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quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

O Cinco de Espadas ou a Derrota como Elemento da Acção

O Cinco de Espadas
Tarot Rider-Waite

O Cinco de Espadas diz-nos que a Derrota é um elemento essencial da acção, pois só age quem pode perder, acreditando que ganhará, e só permanece derrotado quem não age de novo.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

O Cinco de Copas ou a Melancolia distorce a realidade

O Cinco de Copas
Tarot Rider-Waite

O Cinco de Copas diz-nos que a Melancolia distorce a realidade, o potencial da vida, firmando a tristeza e o desalento naquilo que se perdeu e ignorando o que se têm e conserva.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

O Cinco de Ouros ou a Preocupação perante o Abismo

O Cinco de Ouros
Tarot Rider-Waite

O Cinco de Ouros diz-nos que a Preocupação perante o abismo pode trazer o caos e a ruína, mas também, pela entrega à divina graça, a pobreza da alma, a libertação de todas angústias.

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

O Quatro de Paus ou a Conclusão que celebra a Obra e a Acção

O Quatro de Paus
Tarot Rider-Waite

O Quatro de Paus diz-nos que a Conclusão é o regozijo do fim de um ciclo, a alegria de celebrar a obra e a acção, mas também a consciência de que o propósito e a obra renovar-se-ão.

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020

O Quatro de Espadas ou o Repouso que suspende o Tempo e pacifica o Espírito

O Quatro de Espadas
Tarot Rider-Waite

O Quatro de Espadas diz-nos que o Repouso é a possibilidade de passar da inacção para o movimento interno e íntimo, ou seja, suspender o tempo exterior e pacificar o espírito.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

O Quatro de Copas ou a Dúvida é uma forma de Certeza

O Quatro de Copas
Tarot Rider-Waite

O Quatro de Copas diz-nos que a Dúvida é também ela uma forma de certeza e de que os caminhos ou opções tendem sempre a ser diferentes daquilo que julgamos ou pensamos.

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

O Quatro de Ouros ou Estagnado é o Apego

O Quatro de Ouros
Tarot Rider-Waite

O Quatro de Ouros diz-nos que estagnado é o Apego, a cristalizada ligação à matéria, pois a herança, o legado e a segurança fluem como o universo e mudam como a ordem das estações.

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020

O Três de Paus ou a Expansão como Possibilidade

O Três de Paus
Tarot Rider-Waite

O Três de Paus diz-nos que a Expansão implica sempre, depois de encontrado o domínio da dissonância, a procura da oportunidade, do momento certo para fazer e para criar.

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020

O Três de Espadas ou a Dor enquanto Cisão da Unidade

Três de Espadas
Tarot Rider-Waite

O Três de Espadas diz-nos que a Dor é um processo inerente a toda e qualquer cisão ou divisão da unidade, pois da unidade primordial surge, rompendo, a dicotomia nos opostos.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

O Três de Copas ou a Alegria é Expressão e Reunião

O Três de Copas
Tarot Rider-Waite

O Três de Copas diz-nos que a Alegria, a fonte de toda celebração, reside tanto na expressão como na reunião, ou seja, o terceiro princípio ou elemento é unidade e é dualidade.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

O Três de Ouros ou a Exigência do Trabalho

O Três de Ouros
Tarot Rider-Waite


O Três de Ouros diz-nos que os dons e o talento exigem sempre Trabalho, esforço e dedicação e que a criação impõe-se sempre sobre o criador e supera sempre o espectador.

sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

O Dois de Paus ou o Domínio da Unidade sobre os Opostos

O Dois de Paus
Tarot Rider-Waite


O Dois de Paus diz-nos que o Domínio da Unidade sobre os Opostos fixa tanto o poder como a solidão, pois reunir é perder e casar, continuar, tornando-se a ordem da reunião e da criação.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

O Dois de Espadas ou a Incapacidade de Encontrar a Paz nos Elementos Dissonantes

O Dois de Espadas
Tarot Rider-Waite

O Dois de Espadas diz-nos que a Indecisão e o Conflito resultam da incapacidade de encontrar a Paz e a Harmonia nos elementos dissonantes, aceitando assim o igual e o diferente.       

terça-feira, 28 de janeiro de 2020

O Dois de Copas ou a União dos Opostos

O Dois de Copas
Tarot Rider-Waite

O Dois de Copas diz-nos que a União dos Contrários ou Harmonia dos Opostos surge-nos como síntese e distinção, mas também como amor e discórdia, como união e separação.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

O Dois de Ouros ou o Eterno Devir

Dois de Ouros
Tarot Rider-Waite

O Dois de Ouros diz-nos que a Mudança, o Eterno Devir, é a ordem da natureza e que o equilíbrio necessário reside entre o que nasce e o que morre, entre o que se cria e o que se destrói.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

O Ás de Vontade ou a Acção que move o Céu e a Terra

Ás de Paus
Tarot de Rider-Waite

O Ás de Paus diz-nos que o Poder será daquele que segue, não o impulso dos seus desejos, mas sim a Vontade de Deus, a acção que move o céu e a terra, a alma e as gentes.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

O Ás de Espadas ou o Intelecto que anima e une

Ás de Espadas
Tarot Rider-Waite

O Ás de Espadas diz-nos que o Intelecto é o princípio noético que anima e une todo o universo e todos os seus seres, é a Anima Mundi, a razão enquanto elemento de distinção e separação.

terça-feira, 21 de janeiro de 2020

O Ás de Copas ou o Amor que permeia Todas as Coisas

Ás de Copas
Tarot Rider-Waite

O Ás de Copas diz-nos que Sábio será aquele que vê que o Amor permeia todas as coisas e que a Glória e a Graça de Deus é a dádiva do Espírito Santo, a face materna de Deus.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

O Ás de Ouros ou a Mãe Gaia que dá e tira

Ás de Ouros
Tarot Rider-Waite

O Ás de Ouros diz-nos que a Criação é uma porta que se abre à novidade inaugural, ao momento certo de afinidade e eleição, é a Natureza e o seu princípio criador, a Mãe Gaia que dá e tira.

quinta-feira, 19 de maio de 2016

O Tarot como Liber Mundi: Uma Introdução

   A primeira ideia que a maioria das pessoas têm sobre o Tarot é que se trata de um baralho de cartas para adivinhar o futuro. Ora a arte adivinhatória é uma ínfima parte do que é o Tarot. O Tarot é acima de tudo um livro, um livro de imagens e estas imagens são uma sugestão de  símbolos e sentidos. A leitura do Tarot não se limita a uma análise sequencial, não se começa numa primeira carta e se termina numa última, à semelhança das páginas de um livro. As cartas lêem-se como uma teia, onde cada uma se relaciona com todas. Por outro lado, o significado de uma carta não se restringe à imagem apresentada, é o sentido que se esconde que lhe confere o seu significado. Porém, é quando designamos o Tarot de Liber Mundi que revelamos a sua verdadeira natureza, ou seja, como Livro do Mundo o Tarot é um reflexo da realidade, uma síntese imagética de arquétipos criadores.

  O Tarot une o simbolismo da letra, da palavra, com o do número, apontando para um caminho que explicita simbolicamente a relação profunda entre espaço e tempo. As 78 cartas do Tarot  dividem também o universal e o particular. Os 22 Arcanos Maiores indicam as ideias universais, os grandes arquétipos, enquanto os 56 Arcanos Maiores sintetizam expressões e tipologias humanas. Estes dividem-se em 40 cartas numeradas e 16 cartas de figuras que, por sua vez, se dividem em quatro, constituindo assim os quatro elementos essenciais: terra, água, ar e fogo. 

Tarot Carlos VI
A Mansão de Deus
  A origem do Tarot tem sido também matéria de discussão. Uns apontam para um criação antiga que colocaria a sua génese em Thot, deus egípcio do conhecimento e da escrita, assim o Tarot representaria o livro do deus, uma imagem em palavra da sabedoria divina. Outros defendem que sua origem estaria relacionada com heresia medieval dos cátaros, uma vez que dois dos baralhos mais antigos apareceram em regiões com forte presença desse movimento, sul de França e norte de Itália. Embora a sua datação seja polémica, podemos situar os baralhos de Carlos VI, ou Gringonneur, e Visconti-Sforza entre os séculos XIV e XV, aliás bem como o Tarot de Marselha. Por fim, a origem também já foi atribuída aos Romani que, segundo a lenda, descendem directamente dos egípcios antigos e que, como estes, teriam uma ligação ancestral ao Tarot. Qualquer que seja a origem do Tarot, uma coisa podemos afirmar: uma análise atenta das cartas demonstra a predominância do feminino, como sentido alternativo da realidade. As imagens e os arquétipos femininos são um denominador comum no Livro Mundo, daí que alguns o tenham associado ao culto da Madalena, o qual estaria intimamente ligado aos cátaros. A carta aqui representada, a Mansão de Deus, seria uma referência à queda de Montségur.  

Tarot Visconti-Sforza
A Papisa
  O feminino é o centro do Tarot, tanto que é uma mulher que está no meio dos Arcanos Maiores. No Tarot de Marselha, é a Força que está no centro e esta carta é esotericamente designada de a vitória do espírito sobre a matéria, é a mulher que vence o leão. Na reinterpretação do Rider-Waite, o centro é entregue à Justiça, que indica o equilíbrio ou necessidade do mesmo. A associação do Tarot ao culto da Madalena apresenta, em especial, a Senhora em quatro cartas: a Sacerdotisa, a Imperatriz, a Estrela e o Mundo. Ora estas cartas sintetizam a mensagem do Tarot, pois, por um lado, nas cartas da Sacerdotisa e da Estrela revela-se a união da Sabedoria à Fé, a Pistis-Sophia, e, por outro, a Imperatriz e o Mundo indicam o regresso do Feminino ao mundo, a harmonia perdida do masculino e do feminino.

Tarot de Marselha
A Estrela
  A relação entre as cartas e o número é íntima e simbólica. Nos Arcanos Maiores, o número participa da identidade da própria carta, bem como do conjunto. O Louco, o Arcano 0, não se inclui directamente nos outros 21 Arcanos, embora nalguns casos lhe seja atribuído o número 22 ou a posição entre o Julgamento e o Mundo. O Louco é o zero, porque não é o caminho, é o caminhante. O zero é o peregrino que está no início e no fim. Desta forma, ficam os 21 Arcanos Maiores. Ora o número 21 é um número feminino, pois 21 mais 7 indica o ciclo lunar da mulher e, sendo estes 7 o mistério do sangue, a Lua que se esconde, fica o 21, o Feminino visível como Lua, crescente, cheia e minguante. Se o Louco é o caminhante, os 21 Arcanos Maiores são o caminho, e os Arcanos Menores são os participantes e as expressões exteriores desse mesmo caminho. Os 21 Arcanos podem-se dividir em três secções de sete, em três etapas do caminho. A primeira etapa vai do Mago ou ao Carro, a segunda da Justiça ou Força, conforme o baralho, à Temperança, e a terceira do Diabo ao Mundo, chegando o Louco ao fim o caminho começa de novo. Para além do valor e significado específico do número de carta, a sua composição tem também um sentido profundo, ou seja, por exemplo, a Morte tem o número 13 e 13 é 1+3 e 1+3 é 4, ora 4 é o Imperador, que é 1+3, o Mago e a Imperatriz. Em termos de sentido, podemos resumir da seguinte forma: a Transformação  (a Morte) e a Ordem (o Imperador) relacionam-se entre si, pois ambas resultam da mesma origem, que é a Vontade (o Mago) e o Amor (a Imperatriz). Este esquema interpretativo pode-se aplicar a todas as cartas e a todos conjuntos das mesmas.

Árvore da Vida
   O Tarot, como Liber Mundi, tem uma estreita relação com a letra, com a palavra. A cada Arcano Maior corresponde uma letra do alfabeto hebraico, uma vez que este tem vinte e duas letras. Aqui existem duas teses quanto ao início do alfabeto: uns atribuem a letra Aleph ao Louco, outros ao Mago. À semelhança de Aleister Crowley, optei por seguir atribuição de Aleph ao Louco, porém, não sigo a associação de Tsady ao Imperador e He à Estrela, pois mantenho a sequência das letras. A ligação entre o Tarot e o alfabeto hebraico revelam uma harmonia entre as cartas e a Árvore da Vida cabalística. Se a cada Arcano Maior corresponde uma letra, logo um caminho na árvore, a cada Arcano Menor corresponde uma Sephiroth, por exemplo: todos os quatro Ases são regidos por Kether, a Coroa, e todos os Dez por Malkuth, o Reino. Esta simbiose entre o Tarot e a Cabala sustenta a tese inicial de que o Tarot é um livro de sabedoria e não um mero método de adivinhação.

Tarot Rider-Waite
Ás de Copas
  A associação do Tarot à Astrologia é a sua terceira ligação esotérica. A cada Arcano maior corresponde um signo ou um planeta/luminar. O Louco é regido por Úrano, senhor da liberdade e da aprendizagem pelo colectivo, ou seja, a liberdade do peregrino implica a aceitação dos outros, do grupo que o rodeia. O Mundo é governado por Saturno, senhor do tempo e da sua relação com o espaço, isto é o peregrino quando termina a sua viagem compreende que o tempo é círculo que a si mesmo retorna e que terá de reiniciar o seu caminho. Os Arcanos Menores, que apontam para o concreto e para o pessoal, estabelecem uma correspondência mais específica. O Ás de Ouros é regido pelo elemento Terra e pelo conjunto dos três dignos deste elemento: Touro, Virgem e Capricórnio. O Dez de Copas é associado ao elemento Água, ao terceiro decanato de Peixes e a Marte em Peixes. A Rainha de Paus é denominada de Fogo de Água e é regida pelo signo de Carneiro. A natureza astrológica de cada carta é também susceptível de se relacionar, por exemplo: a Estrela, regida por Aquário, junto do Quatro de Copas, associado ao terceiro decanato de Caranguejo e à Lua em Caranguejo, pode indicar uma perda de fé, uma dúvida acerca do divino ou uma indecisão que só será superada pela confiança em si. O Tarot e a Astrologia unem-se numa harmonia de sentido. 

   O Tarot como Liber Mundi permite que se aceda à sua verdadeira natureza, a de um livro sagrado dedicado à deusa Sophia. A sabedoria é a patrona do Tarot, o que é perceptível se observamos o Arcano II: a Sacerdotisa guarda o livro que é um enigma por revelar. O Tarot guarda os segredos do Todo e fecha na sua teia de símbolos e sentidos os mistérios humanos e divinos, porém, tal como o Louco é caminhante, também o leitor é mestre de si mesmo. Procura e encontrarás.


Nota: Todas as imagens apresentadas estão em domínio público.