.

No Eclipse de 26 de Maio, que ocorre em Sagitário, o Horóscopo recai em Leão, isto para Lisboa, o lugar a partir do qual se está a olhar o mundo. Entre outros, Sagitário rege, segundo Ptolomeu, a Espanha e a Arabia Felix (Iémen e Omã), já segundo Hiparco, também a Sicília e, segundo Odapso, ainda a Mesopotâmia (Médio Oriente), o Mar Vermelho, a Síria, o Egipto e Cartago (Norte de África). Por seu lado, Leão rege, segundo Vétio Valente, a Gália (França), o Proponto (Turquia, Mar de Mármara), a Galácia (Turquia, Ancara), a Trácia (Grécia, Macedónia, Bulgária e Turquia Europeia), a Fenícia (Palestina, Israel e Líbano), a Líbia, a Frígia (Turquia), a Síria e Pessino (Turquia). Como é facilmente compreensível pelos lugares enunciados, estas são regiões de conflitos e tensões nos nossos dias, sejam pela guerra como no caso da Síria, da Palestina e de Israel e do Iémen, sejam pela crise dos migrantes e dos direitos humanos como nos casos da Síria, da Turquia, da Grécia, do Norte de África, de Itália, de França e agora de Espanha (Ceuta). A Humanidade para subsistir terá de olhar para o Humano, não com um conjunto de lugares comuns pseudo-espirituais, reproduzidos vezes conta, mas sim com um pensamento estruturado e um intelecto agente que dê um sentido profundo à vontade e à acção. Enquanto persistir a ideia de que existem humanos de primeira e humanos de segunda e que existe um direito natural de uns a uma determinada terra ou lugar, a Humanidade como princípio e realidade agregadora está condenada.

A tradição astrológica diz-nos que os eclipses têm uma maior intensidade quando ocorrem acima do horizonte, excepto o caso de se darem no Lugar do Sob a Terra (IV), o que não é o caso do nosso eclipse de 26 de Maio. Porém, fixa-se na V, na Boa Fortuna (ἀγαθή τύχη), o que lhe confere um poder criativo potencial, mas não ainda efectivo. Esse princípio é confirmado pelo facto do seu regente, Júpiter, se encontrar no Lugar da Morte, na VIII, todavia, está em Peixes. A partilha de Sagitário e Peixes da regência de Júpiter aponta aqui para um caminho. Se Sagitário indica a Sabedoria e Peixes a Fé, podemos construir como ponte para futuro, essa proposta humana de conciliar a Sabedoria e a Fé. A Deusa Pistis-Sophia (Fé-Sabedoria) expande, de acordo com o poder de Júpiter, o seu potencial criador e renovador. Note-se, por exemplo, que a Lua está nos termos de Júpiter e o Sol no decanato de Júpiter. Deve-se também ter em consideração o facto do último eclipse da série Saros 121 ocorrer em Peixes, a 18 de Março de 2508. Existe aqui uma anunciação das forças benéficas e expansivas (Júpiter) da Deusa Pistis-Sophia (Peixes-Sagitário). Esta é proclamação da Idade do Espírito Santo, do regresso do Eterno Feminino.

O Dragão da Lua continua a marcar, até ao fim do actual ciclo no eixo Gémeos-Sagitário, uma mensagem que está em harmonia com a anunciação da Deusa Pistis-Sophia. A sabedoria da palavra (Sagitário-Gémeos) e a palavra da sabedoria (Gémeos-Sagitário) cingem o caminho de revelação que culminará no Eclipse Solar Total de 4 de Dezembro deste ano, ou seja, a partir da sabedoria a palavra transformará o humano. Esta ideia é também particularmente expressiva neste Eclipse Lunar de 26 Maio. A luz concentra a sua emanação na XI, no Lugar do Bom Espírito (ἁγαθόν δαίμων). Em Gémeos, o Sol, a Caput Draconis, Vénus e Mercúrio brilham em conjunto. Note-se que Vénus e Mercúrio estão para além dos raios fulgentes do Sol (+15º), fugindo da combustão e brilhando como Estrelas da Manhã, candeias da palavra, do intelecto e do amor à sabedoria. Porém, a necessidade de uma palavra que transforme colide aqui com Júpiter em Peixes (quadratura), ou seja, a palavra deixa-se corromper pela ilusão e pela intolerância e torna-se uma via para o racismo, para a xenofobia, para a misoginia, para o negacionismo, para populismo e para o totalitarismo. A palavra (Gémeos) rejeita a dádiva e a fé (Júpiter em Peixes) e também a compaixão e o amor universal (Neptuno em Peixes) e, por outro lado, não acolhe a sabedoria como finalidade (Sagitário), nem eleva a alma até à consciência de si (Lua). A quadratura de Júpiter - e de Neptuno- aos luminares não representa aqui uma tensão ou conflito, mas sim uma dúvida quanto a efectivação de uma possibilidade.

Se Júpiter e Neptuno mostram que a luz da palavra e da sabedoria pode, por rejeição, afastar-se da fé e da dádiva, da compaixão e do amor universal, Saturno Retrógrado, a partir do Poente (VII), partilha tanto a necessidade de reestruturação social, trazendo a igualdade onde existe desigualdade e injustiça, e de pensamento crítico como a lição do tempo, do eterno retorno (trígono ao Sol, Mercúrio e Vénus, sextil à Lua). Por estar junto ao Poente, já abaixo da linha do horizonte, o Velho Cronos fala-nos do fim de uma era, de um tempo que se eclipsa e, por estar em Aquário, de um humano que terá de morrer para inauguralmente renascer. O novo humano, como o antigo herói, terá de descer ao submundo para emergir renovado. Essa descida aos infernos é expressa também pelo medo do feminino. Marte em Caranguejo, na XII, no Mau Espírito (κακός δαίμων), em oposição a Plutão na VI, na Má Fortuna (κάκη τύχη), colocam o humano no abismo da sua sombra em frente de Perséfone, a Senhora do Submundo. Devemos lembrar-nos que a maioria das representações astrológicas estão exageradamente masculinizadas, assim quando, por exemplo, olhamos para Plutão devemos ver tanto Hades como Perséfone. O medo do feminino, expresso por Marte em Caranguejo, tem como contraponto a relação benéfica com Júpiter e Neptuno em Peixes (trígono) e com Úrano (sextil). Este é o Rei Pescador, o homem ferido, que guarda o Graal, representado pela vesica piscis. Desta forma, vencido o medo e chegados ao castelo do Graal, a deusa tenebrosa torna-se benevolente.

Por outro lado, Úrano em Touro surge na X, junto à Culminação (MC), trazendo uma vez mais a mensagem da revolução da terra. As manifestações climáticas serão mais frequentes - e também necessariamente mais radicais (sextil a Plutão em Capricórnio) - e uma parte dos jovens vão mostrar cada mais como a passividade das gerações anteriores, com o seu aburguesamento consumista, supérfluo e politicamente engajado, condenou o planeta. A utopia, que, nos últimos anos, muitos teimaram em condenar, renascerá com um propósito simples, mas determinado: salvar o planeta terra (sextil de Úrano a Júpiter e a Neptuno). Naturalmente, como noutros tempos, as ideias terão de cerrar fileiras e, se uns se colocam do lado da igualdade, promovendo uma sociedade mais justa, outros vão vender a divisão como garantia de um destino providencial (Saturno em quadratura com Úrano). De uma forma ou de outra, o desejo de mudança colide com a cristalização das estruturas de poder e o futuro ou trará uma sociedade melhor, ou a aurora dos novos totalitarismos. E a pandemia pode tornar-se uma lição e ser uma luz no caminho, avaliando-se o que está mal e quebrando as teias da desigualdade, ou a vontade de voltar a esse normal perdido pode imperar, agudizando-se assim as assimetrias sociais. Um tempo de crise profunda pode, porém, renovar a fé na humanidade e trazer, pelo menos a alguns, um processo de transformação (Plutão em sextil a Júpiter e Neptuno).

Este Eclipse Lunar vai tornar evidente a realidade última da interpretação astrológica é que, na verdade, tudo é luz e sombra. Ler o céu é simplesmente colher a luz certa, fitando a sua própria sombra.

domingo, 3 de maio de 2015

Tarot - Previsões Maio de 2015


Carneiro
De 21 de Março a 20 de Abril

Cartas do Mês
A Temperança e o Cavaleiro de Copas

Neste momento, a expectativa é sua inimiga, deixe as coisas fluir e os acontecimentos vão acabar por se dar. A ansiedade de querer que tudo aconteça não deixa que crie em si a devida disponibilidade. Só vai atrair situações positivas se dinamizar o melhor em si. 

Touro
De 21 de Abril a 20 de Maio

Cartas do Mês
A Morte e a Rainha de Paus

Esta a passar por um intenso processo de transformação, mas para que a mudança ocorra vai ter de abandonar velhos padrões. O seu magnetismo é muito forte neste momento, todavia ainda não possui critérios de valor. Aposte numa transformação positiva.

Gémeos
De 21 de Maio a 20 de Junho

Cartas do Mês
A Lua e o Três de Copas

Neste mês, vai ter de aceitar uma situação negativa. A dor, a mágoa e desilusão vão imperar, porém, não culpe os outros em demasia. Lembre-se que uma parte da responsabilidade também é sua. Sentir-se deprimido e derrotado não é solução. Faça uma avaliação crítica.

Caranguejo
De 21 de Julho a 21 de Julho

Cartas do Mês
O Dependurado e o Quatro de Copas

Não se deixe sufocar pelas dúvidas. Se está indeciso e não consegue tomar uma decisão, então é altura de parar e de se afastar da situação em causa. Seja mais prudente e não se precipite. Não tome decisões no calor do momento, pare para pensar e reflicta seriamente.

Leão
De 22 de Julho a 22 de Agosto

Cartas do Mês
A Torre e o Nove de Ouros

Se tudo lhe parece negro e sem solução, não desanime. Lembre-se que para que o novo entre na sua vida o velho tem de ser deixado para trás. Vai ter de destruir tudo o que lhe é prejudicial, só assim vai atrair e semear os frutos do futuro. Confie, o melhor está para vir.

Virgem
De 23 de Agosto a 22 de Setembro

Cartas do Mês
Os Amantes e o Dois de Ouros

Se sente que está num impasse, acredite, pois a mudança está para breve. Vai deparar-se com uma escolha que vai alterar a sua vida. A sua situação familiar e financeira pode alcançar importantes melhorias, desde que seja mais confiante e positivo.

Balança
De 23 de Setembro a 22 de Outubro

Cartas do Mês
O Julgamento e o Cinco de Paus

A sua vida profissional pode estar a tornar-se decepcionante, isto porque não está a utilizar os seus dons. Porém, para que a mudança aconteça e para que possa investir na sua vocação, vai ter de se preparar para um conflito. Acredite e vença as adversidades.

Escorpião
De 23 de Outubro a 21 de Novembro

Cartas do Mês
O Mundo e o Dez de Paus

Neste momento, tudo está ao seu alcance, pode concretizar os seus sonhos. No entanto, pode sentir-se sozinho no triunfo. Os outros não vão aceitar o seu sucesso e vão fazer de tudo para o prejudicar. Seja forte e confie na sua vontade, só assim poderá vencer.

Sagitário
De 22 de Novembro a 21 de Dezembro

Cartas do Mês
O Sol e o Ás de Espadas

Este será um mês de realizações e de momentos de felicidade. Vai sentir que tudo corre de feição. Contudo, terá de estar consciente que este sucesso não se deve a uma bênção dos céus, mas sim a um investimento prudente e aguçado da sua inteligência.

Capricórnio
De 22 de Dezembro a 21 de Janeiro

Cartas do Mês
O Carro e a Rainha de Ouros

A sua vontade de mudança está no seu ponto mais alto. No entanto, apesar de estar no caminho certo para a transformação, vai ter de se proteger nesse processo de mudança, bem como aqueles que o rodeiam. Outros horizontes estão ao seu alcance, mas com cedências.

Aquário
De 22 de Janeiro a 19 de Fevereiro

Cartas do Mês
A Justiça e o Rei de Espadas

Se existem questões legais e burocráticas pendentes, então, neste mês, podem ter uma conclusão, que poderá ser a seu favor, mas terá de utilizar um raciocínio prudente e cauteloso. O processo não será fácil e esperam-lhe conflitos intensos, mas pode sair vencedor.

Peixes
De 20 de Fevereiro a 20 de Março

Cartas do Mês
O Imperador e o Dois de Paus

Este é o mês em que poderá ser senhor de si mesmo. Não deixe as decisões para os outros. Tome as rédeas da sua vida e poderá triunfar. A sua autoridade e vontade vão ter uma expressão muito acentuada, as quais lhe podem trazer importantes realizações.
  

                                                                                             Pode ler também em Revista Reviver