O Seis de Ouros diz-nos que a Generosidade é a balança moral que equilibra o carácter de quem dá com a disponibilidade de quem recebe, transformando em destino a acção humana.
O Cinco de Paus diz-nos que a Disputa, a batalha da vida, exige sempre conflito e competição, pois é daquilo que se opõe que tudo nasce, Pólemos é o pai de todas as coisas.
O Cinco de Espadas diz-nos que a Derrota é um elemento essencial da acção, pois só age quem pode perder, acreditando que ganhará, e só permanece derrotado quem não age de novo.
O Cinco de Copas diz-nos que a Melancolia distorce a realidade, o potencial da vida, firmando a tristeza e o desalento naquilo que se perdeu e ignorando o que se têm e conserva.
O Cinco de Ouros diz-nos que a Preocupação perante o abismo pode trazer o caos e a ruína, mas também, pela entrega à divina graça, a pobreza da alma, a libertação de todas angústias.
O Quatro de Paus diz-nos que a Conclusão é o regozijo do fim de um ciclo, a alegria de celebrar a obra e a acção, mas também a consciência de que o propósito e a obra renovar-se-ão.
O Quatro de Espadas diz-nos que o Repouso é a possibilidade de passar da inacção para o movimento interno e íntimo, ou seja, suspender o tempo exterior e pacificar o espírito.
O Quatro de Copas diz-nos que a Dúvida é também ela uma forma de certeza e de que os caminhos ou opções tendem sempre a ser diferentes daquilo que julgamos ou pensamos.
O Quatro de Ouros diz-nos que estagnado é o Apego, a cristalizada ligação à matéria, pois a herança, o legado e a segurança fluem como o universo e mudam como a ordem das estações.
O Três de Paus diz-nos que a Expansão implica sempre, depois de encontrado o domínio da dissonância, a procura da oportunidade, do momento certo para fazer e para criar.
O Três de Espadas diz-nos que a Dor é um processo inerente a toda e qualquer cisão ou divisão da unidade, pois da unidade primordial surge, rompendo, a dicotomia nos opostos.
O Três de Copas diz-nos que a Alegria, a fonte de toda celebração, reside tanto na expressão como na reunião, ou seja, o terceiro princípio ou elemento é unidade e é dualidade.
O Três de Ouros diz-nos que os dons e o talento exigem sempre Trabalho, esforço e dedicação e que a criação impõe-se sempre sobre o criador e supera sempre o espectador.
O Dois de Paus diz-nos que o Domínio da Unidade sobre os Opostos fixa tanto o poder como a solidão, pois reunir é perder e casar, continuar, tornando-se a ordem da reunião e da criação.
O Dois de Espadas diz-nos que a Indecisão e o Conflito resultam da incapacidade de encontrar a Paz e a Harmonia nos elementos dissonantes, aceitando assim o igual e o diferente.
O Dois de Copas diz-nos que a União dos Contrários ou Harmonia dos Opostos surge-nos como síntese e distinção, mas também como amor e discórdia, como união e separação.
O Dois de Ouros diz-nos que a Mudança, o Eterno Devir, é a ordem da natureza e que o equilíbrio necessário reside entre o que nasce e o que morre, entre o que se cria e o que se destrói.
O Ás de Paus diz-nos que o Poder será daquele que segue, não o impulso dos seus desejos, mas sim a Vontade de Deus, a acção que move o céu e a terra, a alma e as gentes.
O Ás de Espadas diz-nos que o Intelecto é o princípio noético que anima e une todo o universo e todos os seus seres, é a Anima Mundi, a razão enquanto elemento de distinção e separação.
O Ás de Copas diz-nos que Sábio será aquele que vê que o Amor permeia todas as coisas e que a Glória e a Graça de Deus é a dádiva do Espírito Santo, a face materna de Deus.