Mostrar mensagens com a etiqueta Maria Madalena. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Maria Madalena. Mostrar todas as mensagens

segunda-feira, 25 de setembro de 2023

Novidades 2023: 2 Livros, 3 Gerações


Em 2023, os Livros - Rodolfo Miguel de Figueiredo editaram duas obras que fazem uma ponte entre três gerações. No mês de Abril, aquando do centenário do nascimento da minha avó, Margarida Figueiredo, foi publicado a sua Obra Reunida. Este livro é uma edição crítica, uma opera omnia, editada e organizada por mim, que reúne os poemas que publicou em vida, bem como muitos inéditos.

Já o livro A Menina do Futuro que Vivia numa Biblioteca é o meu primeiro livro infantojuvenil, uma obra feita com e para minha filha, que é a sua ilustradora e que foi uma colaboradora atenta e participativa de todo o processo editorial. É uma história muito bonita e que naturalmente teve a minha filha como inspiração.

Estes dois livros são assim uma união geracional, dando-se a palavra que quer caminho à justiça do tempo.

Saiba mais acerca destes e de outros livros em https://rodolfomfigueiredo.wixsite.com/livros

sexta-feira, 22 de julho de 2022

Dia 22 de Julho, dia de Maria, a Magdalena (Apóstola dos Apóstolos)

Antolinez, José, Assunção de Maria Madalena, 1670-5.
Madrid: Museu do Prado.

Dia de Maria, a Magdalena 
(Apóstola dos Apóstolos)


João 20, 1-18, trad. João F. Almeida Actualizada:


1No primeiro dia da semana Maria Madalena foi ao sepulcro de madrugada, sendo ainda escuro, e viu que a pedra fora removida do sepulcro. 2Correu, pois, e foi ter com Simão Pedro, e o outro discípulo, a quem Jesus amava, e disse-lhes: Tiraram do sepulcro o Senhor, e não sabemos onde o puseram. 3Saíram então Pedro e o outro discípulo e foram ao sepulcro. 4Corriam os dois juntos, mas o outro discípulo correu mais ligeiro do que Pedro, e chegou primeiro ao sepulcro; 5e, abaixando-se viu os panos de linho ali deixados, todavia não entrou. 6Chegou, pois, Simão Pedro, que o seguia, e entrou no sepulcro e viu os panos de linho ali deixados, 7e que o lenço, que estivera sobre a cabeça de Jesus, não estava com os panos, mas enrolado num lugar à parte. 8Então entrou também o outro discípulo, que chegara primeiro ao sepulcro, e viu e creu. 9Porque ainda não entendiam a escritura, que era necessário que ele ressurgisse dentre os mortos.

10Tornaram, pois, os discípulos para casa.

11Maria, porém, estava em pé, diante do sepulcro, a chorar. Enquanto chorava, abaixou-se a olhar para dentro do sepulcro, 12e viu dois anjos vestidos de branco sentados onde jazera o corpo de Jesus, um à cabeceira e outro aos pés. 13E perguntaram-lhe eles: Mulher, por que choras? Respondeu- lhes: Porque tiraram o meu Senhor, e não sei onde o puseram. 14Ao dizer isso, voltou-se para trás, e viu a Jesus ali em pé, mas não sabia que era Jesus. 15Perguntou-lhe Jesus: Mulher, por que choras? A quem procuras? Ela, julgando que fosse o jardineiro, respondeu-lhe: Senhor, se tu o levaste, dize-me onde o puseste, e eu o levarei. 16Disse-lhe Jesus: Maria! Ela, virando-se, disse-lhe em hebraico: Raboni! - que quer dizer, Mestre. 17Disse-lhe Jesus: Deixa de me tocar, porque ainda não subi ao Pai; mas vai a meus irmãos e dize-lhes que eu subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus. 18E foi Maria Madalena anunciar aos discípulos: Vi o Senhor! - e que ele lhe dissera estas coisas.

sábado, 4 de março de 2017

A Sacerdotisa: O Tarot é a Sabedoria do Feminino

A Sacerdotisa
Tarot Rider-Waite

O Tarot é o livro da Sacerdotisa, aquele que anuncia o feminino que é a salvação e a vida, a sabedoria e a verdade.

O Tarot é um livro que não fala, nem descreve, mas sugere, indica símbolos e sinais. É um livro de imagens, ofertado pela Mãe Eterna.

O Tarot é um livro de síntese que coloca a totalidade numa imagem.

A Sacerdotisa é o centro do mistério, aquele que rege a vida e a morte, o céu e a terra.

A Sacerdotisa é o símbolo da deusa eclipsada e o valor da origem perdida.

A Sacerdotisa é Ísis, é Maria, a Magdalena, é o Sagrado Feminino.

E o Tarot é a unidade-dualidade resumida na Sacerdotisa.

quinta-feira, 19 de maio de 2016

O Tarot como Liber Mundi: Uma Introdução

   A primeira ideia que a maioria das pessoas têm sobre o Tarot é que se trata de um baralho de cartas para adivinhar o futuro. Ora a arte adivinhatória é uma ínfima parte do que é o Tarot. O Tarot é acima de tudo um livro, um livro de imagens e estas imagens são uma sugestão de  símbolos e sentidos. A leitura do Tarot não se limita a uma análise sequencial, não se começa numa primeira carta e se termina numa última, à semelhança das páginas de um livro. As cartas lêem-se como uma teia, onde cada uma se relaciona com todas. Por outro lado, o significado de uma carta não se restringe à imagem apresentada, é o sentido que se esconde que lhe confere o seu significado. Porém, é quando designamos o Tarot de Liber Mundi que revelamos a sua verdadeira natureza, ou seja, como Livro do Mundo o Tarot é um reflexo da realidade, uma síntese imagética de arquétipos criadores.

  O Tarot une o simbolismo da letra, da palavra, com o do número, apontando para um caminho que explicita simbolicamente a relação profunda entre espaço e tempo. As 78 cartas do Tarot  dividem também o universal e o particular. Os 22 Arcanos Maiores indicam as ideias universais, os grandes arquétipos, enquanto os 56 Arcanos Maiores sintetizam expressões e tipologias humanas. Estes dividem-se em 40 cartas numeradas e 16 cartas de figuras que, por sua vez, se dividem em quatro, constituindo assim os quatro elementos essenciais: terra, água, ar e fogo. 

Tarot Carlos VI
A Mansão de Deus
  A origem do Tarot tem sido também matéria de discussão. Uns apontam para um criação antiga que colocaria a sua génese em Thot, deus egípcio do conhecimento e da escrita, assim o Tarot representaria o livro do deus, uma imagem em palavra da sabedoria divina. Outros defendem que sua origem estaria relacionada com heresia medieval dos cátaros, uma vez que dois dos baralhos mais antigos apareceram em regiões com forte presença desse movimento, sul de França e norte de Itália. Embora a sua datação seja polémica, podemos situar os baralhos de Carlos VI, ou Gringonneur, e Visconti-Sforza entre os séculos XIV e XV, aliás bem como o Tarot de Marselha. Por fim, a origem também já foi atribuída aos Romani que, segundo a lenda, descendem directamente dos egípcios antigos e que, como estes, teriam uma ligação ancestral ao Tarot. Qualquer que seja a origem do Tarot, uma coisa podemos afirmar: uma análise atenta das cartas demonstra a predominância do feminino, como sentido alternativo da realidade. As imagens e os arquétipos femininos são um denominador comum no Livro Mundo, daí que alguns o tenham associado ao culto da Madalena, o qual estaria intimamente ligado aos cátaros. A carta aqui representada, a Mansão de Deus, seria uma referência à queda de Montségur.  

Tarot Visconti-Sforza
A Papisa
  O feminino é o centro do Tarot, tanto que é uma mulher que está no meio dos Arcanos Maiores. No Tarot de Marselha, é a Força que está no centro e esta carta é esotericamente designada de a vitória do espírito sobre a matéria, é a mulher que vence o leão. Na reinterpretação do Rider-Waite, o centro é entregue à Justiça, que indica o equilíbrio ou necessidade do mesmo. A associação do Tarot ao culto da Madalena apresenta, em especial, a Senhora em quatro cartas: a Sacerdotisa, a Imperatriz, a Estrela e o Mundo. Ora estas cartas sintetizam a mensagem do Tarot, pois, por um lado, nas cartas da Sacerdotisa e da Estrela revela-se a união da Sabedoria à Fé, a Pistis-Sophia, e, por outro, a Imperatriz e o Mundo indicam o regresso do Feminino ao mundo, a harmonia perdida do masculino e do feminino.

Tarot de Marselha
A Estrela
  A relação entre as cartas e o número é íntima e simbólica. Nos Arcanos Maiores, o número participa da identidade da própria carta, bem como do conjunto. O Louco, o Arcano 0, não se inclui directamente nos outros 21 Arcanos, embora nalguns casos lhe seja atribuído o número 22 ou a posição entre o Julgamento e o Mundo. O Louco é o zero, porque não é o caminho, é o caminhante. O zero é o peregrino que está no início e no fim. Desta forma, ficam os 21 Arcanos Maiores. Ora o número 21 é um número feminino, pois 21 mais 7 indica o ciclo lunar da mulher e, sendo estes 7 o mistério do sangue, a Lua que se esconde, fica o 21, o Feminino visível como Lua, crescente, cheia e minguante. Se o Louco é o caminhante, os 21 Arcanos Maiores são o caminho, e os Arcanos Menores são os participantes e as expressões exteriores desse mesmo caminho. Os 21 Arcanos podem-se dividir em três secções de sete, em três etapas do caminho. A primeira etapa vai do Mago ou ao Carro, a segunda da Justiça ou Força, conforme o baralho, à Temperança, e a terceira do Diabo ao Mundo, chegando o Louco ao fim o caminho começa de novo. Para além do valor e significado específico do número de carta, a sua composição tem também um sentido profundo, ou seja, por exemplo, a Morte tem o número 13 e 13 é 1+3 e 1+3 é 4, ora 4 é o Imperador, que é 1+3, o Mago e a Imperatriz. Em termos de sentido, podemos resumir da seguinte forma: a Transformação  (a Morte) e a Ordem (o Imperador) relacionam-se entre si, pois ambas resultam da mesma origem, que é a Vontade (o Mago) e o Amor (a Imperatriz). Este esquema interpretativo pode-se aplicar a todas as cartas e a todos conjuntos das mesmas.

Árvore da Vida
   O Tarot, como Liber Mundi, tem uma estreita relação com a letra, com a palavra. A cada Arcano Maior corresponde uma letra do alfabeto hebraico, uma vez que este tem vinte e duas letras. Aqui existem duas teses quanto ao início do alfabeto: uns atribuem a letra Aleph ao Louco, outros ao Mago. À semelhança de Aleister Crowley, optei por seguir atribuição de Aleph ao Louco, porém, não sigo a associação de Tsady ao Imperador e He à Estrela, pois mantenho a sequência das letras. A ligação entre o Tarot e o alfabeto hebraico revelam uma harmonia entre as cartas e a Árvore da Vida cabalística. Se a cada Arcano Maior corresponde uma letra, logo um caminho na árvore, a cada Arcano Menor corresponde uma Sephiroth, por exemplo: todos os quatro Ases são regidos por Kether, a Coroa, e todos os Dez por Malkuth, o Reino. Esta simbiose entre o Tarot e a Cabala sustenta a tese inicial de que o Tarot é um livro de sabedoria e não um mero método de adivinhação.

Tarot Rider-Waite
Ás de Copas
  A associação do Tarot à Astrologia é a sua terceira ligação esotérica. A cada Arcano maior corresponde um signo ou um planeta/luminar. O Louco é regido por Úrano, senhor da liberdade e da aprendizagem pelo colectivo, ou seja, a liberdade do peregrino implica a aceitação dos outros, do grupo que o rodeia. O Mundo é governado por Saturno, senhor do tempo e da sua relação com o espaço, isto é o peregrino quando termina a sua viagem compreende que o tempo é círculo que a si mesmo retorna e que terá de reiniciar o seu caminho. Os Arcanos Menores, que apontam para o concreto e para o pessoal, estabelecem uma correspondência mais específica. O Ás de Ouros é regido pelo elemento Terra e pelo conjunto dos três dignos deste elemento: Touro, Virgem e Capricórnio. O Dez de Copas é associado ao elemento Água, ao terceiro decanato de Peixes e a Marte em Peixes. A Rainha de Paus é denominada de Fogo de Água e é regida pelo signo de Carneiro. A natureza astrológica de cada carta é também susceptível de se relacionar, por exemplo: a Estrela, regida por Aquário, junto do Quatro de Copas, associado ao terceiro decanato de Caranguejo e à Lua em Caranguejo, pode indicar uma perda de fé, uma dúvida acerca do divino ou uma indecisão que só será superada pela confiança em si. O Tarot e a Astrologia unem-se numa harmonia de sentido. 

   O Tarot como Liber Mundi permite que se aceda à sua verdadeira natureza, a de um livro sagrado dedicado à deusa Sophia. A sabedoria é a patrona do Tarot, o que é perceptível se observamos o Arcano II: a Sacerdotisa guarda o livro que é um enigma por revelar. O Tarot guarda os segredos do Todo e fecha na sua teia de símbolos e sentidos os mistérios humanos e divinos, porém, tal como o Louco é caminhante, também o leitor é mestre de si mesmo. Procura e encontrarás.


Nota: Todas as imagens apresentadas estão em domínio público.

quarta-feira, 23 de abril de 2014

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

O Evangelho da Mulher de Jesus

 Karen L. King é professora de História Eclesiástica da Divinity School da Universidade de Harvard e autora de The Gospel Mary of Magdala. A estudiosa traduziu um fragmento, abaixo ilustrado, e denominou-o como o "Evangelho da Mulher de Jesus". Esse pequeno fragmento papiráceo, com cerca de mil e seiscentos anos, é, segundo a autora, a primeira referência directa à união de Jesus com a Maria Madalena. Outros textos, nomeadamente o Evangelho de Maria e os Textos de Nag Hammadi, apontavam para essa possibilidade, mas este fragmento designa Maria, de forma explícita, como mulher de Jesus. A verdade histórica, depois de cerca de dois mil anos, é difícil de alcançar, no entanto, é cada mais seguro afirmar que existiam correntes no seio das comunidades cristãs que tinham a união de Jesus com Maria Madalena como certa e viam na sua companheira a sua legítima sucessora. Para essas facções, Maria Madalena era a primeira entre os apóstolos e a líder do movimento iniciado por Jesus. 


FRAGMENTO


Tradução de Karen L. King (Frente):

1) “not [to] me. My mother gave to me li[fe] … ”

2) The disciples said to Jesus, “

3) deny. Mary is worthy of it

4) ” Jesus said to them, “My wife

5) she will be able to be my disciple

6) Let wicked people swell up

7) As for me, I dwell with her in order to

8) an image


Tradução de Karen L. King (Verso):

O estado do verso do fragmento só permitiu que fossem identificadas as palavras: “my mother” e “three”.


Fonte: Smithsonian

sábado, 12 de outubro de 2013

Apostola Apostolorum

Noli me Tangere por Fra Angelico


11Maria estava junto ao túmulo, da parte de fora, a chorar. Sem parar de chorar, debruçou-se para dentro do túmulo, 12e contemplou dois anjos vestidos de branco, sentados onde tinha estado o corpo de Jesus, um à cabeceira e o outro aos pés. 13Perguntraram-lhe: «Mulher, porque choras?» E ela respondeu: «Porque levaram o meu Senhor e não sei onde o puseram.»

14Dito isto, voltou-se para trás e viu Jesus, de pé, mas não se dava conta que era Ela. 15E Jesus disse-lhe: «Mulher, porque choras? Quem procuras?» Ela, pensando que era o encarregado do horto, disse-lhe: «Senhor, se foste tu que o tiraste, diz-me onde o puseste, que eu vou buscá-lo.» 16Disse-lhe Jesus: «Maria!» Ela, aproximando-se, exclamou em hebraico: «Rabbuni!» - que quer dizer: «Mestre!» 17Jesus disse-lhe: «Não me detenhas, pois ainda não subi para o Pai, mas vai ter com os meus irmãos e diz-lhe: 'Subo para o meu Pai, que é vosso Pai, para o meu Deus, que é vosso Deus.'» 18Maria Madalena foi e anunciou aos discípulos: «Vi o Senhor!» E contou o que Ele lhe tinha dito.

Evangelho de São João, 20, 11-18. Fonte: http://www.capuchinhos.org


quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Uma Melodia para a Madalena

A harpista Ani Williams, no seu cd Garden of the Magdalene, tem um faixa intitulada "Garden of Blue Roses", a qual foi cantada e tocada ao vivo em Brenac, Languedoc, França. Deixamos aqui o vídeo:

Vídeo You Tube

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Palavras de Maria Madalena

Visão de Maria

«Eu - disse - vi o Senhor numa visão e disse-lhe: "Senhor, hoje vi-te numa visão". Ele respondeu e disse-me: "Bem-aventurada sejas, porque não te perturbaste ao ver-me, porque ali, onde está o Intelecto, ali está o tesouro". Eu disse-lhe: "Senhor, agora, o que o vê a visão vê-a em alma ou em espírito?". O Salvador respondeu e disse: Não a vê nem em alma nem em espírito, mas é, sim o Intelecto que se encontra no meio deles o que vê a visão (...)».

Evangelho de Maria (Madalena), 10. António Pinero, José Montserrat Torrents e Francisco García Bazán, Evangelhos Gnósticos, Biblioteca de Nag Hammadi - II. Lisboa: Ésquilo, 2005.


Códice Papiráceo BG 8502 - Evangelho de Maria