sexta-feira, 7 de janeiro de 2022

Livros: Rodolfo Miguel de Figueiredo


Livros

Rodolfo Miguel de Figueiredo



Reflexões Astrológicas 2021: Parte I

Nas Reflexões Astrológicas, procura-se analisar anualmente alguns eventos astrológicos. O objectivo é examinar e explorar, de ano para ano, diferentes aspectos do sistema astrológico, de modo a apresentar uma compilação interpretativa o mais ampla possível. No ano de 2021, as Reflexões Astrológicas focam-se nos principais fenómenos lunares: as Luas Novas e as Luas Cheias. Inclui-se também uma interpretação um pouco mais extensa dos eclipses que ocorrem em 2021, cruzando-se aqui os ensinamentos da astrologia antiga e da astrologia mundana ou global. As Reflexões Astrológicas para 2021 serão disponibilizadas em duas partes, correspondendo cada uma aos textos de cada semestre.


ISBN: 9798758206140

Edição: Julho de 2021
Páginas: 110


Ebook Gratuito
https://books.google.pt/books?id=t-41EAAAQBAJ
ou descarregue na secção Livros do nosso site

Edição de Capa Mole
https://www.amazon.es/dp/B09KN64W3L (Espanha-Portugal)
https://www.amazon.com/dp/B09KN64W3L (Internacional)


Fragmentos Astrológicos

Os Fragmentos Astrológicos são uma forma de conhecer a astrologia antiga com um olhar contemporâneo e de encontrar um outro sentido para a astrologia enquanto linguagem ou representação da realidade. Neste livro, estão reunidos, com algumas correcções e actualizações, um conjunto de textos que se encontravam dispersos no sítio, no blogue e nas redes sociais do autor. As primeiras três secções ("Dicas Astrológicas", "Reflexões Astro-Filosóficas" e "Considerações Astro-Mitológicas") serviram de mote para o título, pois inscrevem-se no estilo fragmentário sem perderem, porém, a visão de totalidade. Na última parte, foram incluídos três ensaios (“Saturno e o Feminino na Astrologia Antiga”, “Dodecatemoria ou a Harmonia da 12ª Parte” e “O Mito como Sentido das Estrelas”) que, embora publicados em parte ou no seu todo, foram revistos e aumentados e que estão em harmonia com os excursos anteriores. Pode-se encontrar também um aprofundamento das referências bibliográficas, permitindo assim uma visão de conjunto que sustenta a proposta apresentada.


ISBN: 9798754265080
ISBN: 9798755562720 (ed. Capa Dura)

Edição: Setembro de 2021
Páginas: 240


Ebook
https://books.google.pt/books?id=WCZAEAAAQBAJ
https://www.kobo.com/pt/pt/ebook/fragmentos-astrologicos
https://www.amazon.com/dp/B09H68C3GN


Edição de Capa Mole
https://www.amazon.es/-/pt/dp/B09KDSV498 (Espanha-Portugal)
https://www.amazon.com/dp/B09KDSV498 (Internacional)

Edição de Capa Dura
https://www.amazon.es/dp/B09LGPMR91 (Espanha-Portugal)
https://www.amazon.com/dp/B09LGPMR91 (Internacional)


O Resto Permanece Humano: Livro I

O Resto Permanece Humano é um projecto editorial que procura reunir a obra poética dispersa no blogue com o mesmo nome, bem como nos outros sítios e redes sociais do autor, incluindo também muitos poemas inéditos. Os noventa e dois poemas que estão reunidos neste primeiro livro foram escritos em 2018 e 2019 e estão organizados de forma a permitir uma percepção dos vários vectores que sistematizam o pensamento do autor. A obra cujo título segue os versos de Ovídio, “cetera sunt hominis, partem damnatur in unam /induiturque aures lente gradientis aselli” (Metamorfoses, XI, 178-9), pretende mostrar que, quando a acção humana e a espuma dos dias colocam o humano em remissão, esvaziando o sentido de humanidade, existe sempre algo que resta, algo que conserva esse humano que se perde. A sabedoria continua a ser um caminho de redenção.


ISBN: 9798753613622

Edição: Setembro de 2021
Páginas: 152


Ebook
https://books.google.pt/books?id=ViZAEAAAQBAJ
https://www.amazon.com/dp/B09JT3R4Q9/
https://www.kobo.com/pt/pt/ebook/o-resto-permanece-humano

Edição de Capa Mole
https://www.amazon.es/-/pt/dp/B09KN4CFM5/ (Espanha-Portugal)
https://www.amazon.com/dp/B09KN4CFM5 (Internacional)


Esta Noite Sonhei com Dante e outras histórias

Este pequeno livro, iniciado pelo conto "Esta Noite Sonhei com Dante" e acompanhado por mais três pequenas histórias ("O Homem que deu a Palavra ao Fogo", "O Louco de um Livro Só" e "O Velho que Não Escutava o Riso dos Golfinhos"), reúne textos escritos entre 2016 e 2017 e que apresentam uma unidade de sentido, consistente com o propósito de pensar o humano e de integrar a sua natureza na tradição literária e filosófica. Nestas quatro ficções, pretende-se que a palavra seja sugestão e que o pensamento se torne a mensagem do texto. De Hipátia a Dante, as referências filosóficas e poéticas pretendem fixar um sentido no humano, trazendo a origem, a fundação, para o tempo presente e transformando-a em revelação. Esse elemento de passagem não pretende servir de redenção, mas sim de catarse, de purificação do humano.

ISBN: 9798758835968

Edição: Outubro de 2021
Páginas: 68


Ebook
https://books.google.pt/books?id=JbtIEAAAQBAJ
https://www.amazon.com/dp/B09JP5GTPB/
https://www.kobo.com/pt/pt/ebook/esta-noite-sonhei-com-dante-e-outras-historias

Edição de Capa Mole
https://www.amazon.es/-/pt/gp/product/B09KN2PRKG/ (Espanha-Portugal)
https://www.amazon.com/dp/B09KN2PRKG/ (Internacional)

quarta-feira, 5 de janeiro de 2022

Fragmentos Astrológicos: Leituras

 

Fragmentos Astrológicos
Os Fragmentos Astrológicos são uma forma de conhecer a astrologia antiga com um olhar contemporâneo e de encontrar um outro sentido para a astrologia enquanto linguagem ou representação da realidade. Neste livro, estão reunidos, com algumas correcções e actualizações, um conjunto de textos que se encontravam dispersos no sítio, no blogue e nas redes sociais do autor. As primeiras três secções (Dicas Astrológicas, Reflexões Astro-Filosóficas e Considerações Astro-Mitológicas) serviram de mote para o título, pois inscrevem-se no estilo fragmentário sem perderem, porém, a visão de totalidade. Na última parte, foram incluídos três ensaios (“Saturno e o Feminino na Astrologia Antiga, “Dodecatemoria ou a Harmonia da 12ª Parte” e “O Mito como Sentido das Estrelas”) que, embora publicados em parte ou no seu todo, foram revistos e aumentados e que estão em harmonia com os excursos anteriores. Pode-se encontrar também um aprofundamento das referências bibliográficas, permitindo assim uma visão de conjunto que sustenta a proposta apresentada.

ISBN: 9798754265080
ISBN: 9798755562720 (ed. Capa Dura)
Edição: Setembro de 2021
Páginas: 240

Ebook

Edição de Capa Mole

Edição de Capa Dura

domingo, 2 de janeiro de 2022

Reflexões Astrológicas 2022: Lua Nova em Capricórnio

 Reflexões Astrológicas


Lunações


Lua Nova em Capricórnio

Lisboa, 18h33min, 02/01/2022

 

Sol-Lua

Decanato: Marte

Termos: Júpiter

Monomoiria: Mercúrio

 

            A primeira Lua Nova de 2022 ocorre no signo de Capricórnio, com Caranguejo a marcar a hora, no Segmento de Luz (αἵρεσις) da Lua, abaixo do horizonte, no lugar do Ocaso (δύσις), no decanato de Marte, nos termos de Júpiter e na monomoiria de Mercúrio. Neste novilúnio, o lugar onde se dá sizígia e a qualidade da luz que daí resulta são particularmente significativos.

            Se existe um aspecto que define os modelos primordiais da Astrologia Antiga, esse aspecto é a luz. O dia e a noite, o Sol e a Lua, a luz e a sombra, o Segmento de Luz eram para os antigos as primeiras de quaisquer observações astrológicas. A doutrina da αἵρεσις encontramo-la pela primeira vez em Trasilo, o astrólogo e amigo do Imperador Tibério, que nos diz que ela pertence à tradição de Nechepso e Petosíris, ou seja, provém da tradição hermética (CCAG VIII/3: 100.19-24).

            Na verdade, a linguagem astrológica é por essência uma representação mimética, uma tradução de sentido, da luz apreendida. O espanto primordial de olhar o céu é a origem de toda e qualquer significação. Ora neste novilúnio, a sizígia ocorre depois do pôr-do-sol, estando portanto ocultos os luminares. Esta é a razão pela qual a VII encerra, na continuidade da VIII, um valor de morte, pois indica o início do caminho nocturno do Sol, o percurso da alma pelo Hades. Assim, a luz surge no início do ano de 2022 como uma potencialidade, mas também como um tempo de espera. Existe um tempo certo para a luz brilhar e outro para se ocultar. Existe um tesouro de luz pura guardado para cada um.

            Os luminares unem-se por presença, na VII, no lugar do Ocaso, com Vénus e Plutão. O Amor e a Morte colhem a luz poente como flores do agora. Em Capricórnio, este encontro ganha naturalmente o valor da finalidade, pois o eixo Caranguejo-Capricórnio concede-nos sempre essa ponte de sentido entre a Dádiva da Origem e o Poder do Fim. A posição do eixo do horizonte sobre estes signos alude também ao Thema Mundi, à Natividade do Mundo, onde Caranguejo marca a hora e Capricórnio o poente, revelando essa via eleita da Lua a Saturno, esse mistério da vida e do tempo.

            A referência a estes indicadores primordiais apresenta-nos, para este novilúnio, uma senda necessária do nascer ao morrer e do morrer ao renascer, ou seja, temos de acolher a vida e a morte, integrando o amor e a luz, para sermos o berço do renascimento, o lugar onde intelecto ressurge. A alma humana assume-se aqui como parte activa da Anima Mundi, expressando a simpatia universal entre o microcosmo e macrocosmo. A luz torna-se, desta forma, a essência partilhada da humanidade e do universo. No entanto, enquanto luz poente, a chama oculta-se, sobrevivendo, na noite escura da alma, ou seja, temos de enfrentar a nossa própria sombra e a sombra do mundo para renascer iluminados.

            Vénus é o grande benéfico do novilúnio. No entanto, estando na sua retrogradação, a deusa do amor alimentará não o mundo, mas o interior de cada um, ou seja, a dádiva do amor não se expande como uma luz incandescente, guarda-se sim como revelação íntima e ensimesmada. Em Capricórnio, o Amor une-se ao Poder e à Finalidade e, junto dos luminares e de Plutão, mostra uma verdade por vezes agreste. O Amor vence sempre, mesmo quando os seus caminhos se esfumam em incerteza. Lembremo-nos, por exemplo, de Páris quando confrontado com o julgamento difícil de eleger uma das três deusas (Afrodite, Hera ou Atena). Quem vence é a deusa do amor, temida até pelo mais corajoso dos heróis.

            Porém, Vénus não está só. O outro benéfico, embora fora do seu segmento, brilha com Neptuno a partir do Lugar de Deus (IX). Em Peixes, Júpiter e Neptuno unem-se em sextil ao Sol, à Lua, a Vénus e Plutão em Capricórnio. A Expansão da Solidariedade (Júpiter em Peixes) e o Amor de Deus (Neptuno em Peixes) são agora a luz guardada no coração do tabernáculo. Nestes tempos sombrios em que a empatia rareia e se torna tão difícil olhar para o outro e colocarmo-nos no seu lugar, a presença destes deuses na constelação de Peixes traz consigo a dádiva da fé e a bênção da esperança. Esses não são, todavia, dons que se tornem comuns. Nesta nossa sociedade, líquida e narcísica, existe uma resistência quase natural a este tipo de dons, mesmo em meios que se dizem espirituais, onde o mestre cheio de si teme a nuvem do não-ser. A imersão na totalidade divina assusta a efemeridade individualista, a vaidade humana.

            Um outro planeta que se junta, neste novilúnio, à relação benéfica que se estabelece entre os planetas em Capricórnio e Peixes é Úrano em Touro. O deus do céu e o senhor da liberdade une-se, a partir da XI, do Bom Espírito (ἀγαθόν δαίμων), em sextil a Júpiter e Neptuno e em trígono aos luminares e a Vénus e Plutão. A água e a terra, partindo de Caranguejo, passando por Touro e Peixes e terminando em Capricórnio, trazem nesta Lua Nova a Revolução do Eterno do Feminino, não com cânticos, nem com ruído, mas sim com a voz silenciosa da Sabedoria. A mensagem que a partir destes quatro lugares se espalha infunde de Luz a realidade, apresenta como promessa ou anunciação a Deusa Pistis-Sophia.

            No entanto, se, por um lado, Úrano colhe as bênçãos anteriormente descritas, por outro, torna-se a raiz de algumas tempestades, pois forma com Mercúrio e Saturno em Aquário, no Lugar da Morte (VIII), um aspecto quadrangular. Existe no humano, no seu esforço de desumanidade, uma rejeição do conhecimento da morte que é o próprio conhecimento da vida. A morte habita o viver. Vive na Arcádia.

            Saturno já não goza da presença de Júpiter e agora com Mercúrio, uma Estrela da Tarde, adensa o seu carácter maléfico, transmitindo para o pensar e para o dizer as estruturas humanas que se revolvem por entre as ruínas da história. A intolerância, a xenofobia, o racismo, a misoginia e a indiferença são a sombra das estruturas cristalizadas que a extrema-direita e o conformismo dos povos teimam em fazer perdurar. O humano não cria uma verdadeira humanidade porque continua a ser absurdamente humano, ou seja, entre a luz e a sombra continua a seguir os vultos na caverna.  

            De um outro modo, Marte em Sagitário na VI, no Lugar da Má Fortuna (κάκη τύχη), fere a Sabedoria e corrompe a mensagem do Dragão da Lua e o seu último estádio no eixo Sagitário-Gémeos. Paulo de Alexandria define este lugar como ποινέ, isto é, a retribuição, o castigo ou a vingança (Introdução, cap. 24). A pandemia e as suas consequências ainda se fazem sentir e o mundo não é apenas a bolha de ilusão em que teimamos viver.

            A força surge aqui como uma forma de corrupção que lança os seus raios quadrangularmente até ao Lugar de Deus, até Júpiter e Neptuno. Esta é também a reacção, de que já falámos, aos dons da Expansão da Solidariedade e do Amor de Deus. O humano quer viajar no mundo, mostrar-se e exibir-se, mas tem um temor imenso de viajar em si e de se anular na imensidão do Todo. A solitude é assustadora. E o sextil de Marte a Mercúrio e Saturno vem mostrar o alcance diminuto e frágil das lições da pandemia. O humano não aprende, não porque não é capaz, mas porque não quer.  

            A primeira Lua Nova de 2022 traz-nos assim como síntese e revelação a ideia de Luz de Inverno, de promessa do amanhã, porque só a Luz nos transformará.