Critodemo, de quem pouco se sabe, pode contudo ser colocado entre os últimas décadas do Século I A.E.C e as primeiras do Século I da Era Comum. No entanto, o esforço de datação não é nem simples, nem unânime. Plínio, que completou a sua História Natural em 77 E.C., designa a sua influência nos Livros II e III e, no Livro VII, menciona-o, juntamente com Beroso, em relação a uma fictícia cronologia da Babilónia, a qual consagra aos seus sacerdotes 490 000 anos de observação astronómica. O esforço de o aproximar à astrologia babilónia pode porém resultar mais de um reflexo de uma tradição que de uma influência de facto. Naturalmente, até por razões históricas, militares e políticas, existiu uma miscigenação de conhecimentos, mas os fragmentos de Critodemo apontam mais para a influência egípcia. O seu sistema de termos é uma estrutura conceptual de passagem entre os termos e os decanatos egípcios. A reconstrução que Pingree faz deste sistema alude também a uma relação com o P. Oxy 3, 465, onde, na esteira dos decanos egípcios, existem seres demiúrgicos que presidem a cada arco de 5° (Yavanajātaka, II: 212).
A principal fonte de Critodemo é Vétio Valente. Por outro lado, Neugebauer e Van Hoesen dizem que Critodemo "parece ser uma das suas (Valente) mais importantes fontes depois de Nechepso-Petosíris" (Greek Horoscopes: 185). Valente aborda o legado de Critodemo de duas formas: em primeiro lugar, apresenta um sumário da sua obra Hórasis (Visão), a qual atribui um estilo obscuro e artificial (III, 12, surge também pela mão de um autor anónimo no cod. Paris 2425, CCAG VIII, 3: 102) e, em segundo lugar, inclui fragmentos de doutrinas astrológicas específicas, destas pode-se destacar, por exemplo, o fragmento que explora a morte violenta, pois este inclui onze horóscopos, datados entre 65 e 123 da Era Comum, contribuindo assim para a sua fixação temporal (II, 41, este surge também em Retório, CCAG VIII, 4: 199, 15 - 202,10). A influência de Critodemo alcança o Liber Hermetis, sendo o seu Capítulo 25, respeitante aos termos, um desenvolvimento em latim de um excerto em grego (CCAG VIII, 1: 257, 21 - 261,2). Ora esta referência aos termos pode indicar uma confusão entre o sistema de termos de Critodemo, referido em Valente (VII, 8) e reconstruído por Pingree (Yavanajātaka, II: 212-13) e a abordagem do próprio Critodemo aos termos egípcios, daí que, por exemplo, Schmidt e Hand traduzam os termos egípcios atribuídos a Critodemo e presentes no compêndio de Achmet, o Persa, como sendo o seu sistema de termos (The Astrological Records of the Early Sages: 53-57).
O sistema de termos de Critodemo é acima de tudo, e como já foi referido, uma estrutura conceptual de passagem entre os termos e os decanatos egípcios.
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