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Júpiter em Peixes: De 29 de Dezembro de 2021 a 11 de Maio de 2022 (2º Ingresso)
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segunda-feira, 20 de setembro de 2021
Lua Cheia - Eixo Peixes/Virgem: Reflexões Astrológicas
Reflexões Astrológicas
Lua Cheia: Eixo Peixes – Virgem
Lisboa, 00h55min, 21/09/2021
Lua
Decanato:
Marte
Termos:
Saturno
Monomoiria:
Júpiter
Sol
Decanato:
Mercúrio
Termos:
Saturno
Monomoiria:
Mercúrio
O eixo da Lua Cheia de Setembro
coloca a Lua em Peixes acima do horizonte, no seu Segmento de Luz, no Lugar de
Deus (IX), no decanato de Marte, termos de Saturno e monomoiria de Júpiter. Por seu lado, o Sol em Virgem surge no Lugar
da Deusa (III), abaixo do horizonte, fora do seu Segmento de Luz, no decanato
de Mercúrio, termos de Saturno e
monomoiria de Mercúrio. Quem quer que tenha observado o tema da Lua Nova de
Setembro, concluirá que existe uma grande semelhança com o da Lua Cheia,
firmando-se assim o sentido profundo proposto no novilúnio. À excepção da
natural mudança da Lua, mudam de signo e de lugar somente Vénus (da IV para a
V, de Balança para Escorpião) e Marte (de III para IV, de Virgem para Balança).
Propõe-se, desta forma, uma releitura da reflexão anterior,
visto que a maioria das posições e aspectos é igual.
A regência da deusa Deméter (Virgem)
estende-se portanto da Lua Nova até à Lua Cheia, porém, pela natureza axial de
um plenilúnio essa regência é partilhada. Poseídon (Peixes) assume o seu lugar
no eixo. Porém, pelo facto de tanto o Sol como a Lua se encontrarem nos termos
de Saturno e por este ser o maléfico que se encontra fora de seu segmento, o
mito que melhor descreve esta relação é o da Deméter Negra.
Pausânias, na sua Descrição da Grécia (VIII, 42, 1-13),
conta-nos que no Monte Elaios, perto da Figália, na Arcádia, existia uma
caverna sagrada, dedicada a Deméter Melaina
(μέλαινα), a Negra. Segundo os locais, depois de Poseídon se
ter unido a Deméter, ambos sob a forma de cavalos, pois o deus dos mares
perseguira a deusa da agricultura quando esta procurava a filha, Cora ou
Perséfone, raptada por Hades, e, para se esconder, a deusa transformara-se em
égua e escondera-se no meio de uma manada, mas o deus, sob a forma de um
garanhão, encontrou-a, da união nasceu um filha e não um cavalo. Essa é pelo
menos a tradição local, pois segundo outros nasceu uma filha e um cavalo
divino, Árion. O nome da filha está todavia reservado aos iniciados, sendo
apenas conhecida por Despoina (δέσποινα), a Senhora.
Ora Deméter, furiosa com Poseídon e
pesarosa pela violação da filha Perséfone, refugia-se na referida caverna. Sem
a sua presença, os frutos da terra pereceram e a espécie humana morria de fome.
O deus Pã, ao visitar a Arcádia, encontrou a deusa na caverna e espiou-o,
vendo-a vestida de negro, de um profundo luto. Avisou então Zeus que enviou as
Moiras. As deusas do tempo e do destino - expressões femininas de Saturno -
convenceram a deusa a moderar o seu lamento e a acalmar a sua ira. E assim a
terra tornou-se, de novo, fértil e na caverna foi colocada uma imagem de
madeira da deusa negra com cabeça de égua.
Este mito representa na perfeição a
mensagem da Lua Cheia de Setembro, a mesma que se estende desde a Lua Nova. A
luz oculta do Divino Feminino terá de brilhar de novo. A fertilidade da terra,
do corpo e do espírito é a bênção da sua presença. No entanto, o mito também
nos avisa dos perigos da sua ausência. Na caverna escura, o feminino agrilhoado
desequilibra o mundo. Não existe harmonia se a Mãe Divina não ocupar o seu
lugar. Se a Sabedoria continuar a passar por entre nós e não for reconhecida,
se a insultarem e dela abusarem, as trevas cairão sobre a terra e sobre todos
nós. Essa é a mensagem de Júpiter e Saturno retrógrados no Lugar da Morte
(VIII) e de Plutão poente (VII), bem como das relações que estes tecem
(aspectos).
O eixo Peixes-Virgem neste
plenilúnio entrega-nos, como uma dádiva no caminho, o serviço como via de
salvação. “A solidariedade não é
facultativa”, deixou-nos escrito o Presidente Jorge Sampaio pouco antes da
sua partida. A empatia e a compaixão são uma visão de totalidade (Lua em Peixes
conjunta a Neptuno em Peixes no Lugar de Deus, IX) e saber colher as suas
dádivas é um esforço que transforma o mundo. O serviço alicerçado na
solidariedade (Virgem) e na compaixão (Peixes) tem um enorme poder de mudança.
Este último eixo zodiacal colhe a dádiva do fim e da finalidade e integra a
unidade do humano na totalidade da humanidade e do divino. A necessidade coloca,
para a hora de Lisboa, os dois eventos lunares (Lua Nova e Lua Cheia) no mesmo
signo Ascendente. Caranguejo marca a hora. O signo da origem traz consigo o
cuidado maternal, a Grande Mãe. E, culminando, com a luz da Lua e de Neptuno,
Peixes colhe o olhar do cume que fita tanto o horizonte como o abismo.
Face ao tema do novilúnio e agora ao
tema do plenilúnio e à posição dos luminares, notamos primeiramente que o
grande benéfico, que é uma vez mais Vénus, surge agora com ligações favoráveis
ao Sol (sextil) e à Lua (trígono). A luz do feminino, embora ainda sob o véu de
Ísis, torna-se mais forte. Por outro lado, Mercúrio, que antes colhia as
bênçãos de Vénus, afirma-se agora com a força de Marte. A palavra não cria
harmonia e as ideias antagónicas tornam-se uma fonte de hostilidade. A união de
Mercúrio e Marte em Balança cria um elemento de passagem entre a harmonia e o
conflito, entre a paz e a discórdia. Esse elemento é a força da palavra, o
impulso radical do conhecimento, que pela informação eleva e pela desinformação
destrói. No entanto, Mercúrio surge como Estrela da Tarde, para além dos raios
solares, e anunciando a sua retrogradação, ou seja, a palavra torna-se
pensamento e introspecção, sentimento e intuição.
Marte, embora esteja num signo
diferente, está sob os raios do sol. Porém, como é sabido, segundo a tradição
antiga, Marte é o único que não se deixa afectar pelos raios fulgentes,
abrasivos, do Sol. Ora, estando o Sol junto ao Ponto Subterrâneo (IC) e Marte
no Lugar sob a Terra (IV), existe um carácter visceral e abissal nesta ligação.
No útero da terra, a força da luz (Sol e Marte) surge como passagem, como
proposta de sentido, entre o serviço e a harmonia. Contudo, esta é um elemento
contido no interior da terra, no abismo da realidade. Esse carácter de luz
oculta, de potencialidade não efectivada, pois Marte está em exílio, firma-se
também, por um lado, na relação benéfica com o Dragão da Lua (trígono à Caput na XII e sextil à Cauda na VI), embora este esteja em
lugares nocivos, e, por outro lado, nos trígonos a Júpiter e Saturno e na
quadratura a Plutão.
No que concerne a Júpiter e Saturno
deve seguir-se a regra de Nechepso e Petosíris (F38 Riess), que diz nem todas
as quadraturas são más, contrariamente, nem todos os trígonos são bons. No entanto,
estes conservam o potencial do bem, dizendo-nos aqui que a força da luz (Marte
e Sol) encontra a morte no espaço e no tempo, na justiça e na necessidade
(Júpiter e Saturno na VIII), ou seja, o humano morre perante a afirmação do
limite, do limiar e da limitação, e só na luz poderá renascer. Face à finitude,
a vaidade torna-se serviço e a harmonia surge da integração do humano na
humanidade.
Vénus, a dádiva do bem e a bênção do
feminino, surge aqui na sua queda, escalando o abismo. O amor entra assim no templo
e conhece o mistério da morte. E, vencido o medo, agora em Escorpião e no Lugar
da Boa Fortuna, (ἀγαθή τύχη), verte o néctar da Cornucópia da
Abundância, não sobre o comum, mas sobre o eleito. Nesta posição, e apesar do
ser o benéfico mais favorecido, por estar no seu Segmento de Luz, Vénus está em
exílio, sob o horizonte, ou seja, a partir da noite escura, da origem da
criação, o amor propõe uma via iniciática.
sábado, 18 de setembro de 2021
domingo, 22 de agosto de 2021
segunda-feira, 26 de julho de 2021
segunda-feira, 28 de junho de 2021
domingo, 20 de junho de 2021
Júpiter Retrógrado: De 20 de Junho a 18 de Outubro de 2021
terça-feira, 1 de junho de 2021
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Júpiter em Peixes: De 13 de Maio a 28 de Julho de 2021 (1º Ingresso)
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quarta-feira, 7 de abril de 2021
segunda-feira, 15 de março de 2021
sexta-feira, 12 de março de 2021
Lua Nova em Peixes: Reflexões Astrológicas
Reflexões Astrológicas
Lunações
10h21min, 13/03/2021
Decanato: Marte
Termos: Marte
Monomoiria: Sol
Esta é a primeira Lua Nova de 2021 que se
fixa acima do horizonte. Uma mudança que começou a ser sentida, embora com
menor intensidade, na Lua Cheia de Fevereiro. O Sol está no seu próprio
segmento de luz (αἵρεσις), distribuindo, desde modo, a sua
luz com Júpiter e Saturno, ambos no seu segmento. Existe, neste novilúnio,
devido à posição que ocupa, um sentido profundo que o coloca entre a síntese de
Peixes e a culminação partilhada de Aquário e Peixes. Esta é uma significação
mediada pelo facto dos luminares (23º03’) se encontrarem já muito perto do lugar
exacto da exaltação de Vénus (27º), para onde esta também se encaminha. Esse é o
Amor que, como diria Dante, “move o Sol e
as outras estrelas”.
O tema deste novilúnio apresenta dois
elementos que evidenciam a escolha do sistema de divisão casas. O sistema de
casa-signo ou de signo inteiro é o modelo mais antigo de divisão de casas,
utilizado com alguma certeza a partir do século I AEC. Neste sistema, o signo
em que recai o Horóscopo (Asc.) marca toda a primeira casa e, partir deste, a
cada casa corresponde um signo. Por consequência, o Meio do Céu pode coincidir,
ou não, com a Casa X. Este sistema possui uma simplicidade natural, firmada no
valor do Horóscopo. No caso da Lua Nova de Março, o primeiro elemento concerne
à posição de Marte. Noutro sistema de casas, Marte recairia na XII. No entanto,
Marte é a “estrela” que está a ascender. Ptolomeu tentou conciliar o facto do
eixo horizontal marcar a ascensão e o declínio das estrelas com o sistema
anti-horário de casas ao iniciar a primeira casa cinco graus antes do
Horóscopo. Ora esse critério tão discutido por historiadores e astrólogos
acentua um dos benefícios do sistema casa-signo. O outro elemento é o facto do
Meio do Céu cair na IX, a Casa de Deus como diriam os antigos. Esta posição
contribui para a análise dos astros que se encerram entre Plutão em Capricórnio
(26º19’) e a sizígia do Sol e a Lua em Peixes (23º03’), ou seja, em cerca de 60
graus encontramos todo um espaço de culminação.
A X e o Meio do Céu representam, no sistema
antigo, a Práxis, aquilo que se faz,
a efectivação da potencialidade. Ora a união dos luminares com Neptuno e Vénus
na X consubstanciam a prática do Amor Universal e a necessidade de cultivar e
expandir a compaixão e a empatia. A Vénus em Peixes tem sido associada à
sereia, porém, a origem desta significação vai para além da figura mítica da
tentadora de marinheiros. Pausânias, na sua Descrição
da Grécia (VIII, 41, 1-6), diz-nos que Eurínome, a deusa-mãe dos pelasgos,
aquela que governou o Olimpo com Ofíon, a grande serpente, antes de Cronos e Reia
e Zeus e Hera, era adorada num santuário perto de onde os rios Neda e Límax
confluem. Na Figália, na agreste Arcádia, o lugar exacto do santuário é
desconhecido, mas sabe-se que, uma vez por ano, uma imagem de madeira, presa por
correntes de ouro, de uma figura metade mulher, mulher peixe era exibida. Vénus
em Peixes representa Eurínome, uma deusa da origem, a senhora que emergiu das
águas primordiais e criou o mundo e os humanos.
Por outro lado, junto ao Meio do Céu, a
cinco graus, à esquerda e à direita, estão Saturno e Júpiter. O tempo e o
espaço unem-se ao eixo de culminação, na Casa de Deus, no signo de Aquário,
para apresentar a proposta de um novo mundo, um mundo unido ao Amor que com
eles também culmina. Por fim, na Casa da Morte, a VIII, a caminhar lentamente
para o fim da sua viagem por Capricórnio, está Plutão. O Rei do Hades, senhor
de pestes e vulcões, traz consigo, gravado no pórtico da vida, o Et in Arcadia Ego, a lembrança
permanente de que a morte também vive na Arcádia. A finitude deve ser para a
humanidade um sentido de finalidade. A proposta de todo este espaço de
culminação anuncia assim, cantando ao som de Hermes e Pã, a chegada da Idade do
Espírito do Santo, aquela que une o Amor de Deus ao Amor da Humanidade, e
iluminando, a partir do cume do céu, está a Senhora do Mundo, a Mãe da
Humanidade.
Do Horóscopo em Gémeos, firmando uma
mensagem que se tem acentuado desde o início do ano, nasce a viagem da palavra
à sabedoria e da sabedoria à palavra. O corpo do Dragão da Lua, enrolado no
eixo horizontal, potencia a necessidade dessa viagem circular. Porém, a
presença de Marte faz da palavra, como da cantiga, uma arma que vence os
opressores, aqueles que impedem a viagem, ou que se torna opressão. Devemos nos
lembrar, porém, que a sabedoria difere do conhecimento por causa da sua visão
de totalidade e a sabedoria não pode imperar no mundo se nele existir injustiça
e desigualdade, daí que a Cauda do Dragão (termos de Vénus, decanato da Lua) e
o Ocaso (Desc.) se unam, em sextil, à Casa de Deus e àqueles que nela habitam.
A sabedoria só culmina se integrar toda a humanidade. Essa é a visão de
totalidade da Mãe do Mundo. Por outro lado, Úrano na XII, na Casa do Mau Espírito,
do lugar que se oculta, assombra a Mansão de Deus. Esta quadratura coloca em
tensão aquilo que une e desune a humanidade no seu próprio tempo, mas também a
sua apreensão do tempo passado e a projecção no tempo futuro. Para servir um
humano em remissão, nega-se o tempo e a história, validando ditadores e
totalitarismos e tornando criminosos em heróis.
Os laços de aspecto que se constroem entre o
Horóscopo e a X e o Horóscopo e a IX obrigam a relembrar um fragmento (F38) de Petosíris
(150-50 AEC), aquele sacerdote que, depois de Hermes e junto de Nechepso, ajudou
a criar a astrologia tal como a conhecemos. Este antigo astrólogo diz-nos que
as quadraturas não são necessariamente más, podendo existir nelas uma grande
força activa (μεγίστην ἐνέργειαν) que indica um carácter operativo
e actual, ou seja, pode existir nelas um poder de efectivação que as torna
benéficos. Ora isto existe em particular nas quadraturas que se fixam junto aos
κέντρα
(pontos cardeais ou angulares). Neste novilúnio, existe uma unidade que, mesmo
com aspectos de suposta tensão, torna activa toda uma proposta de transformação
do mundo e do humano. O Eterno Feminino eleva-se assim sobre o mar.