Mostrar mensagens com a etiqueta Virgem. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Virgem. Mostrar todas as mensagens

segunda-feira, 20 de setembro de 2021

Lua Cheia - Eixo Peixes/Virgem: Reflexões Astrológicas

 Reflexões Astrológicas


Lunações


Lua Cheia: Eixo Peixes – Virgem

Lisboa, 00h55min, 21/09/2021

 

Lua

Decanato: Marte

Termos: Saturno

Monomoiria: Júpiter   

 

Sol

Decanato: Mercúrio

Termos: Saturno

Monomoiria: Mercúrio 

 

  O eixo da Lua Cheia de Setembro coloca a Lua em Peixes acima do horizonte, no seu Segmento de Luz, no Lugar de Deus (IX), no decanato de Marte, termos de Saturno e monomoiria de Júpiter. Por seu lado, o Sol em Virgem surge no Lugar da Deusa (III), abaixo do horizonte, fora do seu Segmento de Luz, no decanato de Mercúrio, termos de Saturno e monomoiria de Mercúrio. Quem quer que tenha observado o tema da Lua Nova de Setembro, concluirá que existe uma grande semelhança com o da Lua Cheia, firmando-se assim o sentido profundo proposto no novilúnio. À excepção da natural mudança da Lua, mudam de signo e de lugar somente Vénus (da IV para a V, de Balança para Escorpião) e Marte (de III para IV, de Virgem para Balança). Propõe-se, desta forma, uma releitura da reflexão anterior, visto que a maioria das posições e aspectos é igual.  


  A regência da deusa Deméter (Virgem) estende-se portanto da Lua Nova até à Lua Cheia, porém, pela natureza axial de um plenilúnio essa regência é partilhada. Poseídon (Peixes) assume o seu lugar no eixo. Porém, pelo facto de tanto o Sol como a Lua se encontrarem nos termos de Saturno e por este ser o maléfico que se encontra fora de seu segmento, o mito que melhor descreve esta relação é o da Deméter Negra.


  Pausânias, na sua Descrição da Grécia (VIII, 42, 1-13), conta-nos que no Monte Elaios, perto da Figália, na Arcádia, existia uma caverna sagrada, dedicada a Deméter Melaina (μέλαινα), a Negra. Segundo os locais, depois de Poseídon se ter unido a Deméter, ambos sob a forma de cavalos, pois o deus dos mares perseguira a deusa da agricultura quando esta procurava a filha, Cora ou Perséfone, raptada por Hades, e, para se esconder, a deusa transformara-se em égua e escondera-se no meio de uma manada, mas o deus, sob a forma de um garanhão, encontrou-a, da união nasceu um filha e não um cavalo. Essa é pelo menos a tradição local, pois segundo outros nasceu uma filha e um cavalo divino, Árion. O nome da filha está todavia reservado aos iniciados, sendo apenas conhecida por Despoina (δέσποινα), a Senhora.


  Ora Deméter, furiosa com Poseídon e pesarosa pela violação da filha Perséfone, refugia-se na referida caverna. Sem a sua presença, os frutos da terra pereceram e a espécie humana morria de fome. O deus Pã, ao visitar a Arcádia, encontrou a deusa na caverna e espiou-o, vendo-a vestida de negro, de um profundo luto. Avisou então Zeus que enviou as Moiras. As deusas do tempo e do destino - expressões femininas de Saturno - convenceram a deusa a moderar o seu lamento e a acalmar a sua ira. E assim a terra tornou-se, de novo, fértil e na caverna foi colocada uma imagem de madeira da deusa negra com cabeça de égua.


  Este mito representa na perfeição a mensagem da Lua Cheia de Setembro, a mesma que se estende desde a Lua Nova. A luz oculta do Divino Feminino terá de brilhar de novo. A fertilidade da terra, do corpo e do espírito é a bênção da sua presença. No entanto, o mito também nos avisa dos perigos da sua ausência. Na caverna escura, o feminino agrilhoado desequilibra o mundo. Não existe harmonia se a Mãe Divina não ocupar o seu lugar. Se a Sabedoria continuar a passar por entre nós e não for reconhecida, se a insultarem e dela abusarem, as trevas cairão sobre a terra e sobre todos nós. Essa é a mensagem de Júpiter e Saturno retrógrados no Lugar da Morte (VIII) e de Plutão poente (VII), bem como das relações que estes tecem (aspectos).


  O eixo Peixes-Virgem neste plenilúnio entrega-nos, como uma dádiva no caminho, o serviço como via de salvação. “A solidariedade não é facultativa”, deixou-nos escrito o Presidente Jorge Sampaio pouco antes da sua partida. A empatia e a compaixão são uma visão de totalidade (Lua em Peixes conjunta a Neptuno em Peixes no Lugar de Deus, IX) e saber colher as suas dádivas é um esforço que transforma o mundo. O serviço alicerçado na solidariedade (Virgem) e na compaixão (Peixes) tem um enorme poder de mudança. Este último eixo zodiacal colhe a dádiva do fim e da finalidade e integra a unidade do humano na totalidade da humanidade e do divino. A necessidade coloca, para a hora de Lisboa, os dois eventos lunares (Lua Nova e Lua Cheia) no mesmo signo Ascendente. Caranguejo marca a hora. O signo da origem traz consigo o cuidado maternal, a Grande Mãe. E, culminando, com a luz da Lua e de Neptuno, Peixes colhe o olhar do cume que fita tanto o horizonte como o abismo.


  Face ao tema do novilúnio e agora ao tema do plenilúnio e à posição dos luminares, notamos primeiramente que o grande benéfico, que é uma vez mais Vénus, surge agora com ligações favoráveis ao Sol (sextil) e à Lua (trígono). A luz do feminino, embora ainda sob o véu de Ísis, torna-se mais forte. Por outro lado, Mercúrio, que antes colhia as bênçãos de Vénus, afirma-se agora com a força de Marte. A palavra não cria harmonia e as ideias antagónicas tornam-se uma fonte de hostilidade. A união de Mercúrio e Marte em Balança cria um elemento de passagem entre a harmonia e o conflito, entre a paz e a discórdia. Esse elemento é a força da palavra, o impulso radical do conhecimento, que pela informação eleva e pela desinformação destrói. No entanto, Mercúrio surge como Estrela da Tarde, para além dos raios solares, e anunciando a sua retrogradação, ou seja, a palavra torna-se pensamento e introspecção, sentimento e intuição.


  Marte, embora esteja num signo diferente, está sob os raios do sol. Porém, como é sabido, segundo a tradição antiga, Marte é o único que não se deixa afectar pelos raios fulgentes, abrasivos, do Sol. Ora, estando o Sol junto ao Ponto Subterrâneo (IC) e Marte no Lugar sob a Terra (IV), existe um carácter visceral e abissal nesta ligação. No útero da terra, a força da luz (Sol e Marte) surge como passagem, como proposta de sentido, entre o serviço e a harmonia. Contudo, esta é um elemento contido no interior da terra, no abismo da realidade. Esse carácter de luz oculta, de potencialidade não efectivada, pois Marte está em exílio, firma-se também, por um lado, na relação benéfica com o Dragão da Lua (trígono à Caput na XII e sextil à Cauda na VI), embora este esteja em lugares nocivos, e, por outro lado, nos trígonos a Júpiter e Saturno e na quadratura a Plutão.


  No que concerne a Júpiter e Saturno deve seguir-se a regra de Nechepso e Petosíris (F38 Riess), que diz nem todas as quadraturas são más, contrariamente, nem todos os trígonos são bons. No entanto, estes conservam o potencial do bem, dizendo-nos aqui que a força da luz (Marte e Sol) encontra a morte no espaço e no tempo, na justiça e na necessidade (Júpiter e Saturno na VIII), ou seja, o humano morre perante a afirmação do limite, do limiar e da limitação, e só na luz poderá renascer. Face à finitude, a vaidade torna-se serviço e a harmonia surge da integração do humano na humanidade.


  Vénus, a dádiva do bem e a bênção do feminino, surge aqui na sua queda, escalando o abismo. O amor entra assim no templo e conhece o mistério da morte. E, vencido o medo, agora em Escorpião e no Lugar da Boa Fortuna, (ἀγαθή τύχη), verte o néctar da Cornucópia da Abundância, não sobre o comum, mas sobre o eleito. Nesta posição, e apesar do ser o benéfico mais favorecido, por estar no seu Segmento de Luz, Vénus está em exílio, sob o horizonte, ou seja, a partir da noite escura, da origem da criação, o amor propõe uma via iniciática.


  Esta posição de Vénus em Escorpião, embora surja no tema plenilúnio de modo favorável, indica também o medo do feminino e a opressão da mulher. E não são os nossos dias um tempo de agressão para a mulher, quando já tudo deveria ser diferente? As quadraturas de Júpiter e Saturno a Vénus revelam a dificuldade social e colectiva, ainda dominante, de expressar os direitos da mulher e de pensar o feminino, em especial, o Sagrado Feminino. Já a oposição entre Úrano (XI) e Vénus (V), colocada entre Touro e Escorpião, entre o viver e a morte, entre o valor e a finitude, é mais um alerta sobre a vida do planeta que habitamos e de como as agressões à Mãe Terra condicionam os tempos futuros. 


  Por outro lado, o trígono de Vénus em Escorpião (V) a Neptuno em Peixes (IX), bem como o sextil de Vénus a Plutão em Capricórnio (VII), acentua o carácter de Vénus enquanto grande benéfico do plenilúnio. A dádiva do bem coloca o amor sobre a morte. A união das expressões do amor (Vénus e Neptuno) transmite sempre uma visão de totalidade e a capacidade de estar na parte como no todo. O vencer a morte consiste nessa acção libertadora de transformar o momento ou o instante em eternidade. Essa é uma das lições que podemos colher, sobre o olhar vigilante de Deméter, nesta Lua Cheia. 

segunda-feira, 6 de setembro de 2021

Lua Nova em Virgem: Reflexões Astrológicas

 Reflexões Astrológicas


Lunações



Lua Nova em Virgem

Lisboa, 01h52min, 07/09/2021

 

Sol-Lua

Decanato: Vénus

Termos: Vénus

Monomoiria: Mercúrio

 

            A Lua Nova de Setembro é a lua da deusa Deméter. A deusa-mãe dos mistérios de Elêusis que rege o acto de semear e colher e que governa as estações de vida e morte. O hino órfico de Deméter designa-a de “divina mãe de todos” (παμμήτειρα θεά) e de “divina dadora de bênçãos, de riquezas” (ὀλβιοδῶτι, πλουτοδότειρα θεά). A sizígia do novilúnio ocorre no signo de Virgem, de noite e abaixo do horizonte, no Lugar da Deusa (III), junto ao Ponto Subterrâneo (IC), no decanato e termos de Vénus e monomoiria de Mercúrio e com Caranguejo a marcar a hora. Neste evento lunar, a luz expressa, por natureza e excelência, o feminino, a glória e a graça do Espírito Santo, a Divina Mãe. No entanto, esta é uma luz oculta, invisível, escondida sob a terra, no útero da Mãe Gaia e que, devido à conjunção da sizígia a Marte, faz a terra ranger e a lava borbulhar. Existe um grito feminino de revolta que eclode como uma tempestade.

            A dádiva dos luminares olha-nos desde o abismo da nossa vontade e fita o cume, a culminação (MC), onde Poseídon (Neptuno em Peixes), o senhor do mar, das águas primordiais do feminino, no Lugar de Deus (IX), colhe a tensão da distância (oposição de Marte a Neptuno), da separação e do desequilíbrio entre o Divino Pai e a Divina Mãe. Essa é a mensagem que se desenvolve na cruz das casas cadentes (mutáveis), onde os bons declínios se firmam em tensão (quadratura) contra os declínios fracos (φαῦλον). Ora sob o véu deste conceito de declínio (ἀπόκλιμα) encontramos os luminares e Marte na III, Neptuno na IX e o corpo do Dragão da Lua na VI e XII (cauda na VI, em Sagitário, e caput na XII, em Gémeos). O sentido de passagem da sabedoria à palavra, de um conhecimento tornado sabedoria, perde-se, esvai-se e é traído pelas mensagens disruptivas de negação, de deturpação e de ilusão. A ignorância - o maior dos males - vence a sabedoria e esta oculta-se assim sob o véu de Ísis. Ao deixar o comum, a sabedoria torna-se necessariamente eleição.

            Por outro lado, os raios dos luminares unem-se, a partir da III e em trígono, a Úrano em Touro (XI) e a Plutão em Capricórnio (VII). O triângulo da Terra funde-se num pedido de estrutura, numa exortação que clama pelo criar de um Novo Mundo. No Bom Espírito (ἀγαθόν δαίμων) e em Touro, Úrano insurge-se contra a apatia da tradição e contra a cristalização dos valores. Já Plutão, poente e em Capricórnio, faz cair sobre a vida, sobre a segurança da vaidade, o Poder da Morte. Estas uniões triangulares ganham força, adquirem um aumento ou reforço da sua própria dinâmica pelo facto de Marte também participar nesta ligação. De forma idêntica, Neptuno, pelos sextis a Plutão e a Úrano, contribui com os dons da compaixão, da empatia e da imaginação.

            Mercúrio e Vénus, no seu segmento de Luz, para além dos raios do Sol e como Estrelas da Tarde, no Lugar sob a Terra (IV), assumem o carácter comparativo da imaginação, do acto criativo, retraindo a razão, imposta pela natureza matutina. Enquanto canto de vésperas, passando pela constelação de Balança, Mercúrio e Vénus entoam a harmonia dos opostos. A mensagem deste signo não é o equilíbrio em si mesmo, mas sim a vontade e a necessidade de equilíbrio. Esse apelo da finalidade, mas também da incompletude, consiste na procura de um equilíbrio primordial entre o feminino e o masculino, entre o signo de Virgem e o signo de Escorpião. A beleza e o sublime irrompem desde do Hades (IV) como forma de renovar o mundo (Vénus em Balança no seu domicílio diurno). Existe uma tendência em colocar o carácter de transformação no bem e na justiça, mas a beleza também produz revoluções.

            O trígono de Mercúrio e Vénus (IV) a Júpiter e Saturno (VIII) concede tanto a dádiva como a retribuição. No entanto, a dádiva dos benéficos mostra uma qualidade diferente, pois Vénus está no seu segmento de luz e Júpiter não. Esta qualidade de luz é partilhada com Saturno, o que faz deste o maléfico cujos raios são mais abrasivos. Saturno corromperá Mercúrio, já Vénus vencerá o carácter maligno de Saturno fora do seu segmento. Essa vitória é também ela sugerida pela facto do novilúnio se dar no decanato e termos de Vénus. A luz do feminino brilhará desde o ventre da Terra (IV) e estenderá o seu manto até ao Dragão da Lua (trígono à caput e sextil à cauda) e à sua mensagem, debilitada pelos lugares que ocupa (VI e XII). Contudo Vénus colidirá (quadratura) com Plutão, sem que todavia se deixe afectar. O Amor vencerá a Morte, mas não evitará a sua passagem.

            Os senhores do Espaço e do Tempo, Júpiter e Saturno, permanecem retrógrados em Aquário, agora no Lugar da Morte (VIII). A expansão, agora retrotensa, da verdade jupiteriana produz, no interior do sentido colectivo de humanidade, um ensimesmamento com carácter de revelação, o que está em harmonia com a consciência da necessidade e da retribuição. A Némesis saturnina adquire nesta posição um valor de redenção que só alcançará um verdadeiro sentido de perdão e purificação quando ficar directo e a caminhar rumo ao signo de Peixes. No Lugar da Morte, Júpiter e Saturno em Aquário trazem ao humano a gravidade da ceifeira, as lapidares verdades do Et in Arcadio ego e do Memento Mori.

            Devido ao facto estar fora do seu segmento, Saturno adquirirá uma expressão maléfica que suplantará a dádiva de Júpiter, também ele com a sua luz diminuída. Como um arco em tensão e com uma corda estendida desde o Lugar da Morte (VIII) até a Lugar do Viver (II), Úrano será a seta cuja necessidade malfazeja de Saturno forçará a ser lançada. Júpiter conseguirá ser apenas a dádiva da verdade oculta. Desta quadratura, a revolução da terra será retribuição e actuará com a causalidade natural que é própria da providência. O humano agiu e terra reagiu. É impossível, mesmo para aquele que está em negação, não sentir algo entre o reconhecimento e o temor face a resposta da Mãe-Terra a décadas de abuso. O mundo que o humano construiu sobre a liquidez da vaidade e a efemeridade de vigas, metal e betão, de alcatrão, tijolo e madeira-morta, é absurdamente frágil. E, face ao grito de revolta de Gaia, ora negamos a sua mensagem, ora nos iludimos com teorias rocambolescas de chips em vacinas e de conspirações delirantes. É mais fácil atirar a sombra para longe que olhá-la de frente em nós. No humano, repousa tanto o daímon (δαίμων) como o demónio e nós somos o nosso próprio demiurgo.

            Neste novilúnio, onde a espiga é salvação e a videira revelação, o Divino Feminino será a luz de eleição. Sem os luminares sobre o horizonte, a Lua Nova traz a luz sob o véu, a candeia escondida. A Grande Mãe, a Alma do Mundo, coloca no céu uma mensagem que se estenderá, de forma muito expressiva e astrologicamente evidente, da Lua Nova à Lua Cheia. No Evangelho de Tomé, Jesus diz: “A colheita certamente é grande; mas os trabalhadores são poucos. Rogai, pois, ao senhor que me mande trabalhadores” (logion 73). E Deméter espera em Setembro pela sua colheita.   

Lua em Virgem: De 6 a 8 de Setembro de 2021


Lua em Virgem: das 00h06min de hoje às 04h21min do dia 8.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

Lua Cheia - Eixo Virgem/Peixes: Reflexões Astrológicas

Reflexões Astrológica

Lua Cheia




Lua Cheia – Eixo Virgem-Peixes


Lisboa, 08h17min, 27/02/2021



Lua

Decanato: Sol

Termos: Vénus

Monomoiria: Lua



Sol

Decanato: Saturno

Termos: Vénus

Monomoiria: Marte

 

   Desde o início do ano, analisando-se a Lua Cheia de Janeiro e as duas Luas Novas (Janeiro e Fevereiro), é a primeira vez que o Sol surge acima do horizonte. Depois da hora de alba, o Sol está no seu próprio segmento (αἵρεσις), partilhando assim a sua luz fulgente com Júpiter e Saturno, também ambos no segmento que lhes é próprio. No entanto, o eixo do plenilúnio encontra-se nos termos de Vénus, em monomoirias nocturnas e decanatos diurnos. Ora Vénus, que está no segmento contrário, encontra-se com o Sol no seu signo de exaltação (Peixes), a caminho do grau onde essa qualidade se intensifica. De facto, por o Sol se encontrar em Peixes, a posição de Vénus torna-se radicalmente mais expressiva, sobretudo se tivermos em consideração que Neptuno também se encontra nesse signo. O amor universal, a compaixão e a empatia deverão ser o exercício pleno da nossa humanidade. A sua ausência destrói a consciência do humano, enquanto potência de transformação, e instala um retrocesso civilizacional. Se não cumprirmos o Cristo (Era de Peixes), não receberemos o Espírito Santo (Era de Aquário) e o Filho fechará a porta que conduz à Mãe Divina.


   A posição em que se encontra o eixo da Lua Cheia determina a sua qualidade. A Lua está na VI, a Má Fortuna (κάκη τύχη), e o Sol na XII, o Mau Espírito (κακός δαίμων). Na Lua Nova de Fevereiro, descreveu-se a qualidade da VI, fortalecida agora por nela se encontrar o signo que melhor a define (Virgem). Da Lua recebemos a necessidade de efectivar o cuidar do corpo e da saúde e a prática do serviço ao próximo, todavia é do Sol que surge a chave da transformação. O termo δαίμων que designa a XI e a XII, positiva e negativamente, indica, primeiramente, o deus ou a deusa, a divindade ou o destino, as almas da Idade de Ouro e, mais tarde, o espírito, o demiurgo ou o génio. Foi deste termo que nasceu também a acepção posterior de demónio. Desta forma, encontraremos tudo isto na XI e na XII, bem como na Parte do Espírito (κλῆρος δαίμονος).


   O Sol em Peixes na XII, no Mau Espírito, está aprisionado ou, como actualmente se diria, está confinado. É a luz da candeia sobre o manto do mestre. Nestes tempos que desafiam o pesadelo da normalidade, a luz que se oculta é um desafio no caminho. O desejo - voluntário ou não - de repetir o mesmo assombrará a realidade e, trilhada a noite escura da vida e da alma, a luz e o amor tornar-se-ão o tesouro da finalidade. No entanto, o desafio dos tempos diz-nos que esta não é apenas a senda do indivíduo. O tesouro é partilhado no grupo, no colectivo e, uma vez mais, Saturno, Mercúrio e Júpiter em Aquário forçam a transformação das organizações políticas, sociais e espirituais. E, por estarem na XI, aumentam o valor da sua mensagem enquanto elementos de passagem. O tempo, a razão e o espaço criam aqui e agora as fundações de um novo mundo.


   Porém, o tempo (Saturno) é também revolta e revolução (Úrano) e a tensão que surge da quadratura mostra-nos que a mudança não nasce de palmadinhas nas costas e gestos de assentimento. As fileiras dever-se-ão cerrar entre aqueles que defendem o humano e a sua dignidade, os que clamam por democracia e solidariedade, e aqueles que querem corromper o tempo, negando o passado, fazendo de velhos demónios os novos deuses. Por outro lado, a tensão entre Saturno em Aquário e Úrano em Touro continuará a expressar a forma como entre o céu e a terra a natureza encontra sempre caminho, mesmo que seja contra a vontade humana.


   Já o benevolente Júpiter ajuda-nos, nestes tempos sombrios, a recuperar, através de um sextil e trígono, a mensagem do Dragão do Lua, aquela que une a sabedoria (Sagitário) à palavra (Gémeos) numa via eleita que vai do Deus (IX) à Deusa (III). Ora essa mensagem implica também uma destruição das vaidades e essa é uma acção (Asc. em Carneiro) se firma no poder (MC em Capricórnio com Plutão) de transformar o modo de vida (Úrano e Marte na II), esse viver que se construiu sob o vidro fino de um complexo de Deus. O trígono entre Marte (II) e Plutão (X) faz brotar da terra as formas rudes que relembram que o conhecimento da morte é o conhecimento da vida, gravando assim sobre a pedra dura o Et in Arcadio ego. Plutão, no lugar de culminação, clama ao vento, como uma nuvem piroclástica, que a morte destrói a vaidade.


   Por fim, veja-se como os luminares lançam sobre Úrano (sextil do Sol e trígono da Lua) a possibilidade de se efectivar um intelecto agente, uma apreensão nítida, a partir da terra, da Alma do Mundo, da inteligência noética que rege o universo e as criaturas. A intuição da luz apresenta-se aqui como a consciência pura, a atracção magnética, do amor divino. O Sol, a Lua e Úrano encontram-se nos termos de Vénus, consubstanciando a mensagem da exaltação da Deusa do Amor na constelação de Peixes. Esta Lua Cheia que, embora seja por natureza uma estrutura de diametral, cria hoje uma unidade sentido, uma harmonia entre os opostos. O Amor é a Luz. A Luz é o Amor.            

Lua em Virgem: De 26 a 28 de Fevereiro de 2021


Lua em Virgem: das 17h17min de hoje às 19h16min do dia 28 de Fevereiro.

domingo, 3 de maio de 2015

Tarot - Previsões Maio de 2015


Carneiro
De 21 de Março a 20 de Abril

Cartas do Mês
A Temperança e o Cavaleiro de Copas

Neste momento, a expectativa é sua inimiga, deixe as coisas fluir e os acontecimentos vão acabar por se dar. A ansiedade de querer que tudo aconteça não deixa que crie em si a devida disponibilidade. Só vai atrair situações positivas se dinamizar o melhor em si. 

Touro
De 21 de Abril a 20 de Maio

Cartas do Mês
A Morte e a Rainha de Paus

Esta a passar por um intenso processo de transformação, mas para que a mudança ocorra vai ter de abandonar velhos padrões. O seu magnetismo é muito forte neste momento, todavia ainda não possui critérios de valor. Aposte numa transformação positiva.

Gémeos
De 21 de Maio a 20 de Junho

Cartas do Mês
A Lua e o Três de Copas

Neste mês, vai ter de aceitar uma situação negativa. A dor, a mágoa e desilusão vão imperar, porém, não culpe os outros em demasia. Lembre-se que uma parte da responsabilidade também é sua. Sentir-se deprimido e derrotado não é solução. Faça uma avaliação crítica.

Caranguejo
De 21 de Julho a 21 de Julho

Cartas do Mês
O Dependurado e o Quatro de Copas

Não se deixe sufocar pelas dúvidas. Se está indeciso e não consegue tomar uma decisão, então é altura de parar e de se afastar da situação em causa. Seja mais prudente e não se precipite. Não tome decisões no calor do momento, pare para pensar e reflicta seriamente.

Leão
De 22 de Julho a 22 de Agosto

Cartas do Mês
A Torre e o Nove de Ouros

Se tudo lhe parece negro e sem solução, não desanime. Lembre-se que para que o novo entre na sua vida o velho tem de ser deixado para trás. Vai ter de destruir tudo o que lhe é prejudicial, só assim vai atrair e semear os frutos do futuro. Confie, o melhor está para vir.

Virgem
De 23 de Agosto a 22 de Setembro

Cartas do Mês
Os Amantes e o Dois de Ouros

Se sente que está num impasse, acredite, pois a mudança está para breve. Vai deparar-se com uma escolha que vai alterar a sua vida. A sua situação familiar e financeira pode alcançar importantes melhorias, desde que seja mais confiante e positivo.

Balança
De 23 de Setembro a 22 de Outubro

Cartas do Mês
O Julgamento e o Cinco de Paus

A sua vida profissional pode estar a tornar-se decepcionante, isto porque não está a utilizar os seus dons. Porém, para que a mudança aconteça e para que possa investir na sua vocação, vai ter de se preparar para um conflito. Acredite e vença as adversidades.

Escorpião
De 23 de Outubro a 21 de Novembro

Cartas do Mês
O Mundo e o Dez de Paus

Neste momento, tudo está ao seu alcance, pode concretizar os seus sonhos. No entanto, pode sentir-se sozinho no triunfo. Os outros não vão aceitar o seu sucesso e vão fazer de tudo para o prejudicar. Seja forte e confie na sua vontade, só assim poderá vencer.

Sagitário
De 22 de Novembro a 21 de Dezembro

Cartas do Mês
O Sol e o Ás de Espadas

Este será um mês de realizações e de momentos de felicidade. Vai sentir que tudo corre de feição. Contudo, terá de estar consciente que este sucesso não se deve a uma bênção dos céus, mas sim a um investimento prudente e aguçado da sua inteligência.

Capricórnio
De 22 de Dezembro a 21 de Janeiro

Cartas do Mês
O Carro e a Rainha de Ouros

A sua vontade de mudança está no seu ponto mais alto. No entanto, apesar de estar no caminho certo para a transformação, vai ter de se proteger nesse processo de mudança, bem como aqueles que o rodeiam. Outros horizontes estão ao seu alcance, mas com cedências.

Aquário
De 22 de Janeiro a 19 de Fevereiro

Cartas do Mês
A Justiça e o Rei de Espadas

Se existem questões legais e burocráticas pendentes, então, neste mês, podem ter uma conclusão, que poderá ser a seu favor, mas terá de utilizar um raciocínio prudente e cauteloso. O processo não será fácil e esperam-lhe conflitos intensos, mas pode sair vencedor.

Peixes
De 20 de Fevereiro a 20 de Março

Cartas do Mês
O Imperador e o Dois de Paus

Este é o mês em que poderá ser senhor de si mesmo. Não deixe as decisões para os outros. Tome as rédeas da sua vida e poderá triunfar. A sua autoridade e vontade vão ter uma expressão muito acentuada, as quais lhe podem trazer importantes realizações.
  

                                                                                             Pode ler também em Revista Reviver