O Valete / Princesa de Ouros é aquele cujo Realismo impera sobre o estudo e a acção, sendo portanto um mensageiro da terra e da novidade, mas também daquilo que nasce e seduz.
O Dez de Paus diz-nos que a Opressão representa o peso da realidade, o esforço de carregar a carência e a abundância, os dons e os grilhões, é um sinal de esforço e perseverança.
O Dez de Espadas diz-nos que a Ruína é um símbolo de destruição, é a fragmentação do eu e da realidade, mas é também a possibilidade de se encontrar o valor entre os estilhaços.
O Dez de Copas diz-nos que a Felicidade é aquele estado de contentamento que traduz a humana perfeição, é a alegria e o prazer de viver, a satisfação de ver o propósito realizado.
O Dez de Ouros diz-nos que a Riqueza encontra o máximo no mínimo e torna o mínimo máximo, pois a abundância é tudo o que existe em plenitude, é a estabilidade da vida no tempo.
O Nove de Paus diz-nos que a Força é a vontade de vencer a adversidade, a realidade antagónica que se torna fortificação, mas é ainda a irreal certeza de que estamos cercados.
O Nove de Espadas diz-nos que o Desespero é um sinal extremo de desalento que pode transferir o caos interior para uma destruição exterior, transformando em dor a realidade.
O Nove de Copas diz-nos que a Satisfação indica a realização de um desejo, o contentamento de obter a realidade imaginada, assegurando para o futuro uma vantagem material.
O Nove de Ouros diz-nos que o Ganho é a aceitação da abundância do universo e a consciência de que tudo o que existe é de todos para todos, porque a prosperidade é uma dádiva.
O Oito de Paus diz-nos que o Movimento é o avanço e o recuo, a suspensão e o impulso, e que a sua aparente ausência é movimento também, dessa forma, a acção pode ser espera.
O Oito de Espadas diz-nos que a Interferência é uma prisão da vontade, são as amarras que impedem o caminho, tanto externas como internas, porém o rio segue o seu curso e tudo passará.
O Oito de Copas diz-nos que a Indolência tem de retomar a busca pela parte ausente, o preenchimento do que está em falta e essa ausência pode fixar-se na dissociação e na insensibilidade.
O Oito de Ouros diz-nos que a Prudência dá-nos a capacidade de compreender que o talento precisa de trabalho e o trabalho exige tempo e que só assim a obra será reconhecida.
O Sete de Paus diz-nos que o Desafio será como uma competição onde a inteligência vence a força e o número, pois o intelecto é o tesouro que do alto da consciência supera a opressão.
O Sete de Espadas diz-nos que o Engano é uma distorção da realidade, um acto deliberado ou não de falhar o alvo, podendo-se transformar também numa forma de manipulação.
O Sete de Copas diz-nos que a Ilusão não deixa que a possibilidade se torne propósito, corrompe a realidade e a imaginação, pois apenas o vislumbre da vontade faz da criação uma variedade.
O Sete de Ouros diz-nos que o Fracasso acontece quando a obra realizada continua a precisar do seu criador, pois o fruto já é semente e contemplar é melhor do que a ansiedade de agir.
O Seis de Paus diz-nos que a Vitória é a realização da esperança e que a nobreza do carácter é o sucesso da acção, mas também é a mensagem, a palavra, que coroa o reconhecimento.
O Seis de Espadas diz-nos que a Viagem é o curso confessional das coisas, a entrega natural às águas da providência, à passagem do merecido sucesso e da desapegada devoção.
O Seis de Copas diz-nos que o Prazer existe também na memória, na rememoração saudosa do passado, do tempo nostálgico tornado íntimo, recriado por uma ilusão do desejo.